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Por que é tão difícil encontrar produtos 100% made in USA, mesmo com campanhas políticas defendendo produção totalmente nacional

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 10/08/2025 às 12:54
Por que até geladeiras “nacionais” deixam de ser 100% made in USA e chegam ao consumidor com peças importadas
Por que até geladeiras “nacionais” deixam de ser 100% made in USA e chegam ao consumidor com peças importadas?
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Por que é tão difícil encontrar produtos 100% made in USA? Globalização e terceirização tornaram quase impossível fabricar bens totalmente norte-americanos.

Comprar produtos 100% made in USA é um desafio até para os consumidores mais determinados. A história de Diana, contada pelo Wall Street Journal e traduzida pelo Invest News, mostra bem essa dificuldade: ela passou dez anos procurando apenas itens fabricados nos Estados Unidos e, ao buscar uma geladeira, descobriu que até os modelos aparentemente “nacionais” vinham do México.

O caso não é isolado. Mesmo com o ressurgimento do nacionalismo comercial nos EUA durante o governo Trump, encontrar bens realmente fabricados no país continua sendo exceção. Lençóis, meias e sofás ainda aparecem com relativa facilidade, mas eletrodomésticos, celulares e eletrônicos seguem dependentes de importações.

Cadeias globais dificultam a produção nacional

As cadeias de suprimentos globais, consolidadas ao longo de décadas, transformaram a indústria norte-americana. A busca por custos menores levou empresas a terceirizar etapas de produção para outros países, criando um sistema interdependente e difícil de reverter.

Segundo o Wall Street Journal, fabricar qualquer bem totalmente nos EUA é quase inviável. Em 2024, metade dos carros vendidos no país foi montada no exterior. No caso dos smartphones, praticamente nenhum modelo disponível no mercado americano é produzido localmente.

O peso da globalização

A globalização, impulsionada pelos próprios Estados Unidos, espalhou a lógica de que o mundo é uma grande fábrica interconectada. Hoje, muitos produtos são montados a partir de componentes vindos de dezenas de países diferentes.

Esse modelo permitiu preços mais competitivos, mas também reduziu a autossuficiência. Reverter esse processo implicaria altos custos para empresas e consumidores. Especialistas ouvidos pelo Wall Street Journal destacam que, mesmo com incentivos fiscais e tarifas mais altas, fabricar internamente seria mais caro e levaria anos para atingir escala.

Limites da disposição do consumidor

Uma pesquisa com mil americanos mostrou que metade dos entrevistados compra produtos com selo “Made in USA” com alguma frequência. Porém, apenas cerca de 10% estariam dispostos a pagar mais de 15% acima do valor de mercado para garantir essa origem.

Essa resistência ao preço mais alto cria um impasse: sem demanda consistente, as empresas não têm incentivo para manter toda a cadeia produtiva dentro do país, o que perpetua a dependência de insumos e montagem estrangeiros.

Expectativa com novas tarifas

Com a volta de Donald Trump à cena política e sua promessa de aumentar as tarifas de importação, a expectativa é de que a busca por produtos 100% made in USA se intensifique. No entanto, economistas e empresários alertam que as medidas podem, paradoxalmente, tornar esses produtos ainda mais raros, já que muitos componentes essenciais não são produzidos no país.

A frustração de consumidores como Diana mostra que, enquanto a produção global continuar fragmentada, a etiqueta “100% made in USA” permanecerá mais como símbolo de desejo do que realidade.

E você? Acredita que os Estados Unidos ainda podem voltar a produzir 100% de seus bens mais importantes? Ou acha que a globalização tornou isso impossível? Deixe sua opinião e compartilhe sua visão sobre o futuro da indústria americana.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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