Especialista aponta ao InfoMoney que varejista “não tem controle” sobre juros do Pix Parcelado, que variam entre bancos e fintechs.
O Pix Parcelado está ganhando tração no mercado brasileiro como uma nova modalidade de crédito, mas traz um desafio crítico para o varejo: a total falta de controle sobre os juros cobrados do consumidor. Embora a modalidade prometa vantagens, como o recebimento imediato do valor total da venda, o lojista se torna um mero espectador na operação de crédito, que é definida exclusivamente entre o cliente e sua instituição financeira.
Segundo Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, em análise ao InfoMoney, essa dinâmica coloca o lojista em uma posição vulnerável. “O parcelamento é uma operação de crédito concedida pela instituição financeira ao consumidor, e o lojista não tem controle sobre as condições oferecidas”, afirmou Hoffmann. Isso significa que, enquanto o varejista pode oferecer a modalidade, ele não pode garantir as taxas, que variam drasticamente entre diferentes bancos e fintechs, impactando diretamente a decisão de compra do cliente.
O lado positivo: por que o varejo adere ao Pix?
Apesar do desafio dos juros, a atração inicial pelo Pix Parcelado se baseia nos mesmos pilares do Pix tradicional: liquidez e custo. A principal vantagem, destacada por especialistas ao InfoMoney, é o recebimento imediato do valor total da venda. Diferente do cartão de crédito, onde o varejista recebe o montante em parcelas (ou paga taxas de antecipação), aqui o dinheiro entra no caixa instantaneamente, melhorando o fluxo de caixa.
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Além da liquidez, o custo operacional é um atrativo central. Alex Hoffmann, da PagBrasil, calcula que a economia com taxas pode ser substancial. Conforme reportado pelo InfoMoney, o lojista chega a economizar 14 vezes em taxas (cobradas por adquirentes e intermediadoras) ao optar pelo Pix em vez do cartão de crédito. Essa redução de custo permite ao lojista, inclusive, oferecer descontos mais agressivos para quem opta por essa modalidade.
Menos risco, mas quem paga a conta do crédito?
Outro benefício técnico importante é a drástica redução do risco de chargeback (quando o cliente contesta a compra). Transações via cartão de crédito, especialmente no e-commerce, estão sujeitas à contestação, gerando estornos e prejuízos ao vendedor. “No Pix, o pagamento é instantâneo e definitivo”, explica Hoffmann ao InfoMoney. A contestação só ocorre em casos de fraude comprovada, trazendo uma segurança operacional que o cartão não oferece.
Contudo, é aqui que o conflito central da modalidade aparece. O Pix Parcelado não é um parcelamento “sem juros” oferecido pela loja, como no cartão. Ele é, na prática, um empréstimo pessoal que o banco oferece ao cliente para quitar o Pix à vista com o lojista. O varejista recebe o valor integral (menos a taxa do Pix), mas o consumidor assume uma dívida com juros diretamente com seu banco. É o cliente quem paga a conta do parcelamento, e o lojista não tem poder de negociação sobre essa taxa.
O que muda com a padronização do Banco Central?
Atualmente, o Pix Parcelado existe de forma “não-oficial”, sendo uma solução de crédito oferecida individualmente por bancos e fintechs. Isso gera confusão no consumidor, pois cada instituição tem sua própria regra, interface e, principalmente, suas próprias taxas de juros. O InfoMoney destaca que a aceitação ainda é limitada, pois depende ativamente da oferta dessas instituições.
O Banco Central (BC) está trabalhando na regulamentação e padronização da modalidade, o que deve aumentar a visibilidade e a adesão. Gilmar Hansen, vice-presidente sênior de Produto do RecargaPay, afirmou ao InfoMoney que “a padronização vai tirar a confusão que existe hoje”, facilitando a comparação de ofertas pelo consumidor. Para o lojista, isso significa que mais clientes terão acesso à opção, potencialmente aumentando a conversão de vendas.
Vale a pena para o lojista? O dilema do controle
No fim, o Pix Parcelado se consolida como uma evolução do crédito digital, mas que beneficia mais o sistema financeiro (que ganha com os juros) e o consumidor (que ganha mais uma opção de pagamento) do que o lojista em si. Para o varejista, a vantagem se limita ao recebimento à vista e à redução de taxas, mas ele perde a capacidade estratégica de usar o “parcelado sem juros” como ferramenta de marketing, ficando refém das condições impostas por terceiros.
É uma excelente opção. O problema é que o brasileiro não é educado financeiramente e isso deveria mudar. A educação financeira deveria fazer parte da grade curricular desde o ensino fundamental.
Uma ilusão isso de parcelado sem juros né.. Ate o consumidor entender e aceitar que a juros é prerrogativa do banco dele vai ser uma dor de cabeça pro lojista.
Criança não tem que se preocupar com dinheiro. Se o salário mínimo desse pra pagar o mínimo (água, comida e moradia) o brasileiro não precisava ficar se endividando pra comprar um óculos, roupas, calçados e outras necessidades
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