O Brasil impulsiona a expansão das energias renováveis com investimento recorde e inauguração de complexo na Paraíba.
Apenas em 2023, o governo federal pretende gastar um total de R$ 50 bilhões em diversas formas de energias renováveis. A maior parte proveniente dos investimentos será na produção de energia eólica e solar, no desenvolvimento de fontes renováveis de energia. Após a conclusão do plano de investimentos, o Brasil deverá ter um aumento de 1% na geração de energia renovável proporcionalmente ao total de energia produzida no país, passando dos atuais 85% para 86% do total da energia gerada.
A extensão do sistema de transmissão, que será executada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), utilizará os recursos que serão empregados na expansão. Prevê-se a construção de cerca de 14.000 quilômetros de novas linhas de transmissão, representando um aumento de 8% na extensão total das linhas no país, juntamente com treze novas subestações.
A maior parte desse investimento será feita no Nordeste com o objetivo de aproveitar a capacidade da região de gerar energias renováveis (eólica e solar) e vender o excesso de produção da região para clientes do Sudeste e do Centro-Oeste.
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Este ano precisa haver dois leilões diferentes. Os empreendimentos vencedores serão obrigados a cumprir suas obrigações contratuais de execução das obras em um prazo que pode variar de 36 a 72 meses, conforme o grau de dificuldade do projeto, bem como o dever de manter a operação em funcionamento por um período de 30 anos.
Capacidade de geração de energia do Brasil
Atualmente, a capacidade de geração de energia do sistema elétrico no Brasil é de 211 gigawatts (GW). Essa soma leva em consideração toda a capacidade acumulada disponível para a produção de energia no Brasil. Na verdade, tudo se resume à quantidade de energia que a nação é capaz de produzir.
Inauguração do Complexo Renovável na Paraíba
O Complexo Renovável da Neoenergia foi inaugurado oficialmente na Paraíba em março, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve lá para participar das festividades. A construção do parque começou em 2019, e abriu ao público para negócios no início de 2022. A ocasião marcou o início dos parques solar e eólico na entrada em operação do complexo, tornando-o pioneiro no país em termos dessa forma de produção combinada de energia.
Capacidade e impacto do complexo
O complexo é composto por mais de 15 parques eólicos, 136 turbinas eólicas (geradores elétricos incorporados no eixo de um cata-vento) e tem uma capacidade de 621 megawatts de eletricidade instalada, dos quais 471 megawatts são derivados de fontes eólicas e 150 são derivados de fontes solares. A energia produzida é suficiente para abastecer a iluminação de uma média de mais de um milhão de residências. A projeção é que seja capaz de atender um estado como Sergipe, mesmo considerando apenas a carga residencial.
Segundo o ministério, esses 621 megawatts (MW) de potência instalada podem representar uma geração estimada de eletricidade de 2.030 gigawatts-hora (GWh) no ano, o que representa aproximadamente 60% da geração de eletricidade da Paraíba em 2021 e valor superior do que a geração dos estados do Acre e Roraima e do Distrito Federal somada no mesmo ano.
Benefícios ambientais e sociais
O governo diz que, além de melhorar socialmente a área, o complexo será um agente de descarbonização do país, com a previsão de eliminar 125,5 mil toneladas de dióxido de carbono lançadas na atmosfera a cada ano. Isso se soma à afirmação do governo de que o complexo contribuiria para o desenvolvimento social da região. O objetivo nacional é reduzir as emissões de carbono em cinquenta por cento até o ano de 2030.
Petrobras e a transição energética
A diretoria executiva da Petrobras deu seu aval à instalação da Diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis na quinta-feira (06) da semana anterior. Ainda não há prazo para que o conselho de administração da corporação vote o plano de ajuste organizacional que contempla a medida. A proposta, no entanto, precisa de sua aprovação.
A nova diretoria será responsável pelas atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade, e também abraçará projetos comerciais de gás natural. Mauricio Tolmasquim, engenheiro de produção e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será o responsável pela região. Tolmasquim também esteve envolvido na mais recente mudança de que houve entre as administrações.
Impacto econômico da transição energética
Segundo pesquisa publicada pela consultoria em recursos naturais Wood Mackenzie no ano anterior, a transição para formas mais limpas de energia, necessária para desacelerar o ritmo de aumento das temperaturas, pode reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em 2% até o ano de 2050, embora a perda possa ser recuperada na virada do século.
De acordo com o relatório intitulado “Sem dor, sem ganho: as consequências econômicas da aceleração da transição energética”, a transição provavelmente causará a perda de empregos e receitas fiscais na produção de combustíveis fósseis. Embora os investimentos em tecnologias como energia solar, parques eólicos e baterias avançadas criem empregos, a transição provavelmente também causará a perda de empregos na produção de combustíveis fósseis.