Boeing 747 de luxo da família real do Catar, avaliado em US$ 400 milhões, levanta questionamentos sobre legalidade e transparência no governo Trump.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou ao centro das atenções após a revelação de que pode aceitar um Boeing 747-8 luxuoso da família real do Catar como novo avião presidencial.
A aeronave, conhecida como um “palácio no céu”, levanta dúvidas sobre legalidade, interesses diplomáticos e o futuro do Air Force One.
Um presente bilionário
A notícia foi divulgada inicialmente pela ABC News, que classificou o avião como o presente mais caro já oferecido a um governo americano, com valor estimado em US$ 400 milhões, cerca de R$ 2,26 bilhões. A aeronave, um Boeing 747-8 da Qatar Amiri Flight, impressiona por sua configuração luxuosa.
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Apesar de sua estrutura comportar centenas de passageiros em voos comerciais, neste caso ele está equipado para apenas 89 passageiros e 18 tripulantes.
O interior do avião foi projetado para refletir luxo e exclusividade. Ele conta com suítes privadas, salas de reunião, escritórios, chuveiros e até uma escadaria central. Tudo com acabamentos em madeira nobre, equipamentos modernos de comunicação e segurança, e áreas de estar dignas de palácios reais.
A versão oferecida seria a mesma usada em viagens oficiais por membros da família real do Catar e altos representantes do governo.
A Qatar Amiri Flight, responsável pela operação, foi criada em 1977 e é conhecida por sua frota de aviões VIP de longo alcance. Um gesto semelhante já foi feito pelo Catar em 2018, quando ofereceu uma aeronave parecida ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan.
O que diz Trump
Trump defendeu a transação como uma oportunidade para substituir o atual Air Force One, que já tem cerca de 40 anos.
Em declaração nas redes sociais, ele afirmou que seria um “presente” temporário destinado ao Departamento de Defesa dos EUA. O ex-presidente ressaltou que a operação seria transparente e não mencionou diretamente o Catar.
No entanto, a publicação não esclareceu se haveria qualquer contrapartida. Trump aproveitou para criticar os democratas, dizendo que eles querem se aproveitar da situação, e reforçou que o novo avião é necessário e moderno.
Questões legais e diplomáticas
O caso levantou dúvidas sobre o cumprimento das leis americanas. A Constituição dos Estados Unidos proíbe funcionários públicos de aceitarem presentes de monarcas, príncipes ou Estados estrangeiros sem autorização do Congresso.
A legislação tem como objetivo evitar conflitos de interesse e garantir a neutralidade do poder executivo.
Fontes da ABC News afirmam que a Casa Branca considera que a proposta não viola as normas anticorrupção, já que a aeronave seria usada temporariamente como substituta do atual avião presidencial.
A entrega do avião, segundo as mesmas fontes, poderá ser oficializada durante a próxima viagem de Trump ao Oriente Médio, que inclui visita ao Catar.
Um porta-voz da Embaixada do Catar nos EUA classificou as informações como “imprecisas”. Em nota, Ali al Ansari informou que há uma negociação em curso entre os Ministérios da Defesa do Catar e dos Estados Unidos, mas que nenhuma decisão final foi tomada até o momento.
Situação da Boeing pode influenciar
A Boeing, empresa responsável pelos aviões presidenciais, enfrenta uma série de problemas econômicos e dificuldades de produção. A entrega dos dois novos Air Force One, que já estavam encomendados, sofreu sucessivos atrasos. A companhia L3Harris, também americana, foi contratada para adaptar o avião do Catar aos padrões exigidos pela presidência dos Estados Unidos.
A nova aeronave deverá contar com tecnologia de comunicação avançada, instalações médicas e um sistema de defesa altamente sofisticado.
Apesar da polêmica e do valor astronômico envolvido, nenhuma decisão foi confirmada oficialmente pela Casa Branca. As conversas ainda estão em andamento, e a possibilidade de o avião ser aceito como presente depende de análises jurídicas, políticas e diplomáticas.
A imprensa internacional segue acompanhando o desenrolar da situação, enquanto cresce o debate sobre até onde vai o limite entre acordos diplomáticos e presentes que podem comprometer a ética e a transparência do governo americano.