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População de javalis no Brasil sai do controle — e só há uma saída para evitar superpopulação, prejuízos ambientais, econômicos e sanitários

Publicado em 02/10/2025 às 16:20
Controle, Javalis, Javaporcos
Imagem: Ilustração artística feita por IA
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Estudo premiado da UFSCar mostra que apenas o manejo com caça e abate planejados impede que javaporcos atinjam níveis críticos no Brasil

A presença dos javaporcos no Brasil deixou de ser apenas uma curiosidade e passou a representar uma ameaça concreta para lavouras, ecossistemas e até para a saúde pública. Eles se multiplicam em ritmo acelerado porque possuem alta capacidade de adaptação. Além disso, atacam plantações, alteram o equilíbrio da fauna nativa e podem transmitir doenças.

De acordo com pesquisa da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sem controle adequado, a expansão da espécie resulta em superpopulação e prejuízos severos.

O estudo indica que a única forma eficaz de frear o avanço é o manejo por meio de abate e caça controlada.

Pesquisa premiada comprova eficácia do manejo planejado

O trabalho intitulado “Modelagem do controle populacional de Sus scrofa por meio de simulações estocásticas” foi desenvolvido pelas pesquisadoras Vittoria Façanha Bassani e Giulia Canali Forace, sob orientação do professor Iuri Ferreira, do Centro de Ciências da Natureza da UFSCar.

O estudo recebeu o prêmio de Melhor Artigo da Liga Júnior no Workshop de Computação Aplicada (WorCAP) 2025, promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O reconhecimento reforça a relevância científica do tema.

Segundo os resultados, o manejo regular autorizado por órgãos como o Ibama reduz o ritmo de crescimento populacional e impede que os javaporcos atinjam o limite de capacidade do ambiente.

Simulações revelam dois cenários possíveis

A equipe aplicou a equação de Verhulst, adaptada para simular capturas e abates periódicos. Assim, foi possível comparar dois contextos distintos:

  • Com manejo controlado: a população se mantém em níveis seguros e o impacto ambiental diminui.
  • Sem manejo: ocorre crescimento descontrolado, esgotamento de recursos e maior conflito com seres humanos.

As simulações usaram métodos bayesianos e algoritmos de Monte Carlo Hamiltoniano, incorporando incertezas reais, como variação das taxas de reprodução.

As projeções mostram que, sem intervenção, os javaporcos crescem de forma exponencial e pressionam ainda mais os ecossistemas”, explicam as autoras.

Impactos dos javaporcos no território brasileiro

A espécie invasora, híbrida do javali europeu com porcos domésticos, já foi identificada em todos os biomas nacionais.

Sua versatilidade permite ocupar áreas agrícolas, florestas e pastagens, consumindo desde grãos até pequenos animais.

Entre os danos mais graves estão:

  • Devastação de plantações e prejuízo econômico aos produtores.
  • Competição direta com espécies nativas.
  • Erosão e compactação do solo.
  • Transmissão de doenças como leptospirose, brucelose e peste suína clássica.
  • Ataques a animais domésticos e, em situações raras, a humanos.

Portanto, a expansão contínua da espécie representa não só risco ambiental, mas também ameaça à segurança alimentar e sanitária.

Ciência aplicada ao manejo sustentável

A pesquisa foi realizada no Centro de Modelagem em Ecologia e Ciências Ambientais (CeMECA), da UFSCar, com apoio do CNPq.

O grupo utiliza ferramentas estatísticas de código aberto e prevê disponibilizar o simulador em repositórios públicos, ampliando o acesso às técnicas.

Segundo o professor Iuri Ferreira, a caça e o abate, quando aplicados de forma planejada, ética e legal, não devem ser vistos como arbitrariedade, mas como instrumentos indispensáveis de conservação.

Reconhecimento nacional e próximos passos

O destaque no WorCAP 2025 evidencia a importância de unir ecologia, ciência de dados e sustentabilidade.

A pesquisa ficou entre os projetos de maior relevância em áreas como Inteligência Artificial e Modelagem Computacional, mostrando como a matemática pode guiar políticas públicas.

As próximas etapas incluem integrar informações de armadilhas fotográficas e mapas de uso do solo. A ideia é calibrar os modelos com dados reais e produzir cenários ainda mais precisos para gestores e produtores.

Controle é questão de sobrevivência produtiva e ambiental

O estudo conclui que, sem controle planejado, o avanço dos javaporcos gera desequilíbrio ecológico e amplia os prejuízos.

Com manejo científico, torna-se possível preservar lavouras, proteger a biodiversidade e reduzir riscos à saúde.

Portanto, a ciência indica um caminho claro: apenas com ações contínuas e reguladas será possível enfrentar de forma eficaz essa ameaça silenciosa que já alcançou todo o país.

Com informações de Compre Rural.

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Romário Pereira de Carvalho

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