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Planeta do tamanho da Terra a somente 40 anos -luz de distância pode ter atmosfera capaz de sustentar vida, revelam astrônomos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 08/09/2025 às 21:40
Cientistas descobriram que um planeta semelhante à Terra, denominado TRAPPIST-1e, localizado a apenas 40 anos-luz da Terra, pode ser habitável
Cientistas descobriram que um planeta semelhante à Terra, denominado TRAPPIST-1e, localizado a apenas 40 anos-luz da Terra, pode ser habitável
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Astrônomos identificam sinais de que o planeta TRAPPIST-1e, a apenas 40 anos-luz, pode ter atmosfera secundária capaz de manter água líquida e vida

Astrônomos anunciaram que um planeta do tamanho da Terra, a apenas 40 anos-luz de distância, pode ter condições para sustentar vida. O TRAPPIST-1e, como é chamado, orbita sua estrela na chamada Zona Cachinhos Dourados. Essa é a região onde a presença de água líquida é possível, condição considerada essencial para a vida.

Os cientistas acreditam que, se o planeta tiver uma atmosfera estável, a superfície pode abrigar oceanos globais. Essa hipótese ganhou força após novas observações feitas pelo Telescópio Espacial James Webb.

O papel do James Webb

Os pesquisadores usaram o instrumento NIRSpec do JWST para observar o planeta durante o trânsito, quando ele passa em frente à sua estrela. Nesse momento, a luz atravessa a possível atmosfera, permitindo a identificação de gases por meio da absorção de certos comprimentos de onda.

Segundo o Dr. Ryan MacDonald, da Universidade de St Andrews, há duas explicações possíveis. A mais animadora é que o planeta tenha uma atmosfera secundária, rica em gases pesados como o nitrogênio. Isso seria fundamental para garantir estabilidade térmica e manter água em estado líquido.

A estrela TRAPPIST-1

O sistema estelar é composto por uma anã vermelha, extremamente pequena e fria, classificada como anã M. Seu diâmetro é de cerca de 84 mil quilômetros, muito menor que o do Sol, e sua temperatura é inferior à metade da solar.

Entre os três planetas localizados na zona habitável dessa estrela, o TRAPPIST-1e é visto como o mais promissor. Com massa equivalente a 0,692 da Terra, ele é ligeiramente menor que nosso planeta.

Outro detalhe chama atenção: o TRAPPIST-1e completa sua órbita em apenas 6,1 dias terrestres, pois está a uma distância muito curta de sua estrela, equivalente a 3% da distância entre a Terra e o Sol.

Possibilidade de oceanos

Mesmo com a proximidade, a baixa temperatura da estrela aumenta a chance de existir água líquida e gelo superficial. Por isso, os astrônomos acreditam que o planeta pode ter grandes oceanos, além de regiões congeladas.

A busca por uma atmosfera, no entanto, tem sido desafiadora. A professora Hannah Wakeford, da Universidade de Bristol, explica que a quantidade de luz que atravessa uma atmosfera parecida com a da Terra é extremamente pequena. Para detectar, é preciso medições muito precisas, que identificam variações mínimas na luz da estrela.

Obstáculos na medição

A TRAPPIST-1 apresenta atividade intensa, com erupções solares e manchas criadas por campos magnéticos. Isso interfere nas observações e exige correções detalhadas. Ainda assim, após um ano de análises, os cientistas obtiveram resultados promissores.

Os dados sugerem que o planeta pode, sim, ter uma atmosfera semelhante à terrestre. Isso reforça a possibilidade de água líquida em sua superfície.

Comparações dentro do sistema

A descoberta surge pouco depois de outra observação com o JWST. Usando o mesmo método, astrônomos concluíram que o planeta TRAPPIST-1d não apresenta moléculas comuns na atmosfera terrestre. Essa diferença aumenta a relevância dos indícios encontrados no TRAPPIST-1e.

Além disso, se houver atmosfera, ela dificilmente seria a original. Quando se formam, os planetas acumulam hidrogênio e hélio, mas a intensa atividade da estrela costuma dispersar esses gases rapidamente.

Atmosfera secundária

Segundo os pesquisadores, a hipótese mais provável é que o TRAPPIST-1e tenha desenvolvido uma atmosfera secundária, composta por gases pesados, como o nitrogênio.

Esse processo também ocorreu na Terra primitiva, quando atividades vulcânicas e impactos de asteroides liberaram grandes quantidades desse elemento.

Uma atmosfera desse tipo poderia criar um efeito estufa capaz de manter a temperatura estável, mesmo com a rotação sincronizada do planeta. Nesse cenário, um lado estaria sempre voltado para a estrela, abrigando oceanos, enquanto o outro poderia ter extensões de gelo.

O que já foi descartado

As novas observações também afastaram a hipótese de uma atmosfera fina e rica em dióxido de carbono, semelhante à de Marte ou Vênus. Isso reforça a ideia de que o planeta não manteve sua atmosfera primordial, mas ainda resta confirmar se uma secundária realmente se formou.

Apesar do avanço, os cientistas ressaltam que os dados atuais ainda não permitem afirmar se o planeta poderia abrigar vida. As evidências são animadoras, mas insuficientes para uma conclusão definitiva.

Próximos passos

Até agora, as análises se baseiam em apenas quatro observações do JWST. Nos próximos meses, os pesquisadores terão acesso a 20 observações adicionais. Esse volume deve permitir uma distinção clara entre os cenários possíveis: um planeta sem atmosfera ou um com atmosfera secundária.

O Dr. MacDonald destacou que essa é uma nova era para a astronomia, porque agora existem ferramentas capazes de buscar condições habitáveis fora do sistema solar. Para ele, trata-se de um dos momentos mais empolgantes da pesquisa espacial moderna.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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