1. Início
  2. / Economia
  3. / Picanha para todo mundo? Só que não! Com reajuste menor do salário mínimo, brasileiros comprarão quase 30 kg a menos de carne em 2025
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 5 comentários

Picanha para todo mundo? Só que não! Com reajuste menor do salário mínimo, brasileiros comprarão quase 30 kg a menos de carne em 2025

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 23/12/2024 às 15:53
Salário mínimo de R$ 1.502 em 2025 trará perdas no poder de compra. Carne, arroz e café ficarão mais caros, segundo pesquisa.
Salário mínimo de R$ 1.502 em 2025 trará perdas no poder de compra. Carne, arroz e café ficarão mais caros, segundo pesquisa.

O reajuste do salário mínimo para R$ 1.502 em 2025 pode deixar a mesa dos brasileiros mais vazia. Carne, arroz e até café terão redução drástica no consumo devido à inflação e à política econômica.

É como se os brasileiros recebessem um ingresso para um espetáculo, mas ao chegar ao evento, o palco estivesse vazio.

Com a previsão de reajuste do salário mínimo para R$ 1.502 em 2025, o que deveria ser uma boa notícia se transformou em uma realidade preocupante.

Ao invés de ampliar o poder de compra, o novo valor poderá deixar os consumidores com menos carne no prato e mais dificuldades no dia a dia.

Mas por que o aumento não traz alívio ao bolso? A resposta envolve inflação, política econômica e a matemática do poder de compra.

De acordo com dados divulgados pelo site Mercado Mineiro, a reposição da inflação e o tímido crescimento real não serão suficientes para evitar perdas expressivas no poder aquisitivo.

Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.412, e com o reajuste de 3,35% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) somado a um ganho real de 2,9%, chegará aos R$ 1.502 no próximo ano.

Contudo, a análise aponta que a inflação continuará corroendo o valor do salário, o que resultará em uma redução drástica no consumo de itens básicos como carne, arroz e café.

Inflação e seu impacto na mesa

A pesquisa detalha como a redução do poder de compra vai afetar diretamente a alimentação dos brasileiros.

Em 2024, com o salário mínimo atual, era possível adquirir 46 kg de carne bovina. No próximo ano, com o reajuste previsto, essa quantidade cairá para 42 kg.

O cenário não melhora para outros tipos de proteína. No caso da carne suína, o consumidor deixará de comprar 11 kg de costelinha, caindo de 60 kg para 49 kg.

Já o peito de frango, uma das opções mais populares e acessíveis, terá redução de 105 kg para 91 kg.

Esses números escancaram a dificuldade de manter uma alimentação equilibrada diante do aumento nos preços.

Produtos básicos, como arroz e feijão, também sofrerão impacto. O arroz, que era comprado em maior quantidade, será reduzido em sete pacotes, enquanto o café, afetado por questões climáticas, terá uma perda de 34 pacotes de 500g por ano.

Até o óleo de soja, essencial na cozinha, será comprado em menor volume: 93 unidades a menos, considerando embalagens de 900 ml.

Combustíveis e gás

O reflexo da inflação não se limita à mesa dos brasileiros. Os combustíveis também apresentam uma queda significativa no poder de compra.

De acordo com a pesquisa, será possível adquirir 25 litros a menos de gasolina e 76 litros a menos de etanol em 2025.

Já no caso do botijão de gás, o cenário se mantém estável, com a possibilidade de comprar a mesma quantidade de 13 unidades no próximo ano.

O feijão como exceção

Nem tudo está perdido. Entre os produtos analisados, o feijão carioquinha aparece como uma exceção.

Com o novo salário mínimo, o consumidor poderá comprar 255 kg, um aumento em relação aos 214 kg possíveis em 2024.

Essa variação demonstra que nem todos os itens seguirão a tendência de alta significativa nos preços.

O contexto político e econômico

A mudança no poder de compra é reflexo direto das políticas econômicas recentes.

A proposta de reajuste do salário mínimo, apresentada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, segue as regras do novo arcabouço fiscal.

Essa medida limita o crescimento das despesas a um intervalo entre 0,6% e 2,5% acima da inflação, dependendo do cenário econômico.

Apesar de garantir economia aos cofres públicos – estimada em R$ 11,9 bilhões entre 2025 e 2026 –, a proposta enfrentou resistência.

Ela contraria a bandeira histórica de valorização do salário mínimo defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerando atritos até mesmo na base governista.

O que está em jogo?

A redução do poder de compra evidencia os desafios enfrentados pelas famílias brasileiras diante de uma economia instável.

Embora o reajuste do salário mínimo tenha como objetivo acompanhar a inflação, ele não é suficiente para garantir uma melhora real no padrão de vida da população.

O cenário obriga os consumidores a adotar estratégias de economia e pesquisa de preços, como destaca o administrador do site Mercado Mineiro.

“A perda real do poder de compra mostra o impacto da inflação no dia a dia. Pesquisar preços é essencial para minimizar essa corrosão no orçamento”, reforça ele.

Diante desse panorama, a pergunta que fica é: como será possível garantir uma alimentação de qualidade e o acesso a itens essenciais com um poder de compra cada vez mais reduzido?

  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
6 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo
Inscreva-se
Notificar de
guest
5 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Emerson
Emerson
24/12/2024 15:30

Engraçado, não era o presidente dos pobres que iria resolver todos problemas do Brasil? Pelo visto, só está resolvendo a situação dele e dos **** aliados a ele. É só gasto exagerado com viagens, com o dinheiro dos impostos pagos por nós, que era para ser utilizado em benefícios do povo, mas todos vemos que não é assim com esse ****. E o pior, é que tem gente que acredita nele ainda, mesmo passando necessidade. Infelizmente todos estão pagando pelo erros de outros.

Alan
Alan
Em resposta a  Emerson
24/12/2024 22:00

LULADRÃO

Fernando
Fernando
25/12/2024 10:16

Ficamos 4 anos sem aumento NENHUM do salário mínimo, no último governo… E é justamente para evitar a inflação que o governo concederá um aumento real menor, pois o aumento do consumo cria pressão para aumento da inflação…
O comércio está batendo recordes em vendas… O aumento dos preços não está além do normal…

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x