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Por que a correia banhada a óleo virou o calcanhar de Aquiles da Chevrolet? Inovação que prometia durar 240 mil km se tornou um pesadelo para donos de Onix, Tracker e Montana

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 04/06/2025 às 23:15
Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.
Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.
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Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.

A tecnologia que prometia revolucionar a durabilidade dos motores da Chevrolet acabou virando um grande desafio para a montadora e uma fonte de dor de cabeça para milhares de proprietários no Brasil.

A correia dentada banhada a óleo, adotada nos motores turbo de três cilindros de modelos como Onix, Tracker e Montana, passou de promessa de alta eficiência a um dos principais motivos de reclamações e prejuízos.

Segundo relatos de consumidores, falhas prematuras nesse componente essencial têm ocorrido muito antes dos 240 mil quilômetros anunciados pela Chevrolet como sua vida útil.

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Casos de veículos apresentando problemas já a partir de 30 mil km vêm ganhando destaque em fóruns, redes sociais e sites especializados.

A situação ficou tão grave que até mesmo modelos em garantia tiveram dificuldades para reparos gratuitos, especialmente quando as manutenções não foram feitas na rede autorizada.

A correia dentada é responsável por sincronizar o movimento entre o virabrequim e o comando de válvulas do motor.

Quando ela falha, a consequência pode ser a colisão entre pistões e válvulas, o que normalmente leva a danos severos e custos de reparo que ultrapassam facilmente os R$ 15 mil.

Esse cenário transformou um componente que prometia maior durabilidade em um verdadeiro “calcanhar de Aquiles” da Chevrolet no mercado brasileiro.

Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.
Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.

Como funciona a correia banhada a óleo?

A correia dentada banhada a óleo é uma inovação que substitui a tradicional correia dentada externa, oferecendo uma série de vantagens técnicas.

Por operar submersa no óleo lubrificante do motor, ela tem seu atrito reduzido, ruídos minimizados e, teoricamente, uma vida útil muito mais longa.

De acordo com a Chevrolet, esse sistema poderia atingir até 240 mil quilômetros sem necessidade de troca, superando em muito a durabilidade das correias convencionais, que normalmente ficam entre 60 e 100 mil km.

Além disso, o motor ganharia em suavidade no funcionamento, desempenho otimizado e até economia de combustível.

No entanto, essa tecnologia depende diretamente da qualidade do óleo e da manutenção rigorosa para que o sistema funcione como previsto.

A correia banhada a óleo exige o uso de lubrificantes específicos, além de uma atenção maior aos prazos e procedimentos de troca.

O que levou à falha precoce?

Conforme apontam especialistas e relatos de usuários, a principal causa das falhas está ligada à manutenção inadequada, principalmente relacionada ao óleo do motor.

Muitos proprietários optaram por realizar as trocas fora da rede autorizada, utilizando óleos e filtros incompatíveis.

Isso altera a composição química do sistema lubrificante, comprometendo a durabilidade da correia.

Além disso, o uso de lubrificantes que não seguem a especificação Dexos 1 Gen 3, exigida pela Chevrolet, pode degradar os materiais da correia, tornando-a quebradiça ou fazendo com que se desintegre em partículas, que contaminam outras partes do motor.

Outro fator agravante é o uso severo do veículo, com trajetos curtos, paradas frequentes e trânsito pesado, muito comuns nas grandes cidades brasileiras.

Esses hábitos impedem que o motor alcance a temperatura ideal de operação, o que contribui para a contaminação do óleo com combustível e umidade.

Essa alteração química provoca corrosão na correia, comprometendo sua integridade estrutural.

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Impacto financeiro e reputacional

O impacto financeiro para os proprietários é significativo.

Com a quebra da correia, o motor geralmente sofre danos irreversíveis, exigindo reparos caros ou até a troca total do motor.

Para muitos, isso representa um gasto inesperado que supera o valor de mercado do próprio veículo em alguns casos.

No ambiente digital, sites como Reclame Aqui registraram um aumento expressivo nas reclamações referentes a problemas no motor dos modelos afetados.

A confiança dos consumidores na marca Chevrolet sofreu um baque importante, especialmente porque o Onix chegou a ser o carro mais vendido do Brasil e a Tracker é uma referência no segmento de SUVs compactos.

A falta de comunicação clara na hora da venda e nas concessionárias também contribuiu para a confusão.

Muitos motoristas acreditavam estar seguindo corretamente as orientações de manutenção, mas não tinham informação suficiente sobre a importância do óleo correto e da rede autorizada para preservar a correia banhada a óleo.

Medidas da Chevrolet diante da crise

Pressionada pelas reclamações e pelo risco de ações judiciais por vícios ocultos, a Chevrolet ampliou a garantia da correia banhada a óleo para até 240 mil quilômetros, sem limite de tempo, desde que todas as revisões sejam feitas em concessionárias autorizadas.

A montadora também lançou campanhas de comunicação para alertar os consumidores sobre a importância do uso do óleo adequado e das manutenções na rede oficial.

Para facilitar, etiquetas mais visíveis passaram a ser colocadas sob o capô e nas tampas dos motores, destacando a especificação correta do óleo e os intervalos recomendados para troca.

Mesmo assim, clientes que não seguiram as orientações à risca enfrentam dificuldades para conseguir suporte, dependendo da avaliação individual do caso.

Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.
Correia banhada a óleo da Chevrolet, promessa de 240 mil km, virou dor de cabeça com falhas precoces e custos altos para donos do Onix e Tracker.

O que o caso da correia banhada a óleo revela para o setor automotivo?

Esse episódio evidencia que, embora as inovações tecnológicas sejam essenciais para o avanço do setor automotivo, elas precisam ser acompanhadas por uma comunicação transparente e por um suporte eficiente ao consumidor.

A falta de informação clara e o descuido na manutenção podem transformar o que deveria ser um diferencial em um problema crônico, afetando a reputação da marca e a satisfação do cliente.

A indústria precisa investir mais em treinamento das redes de atendimento e na conscientização dos usuários para garantir que tecnologias inovadoras cumpram sua promessa.

Você, proprietário de Onix, Tracker ou Montana, já passou por algum problema relacionado à correia banhada a óleo? Como foi sua experiência com a Chevrolet? Deixe sua opinião e conte para nós!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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