Toyota, que durante anos manteve a liderança entre os veículos híbridos no Brasil e foi pioneira nesse segmento, perdeu espaço para as montadoras chinesas BYD e GWM.
As montadoras chinesas transformaram o mercado brasileiro de veículos híbridos em 2025, superando a liderança histórica da Toyota nesse segmento.
Segundo Alexandre Versignassi, editor do canal InvestNews BR, que analisou o cenário econômico das montadoras nesta terça-feira (29), a mudança é significativa: pela primeira vez, duas marcas chinesas despontam no topo do ranking de vendas de carros híbridos no Brasil.
De acordo com dados apresentados por Versignassi no vídeo publicado no Youtube, no primeiro semestre de 2025, a BYD comercializou cerca de 23 mil carros híbridos, enquanto a GWM alcançou 13 mil unidades vendidas.
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Nesse mesmo período, a Toyota, tradicional referência global em veículos híbridos, registrou apenas 8 mil unidades, ficando atrás das concorrentes chinesas.
A queda nas vendas da Toyota foi de 21% em relação ao ano anterior, enquanto GWM teve crescimento de 55% e a BYD, impressionantes 135%.
Conforme enfatizou Alexandre Versignassi, essa virada no mercado brasileiro é emblemática, já que a Toyota não apenas foi pioneira nos híbridos com o lançamento do Prius em 1997, como ainda lidera esse segmento em mercados consolidados, como Estados Unidos, Europa e Japão.
No Brasil, a montadora japonesa inovou com o desenvolvimento do híbrido flex, tecnologia que permite o funcionamento com etanol puro, desafio técnico que ainda não foi igualado por concorrentes em escala mundial.
Híbridos plug-in dominam vendas no Brasil
Ainda de acordo com análise do InvestNews BR, o cenário nacional favoreceu a ascensão dos chamados híbridos plug-in, veículos que podem ser recarregados na tomada (tecnicamente conhecidos como Plug-in Hybrid Electric Vehicles — PHEV).
Esse perfil de modelo, predominante nas linhas da BYD e GWM, hoje representa cerca de 75% do total de híbridos vendidos no Brasil.
No comparativo internacional, apenas a China tem participação superior, com 85% de híbridos plug-in no segmento.
Versignassi destacou que, enquanto na Europa os PHEVs ocupam 43% do mercado de híbridos e nos Estados Unidos apenas 17%, no Brasil o avanço dessas tecnologias se deve, em grande parte, à oferta competitiva das montadoras chinesas, que conseguiram democratizar um produto antes restrito a marcas de luxo.
Os modelos chineses conquistaram o consumidor ao oferecer alto desempenho, autonomia elétrica acima de 100 km e preços acessíveis quando comparados com os equivalentes europeus.
Preços competitivos e desempenho elevado nos veículos híbridos elétricos
O jornalista do InvestNews BR explicou que, em 2025, o híbrido plug-in mais vendido no Brasil foi o Song Pro, da BYD, cujo preço inicial de R$ 195 mil é inferior ao do Corolla Cross híbrido convencional (HEV), que parte de R$ 220 mil.
No portfólio da Toyota, o modelo plug-in mais acessível custa aproximadamente R$ 400 mil, valor intermediário entre os veículos chineses e os modelos premium europeus, como BMW X5 (R$ 785 mil) e Porsche Cayenne (R$ 840 mil).
Ainda assim, o Toyota RAV4 híbrido, nessa faixa de preço, teve vendas inferiores às dos concorrentes alemães.
Estratégia da Toyota: Yaris Cross Hybrid flex
Frente ao novo cenário competitivo, a Toyota optou por apostar em um modelo híbrido convencional mais acessível ao consumidor brasileiro.
Conforme detalhou Alexandre Versignassi, a novidade é o Yaris Cross Hybrid, previsto para chegar ao mercado em outubro de 2025.
Embora a empresa ainda não tenha divulgado o valor, a expectativa é que o SUV compacto tenha preço abaixo do Corolla Cross e mantenha o diferencial de ser híbrido flex, ou seja, capaz de funcionar 100% com etanol, reforçando o compromisso da Toyota com soluções sustentáveis e compatíveis com o contexto brasileiro.
Híbridos plug-in x híbridos convencionais: diferenças técnicas
No vídeo publicado no InvestNews BR, Versignassi esclareceu as principais distinções entre híbridos plug-in (PHEV) e híbridos convencionais (HEV).
Nos PHEVs, o motor elétrico assume papel central, entregando potências acima de 200 cv e autonomia elétrica que ultrapassa os 100 km.
Em situações ideais, modelos como o Haval H6 PHEV atingem até 400 cv de potência combinada — valor comparável a esportivos tradicionais.
Por outro lado, esses veículos possuem baterias maiores e peso superior, o que requer infraestrutura de recarga domiciliar para garantir o máximo aproveitamento.
Já os híbridos convencionais, como o Corolla Cross Hybrid, utilizam baterias de menor capacidade (cerca de 1 kWh), suficientes apenas para curtas distâncias em modo elétrico e para aumentar a eficiência do motor a combustão.
No HEV, o motor elétrico atua principalmente em baixas velocidades e o foco é a redução do consumo de combustível.
Segundo Versignassi, essa diferença estrutural explica por que, apesar da exclusividade do híbrido flex, a Toyota não conseguiu acompanhar o crescimento dos PHEVs chineses no Brasil.
Micro-híbridos ganham espaço no mercado nacional
O panorama traçado por Alexandre Versignassi ainda inclui os micro-híbridos (MHEV), veículos equipados com motores elétricos de apoio, conhecidos no setor automotivo como mild hybrids.
Esses sistemas, presentes em modelos como o Fiat Fastback e o Fiat Pulse, não permitem rodar exclusivamente no modo elétrico, mas contribuem para o desempenho e economia de combustível.
Como lembrou o editor do InvestNews BR, esses carros utilizam um motor elétrico modesto, acoplado ao motor a combustão por correia, e atuam principalmente em situações específicas, como partidas e retomadas.
Segundo dados apresentados, apenas as versões micro-híbridas do Fastback e Pulse somaram 20 mil unidades vendidas no primeiro semestre de 2025, número comparável ao do Jeep Renegade, demonstrando o espaço crescente dos híbridos no Brasil, mesmo nas configurações mais básicas.
O futuro dos híbridos plug-in e flex no Brasil
Conforme destacou Alexandre Versignassi ao longo do vídeo, o avanço dos híbridos plug-in chineses não apenas altera a dinâmica do mercado nacional, mas também pressiona marcas tradicionais a inovar e reposicionar seus produtos.
Com a chegada de modelos mais acessíveis e versáteis, o consumidor brasileiro ganha opções que conciliam tecnologia, economia e sustentabilidade.
A nova aposta da Toyota, com o Yaris Cross Hybrid flex, promete ampliar o acesso à tecnologia híbrida, especialmente entre consumidores que priorizam o uso do etanol como combustível renovável.
Em meio à crescente eletrificação da frota e à chegada de modelos com desempenho cada vez mais elevado, permanece a questão: qual será o próximo movimento das montadoras japonesas e europeias para recuperar espaço nesse mercado em constante transformação?
Toyota Corolla cross hybrid 122 cv por apenas R$220.000. Eu não sei porque a Toyota está afundando em vendas. Piada né!!!