Preocupações com sanções e desvalorização do dólar impulsionam compras de ouro pelo Banco Central Chinês, disparando preços Globais do metal precioso
Em 2023, a China se destacou ao comprar mais ouro do que qualquer outro banco central no mundo, um movimento estratégico que reflete preocupações com possíveis sanções futuras envolvendo o dólar americano. Esse aumento nas reservas de ouro impulsionou os preços do metal precioso para novos recordes, chegando a US$ 2.300 por onça, ou aproximadamente R$ 11,3 mil, de acordo com o site Isto É.
Ouro como porto seguro em tempos de instabilidade
O ouro é amplamente reconhecido como um investimento seguro durante períodos de turbulência geopolítica e econômica. Com conflitos em andamento no Oriente Médio e na Ucrânia, e a inflação pós-pandemia em alta, os investidores têm buscado o ouro como uma proteção contra a desvalorização das moedas. Essa tendência, combinada com a estratégia de acúmulo de ouro pela China, tem alimentado a demanda e elevado os preços do metal.
Compras estratégicas do banco popular da China
O Banco Popular da China (PBC) tem consistentemente aumentado suas reservas de ouro por 16 meses consecutivos, conforme dados do Conselho Mundial do Ouro. Em 2023, o PBC adquiriu 225 toneladas métricas de ouro, representando quase um quarto do total comprado por todos os bancos centrais globalmente. Nos primeiros dois meses de 2024, a China adicionou mais 22 toneladas às suas reservas, que agora somam cerca de 2.257 toneladas.
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Diversificação das reservas cambiais
A China tem uma dependência significativa do dólar americano para o comércio internacional. A maioria das matérias-primas é cotada em dólares, e mais de metade do comércio mundial é realizado utilizando essa moeda. No entanto, Pequim tem buscado diversificar suas reservas cambiais para reduzir essa dependência. Desde 2011, as participações da China em dólares diminuíram em um terço, atualmente situando-se em cerca de US$ 800 bilhões.
Essa estratégia de diversificação se alinha aos objetivos dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que procuram reduzir sua dependência do dólar e fortalecer suas próprias moedas. O grupo até considerou a criação de uma moeda comum no futuro para desafiar o domínio do dólar.
Preocupações com sanções e segurança econômica
A crescente acumulação de ouro pela China também reflete preocupações com o uso do dólar como uma ferramenta de sanções econômicas pelos Estados Unidos. A capacidade dos EUA de impor sanções severas, como as vistas contra a Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022, fez com que muitos países reconsiderassem a composição de suas reservas cambiais. Os líderes chineses temem que, em caso de um conflito militar envolvendo Taiwan ou um agravamento da guerra comercial com os EUA, o país possa enfrentar sanções similares.
Perspectivas futuras para o ouro e a economia global
Analistas do Conselho Mundial do Ouro esperam que a tendência de compras de ouro pelos bancos centrais continue nos próximos anos, indicando uma busca contínua por diversificação. Atualmente, as reservas de ouro da China representam apenas cerca de 4% do total do PBC, uma porcentagem menor em comparação com os bancos centrais de economias desenvolvidas.
Embora alguns especialistas acreditem que os preços do ouro possam estar inflacionados devido à especulação, a demanda contínua de países como a China provavelmente manterá o metal precioso em alta. Ao contrário do papel-moeda, o ouro possui valor intrínseco, sendo uma mercadoria rara e de difícil extração, com múltiplos usos econômicos, incluindo eletrônica, odontologia, ferramentas médicas e setores de defesa e aeroespacial.