Um estudo recente revela que 41% da geração Z prefere buscar respostas na IA em vez de consultar líderes e mentores
Essa tendência tem gerado preocupações sobre a comunicação e a confiança no ambiente de trabalho, especialmente considerando as críticas que essa geração recebe de líderes empresariais e profissionais mais velhos.
A pesquisa, conduzida pela empresa de IA Pearl em parceria com a Censuswide, investigou a disposição dos americanos em buscar respostas na inteligência artificial em vez de recorrer a pessoas.
A pergunta central foi se a tecnologia poderia ajudar a geração Z a resolver a apatia e o desalinhamento que sentem no ambiente de trabalho, ou se apenas agravaria esses problemas.
A preferência pela inteligência artificial
Os dados mostram que apenas 28% dos americanos se sentem mais confortáveis discutindo questões no trabalho com seus gestores do que com a IA.
Além disso, a geração Z se destaca como a mais propensa a depender da inteligência artificial no ambiente profissional. 41% dos jovens da geração Z confiam mais na IA do que em humanos como mentores, enquanto apenas 26% afirmam o oposto e 31% permanecem indecisos.
Outros dados do estudo corroboram essa tendência preocupante:
50% da geração Z prefere recorrer à IA para resolver problemas no trabalho, em comparação com apenas um terço dos Boomers.
Jovens utilizam IA, em média, 12 vezes por semana, enquanto a Geração X faz isso 7 vezes e os Boomers apenas 4 vezes.
83% da geração Z relata sentir ansiedade ao precisar fazer uma pergunta pessoalmente ou online, a maior taxa entre todas as gerações.
Esses números evidenciam uma mudança significativa nas dinâmicas de trabalho, onde a tecnologia não apenas complementa, mas em muitos casos, substitui a interação humana.
A geração Z cresceu em um ambiente digital, onde a tecnologia é uma parte integral de suas vidas, o que pode explicar essa preferência pela IA.
Consequências da dependência da IA
A preferência pela IA em detrimento das interações humanas pode evitar a comunicação direta com gestores, o que pode levar a problemas de comunicação e trabalho em equipe. Andy Kurtzig,
CEO da Pearl, alerta que essa dependência pode impactar negativamente a confiança no ambiente de trabalho, além de gerar dificuldades em outras áreas da vida dos jovens, como planejamento financeiro e saúde mental.
Kurtzig destaca que a confiança excessiva na IA é preocupante e pode levar a erros significativos.
Uma pesquisa da Universidade Purdue revelou que o ChatGPT cometeu erros em 52% das respostas a perguntas de programação, evidenciando os riscos de confiar cegamente em sistemas automatizados.
Esses erros podem ter implicações sérias, especialmente em campos que exigem precisão, como a engenharia e a medicina.
Além disso, o aumento da dependência da IA pode resultar em um fenômeno conhecido como “desapego social,” onde os jovens se sentem cada vez menos confortáveis em interações face a face.
A falta de habilidades interpessoais pode prejudicar o desenvolvimento de relacionamentos profissionais e, consequentemente, o avanço na carreira.
Como utilizar a IA de maneira efetiva no trabalho
Embora a inteligência artificial seja uma ferramenta poderosa, ela não deve substituir o julgamento humano. Kurtzig sugere que empresas e profissionais adotem um equilíbrio entre o uso da IA e a interação humana.
Aqui estão três dicas para ajudar os jovens a usarem a IA de forma eficaz em suas carreiras:
1º Reconhecer a presença da IA no trabalho: Muitas tarefas já utilizam inteligência artificial. As empresas devem estabelecer diretrizes claras sobre seu uso para maximizar benefícios e minimizar riscos. Isso pode incluir treinamentos sobre como utilizar a IA de maneira responsável e eficaz.
2º Explicar os perigos da IA: Os profissionais devem estar cientes das limitações da IA, incluindo a possibilidade de respostas imprecisas e os riscos associados ao compartilhamento de informações confidenciais. É crucial que as empresas promovam uma cultura de transparência sobre como os dados são utilizados e armazenados.
3º Definir claramente onde a IA pode ser aplicada: Tarefas como revisão de texto, brainstorming e resumos podem beneficiar-se da IA. No entanto, decisões estratégicas e interações com clientes devem sempre contar com supervisão humana. As empresas devem incentivar um ambiente onde a IA é vista como uma ferramenta de apoio, e não como um substituto.
Implicações da confiança da geração Z na IA
A crescente confiança da geração Z na inteligência artificial em ambientes de trabalho levanta questões importantes sobre a dinâmica de comunicação e confiança nas relações profissionais.
À medida que a tecnologia avança, é crucial que essa geração aprenda a equilibrar a utilização da IA com o desenvolvimento de habilidades interpessoais e de comunicação, garantindo assim um futuro profissional mais sólido e harmonioso.
A relação da geração Z com a inteligência artificial é um reflexo da evolução da tecnologia e de como ela molda as interações humanas.
É essencial que líderes e organizações compreendam essa dinâmica e adaptem suas abordagens para promover um ambiente de trabalho que valorize tanto a inovação tecnológica quanto as habilidades humanas, criando assim um espaço onde todos possam prosperar.
FONTE: FORBES