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Plano Estratégico da Petrobras (PETR4): Os dividendos estão em risco?

Escrito por Paulo S. Nogueira
Publicado em 22/11/2023 às 21:21
Mesmo assim, os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte acreditam que se a estatal anunciar US$ 100 bi, a reação do mercado será neutra (Imagem: Agência Petrobras)

mercado financeiro, que espera por diretrizes claras e metas ambiciosas para a empresa.

A Petrobras (PETR3; PETR4) irá apresentar seu Plano Estratégico de cinco anos na próxima sexta-feira. Este documento é extremamente aguardado pelos investidores, pois irá definir a forma como a estatal irá utilizar seus recursos, incluindo o pagamento de dividendos, que é o principal atrativo da empresa.

Os mercados estão especialmente preocupados com a capacidade da empresa de distribuir dividendos no futuro. No entanto, o BTG Pactual acredita que o novo plano não irá prejudicar a capacidade da Petrobras de distribuir dividendos substanciais. Isso traz uma perspectiva mais otimista para os investidores em relação ao futuro da empresa.

Segundo informações recentes, a estatal está planejando investir US$ 100 bilhões, enquanto o banco estima um valor de US$ 86 bilhões para o mesmo período, sem incluir fusões e aquisições. Apesar disso, analistas acreditam que um anúncio de investimento de US$ 100 bilhões não terá um impacto significativo no mercado.

O BTG expressou dúvidas sobre o pagamento de dividendos extraordinários pela estatal, um fator crucial para muitos investidores. No entanto, essa mudança de foco não é necessariamente desvantajosa.

Impacto da reserva de capital na Petrobras

Apesar da possibilidade de criação de uma reserva de capital ser aprovada em breve, o que poderia dar à empresa mais flexibilidade na retenção de lucros para futuras fusões e aquisições, a Petrobras ainda continua a ser negociada a um DY de 13% em 2024. Este número é calculado apenas com base na política de dividendos da empresa, que representa 45% da geração de caixa menos investimentos, excluindo distribuições únicas.

O BTG ressalta que, mesmo com esses números, as projeções são conservadoras. Existe uma probabilidade maior de aumento na produção e nos crack spreads, e a previsão de investimentos de US$ 20 bilhões pode ser considerada uma estimativa mais otimista.

O banco está apontando que a possibilidade de criação de uma reserva de capital para reduzir a chance de pagamentos inesperados, a recente proposta de eliminar certas restrições à nomeação de executivos sob a lei das Estatais e os boatos sobre uma troca de CEO são fatores negativos para a Petrobras.

No entanto, apesar do aumento do prêmio de risco de curto prazo exigido pelos investidores, a instituição acredita que as salvaguardas presentes nos estatutos da empresa e na legislação das empresas estatais prevalecerão e evitarão a alocação de capital em empreendimentos menos rentáveis, pelo menos nos próximos 24 meses, mesmo que possivelmente abaixo do retorno sobre o capital investido do présal, argumenta o banco.

O BTG espera que a empresa continue gerando mais caixa do que pode gastar, um comportamento que tem se repetido nos últimos três anos.

De acordo com a Ativa Investimentos, o investidor deve considerar não apenas o tamanho do plano de investimentos, mas também sua qualidade e aspectos qualitativos.

Para a empresa, a dinâmica comercial, a política de dividendos e a alocação estratégica são fundamentais para a tese de investimento da Petrobras. Após a divulgação das políticas de preços de derivados e os dividendos, que foram considerados menos nocivos do que o esperado, um plano de investimentos agressivo pode desestabilizar a confiança do mercado na tese de investimento da empresa.

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Fonte: Money Times

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Paulo S. Nogueira

Criador e divulgador de conteúdo na área do petróleo, gás, offshore, renováveis, mineração, economia tecnologia, construção e outros setores da energia.

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