São cerca de 5.500 pontes no Brasil com mais de 50 anos de uso, uma marca que revela não só a grandiosidade das construções, mas também um enorme desafio para a engenharia nacional.
As pontes no Brasil são verdadeiros marcos de conexão entre regiões e culturas. No entanto, nem tudo é festa: muitas dessas estruturas já passaram da idade ideal de uso. Das 113.168 pontes rodoviárias existentes, apenas 14.874 foram devidamente inventariadas e 12.142 possuem registros de inspeção. Isso mostra que, por trás de cada via, existe um universo de desafios técnicos e administrativos.
Imagine uma engrenagem que não recebe manutenção adequada; é o que acontece quando a inspeção não acompanha o desgaste natural. Com 1.039 pontes avaliadas como “ruins” ou em estado “crítico”, fica evidente que o cenário das pontes no Brasil precisa de um olhar mais atento e de ações preventivas. Um exemplo marcante é a ponte Juscelino Kubitschek, que, com uma nota técnica 2, simboliza a urgência de medidas corretivas.
Desafios para a engenharia nacional
Manter milhares de estruturas em uso há décadas é, sem dúvida, um trabalho que exige coragem e inovação. Não é diferente da vida: se deixarmos as coisas ao acaso, corremos riscos desnecessários.
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O desgaste do tempo, aliado às condições climáticas cada vez mais extremas, coloca nossas pontes sob pressão. As mudanças climáticas têm um papel crucial, com vazões hidrológicas reais ultrapassando os limites projetados – um cenário que já se confirmou no Rio Grande do Sul, em maio de 2024. É como se a natureza testasse a resistência dessas obras, exigindo uma reavaliação urgente de sua segurança.
Lembram do desabamento na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA)? Em dezembro do ano passado, essa tragédia, que ceifou pelo menos 14 vidas, deixou claro que o risco não pode ser ignorado. Foi um sinal de alerta para todos os envolvidos na manutenção das pontes no Brasil, reforçando a necessidade de um plano de ação robusto e eficaz.
Manifesto das associações de engenharia
Para enfrentar esse gigantesco desafio, um grupo de sete associações de engenharia uniu forças e lançou um manifesto com 15 iniciativas. Entre as entidades que assinam o documento estão a Abece, ABMS, ABPE, ABNT, Ibracon, Alconpat e Iabmas. Essas organizações, com sua expertise, estão chamando a atenção para a urgência de se reabilitar pontes em estado emergencial ou crítico.
O manifesto não é apenas um alerta; é um convite à ação! Entre as propostas, estão a reformulação do sistema de contratação para recuperação de pontes, incluindo propostas técnicas e de preços nas licitações. Há a necessidade urgente de capacitar e certificar profissionais para inspeção e avaliação, e até mesmo de integrar a disciplina de Manutenção de Estruturas nos currículos de graduação e pós-graduação das engenharias. Essa abordagem integrada é a chave para transformar o cenário atual das pontes no Brasil.
Investimentos e custos necessários nas pontes do Brasil
Vamos falar de números: para reabilitar as pontes consideradas emergenciais ou críticas, o investimento estimado é de cerca de R$ 1,2 bilhão em todo o país. E se somarmos a recuperação das obras em estado “ruim”, os custos podem chegar a R$ 5,3 bilhões. É um valor expressivo que, comparado à segurança e à vida humana, é um preço justo a pagar.