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PIB do Brasil desacelera no 2º trimestre de 2025, mas serviços seguram a economia em meio a juros altos

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 01/09/2025 às 08:45
Gráfico de queda do PIB brasileiro com bandeira do Brasil e pilhas de moedas douradas.
Imagem ilustra a desaceleração da economia brasileira em 2025, com gráfico em queda, bandeira nacional e moedas representando atividade financeira.
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Expectativa de crescimento moderado em meio a incertezas internas e externas

A economia brasileira apresentou sinais claros de desaceleração no segundo trimestre de 2025.

Após um início de ano impulsionado pela supersafra agrícola e pelo consumo elevado das famílias, o cenário mudou.

Agora, as projeções indicam crescimento mais tímido. Esse movimento é contido pelo aperto nas condições de crédito e pelos efeitos prolongados da política monetária.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB) na próxima terça-feira.

Agricultura e indústria perdem força com juros altos

No primeiro trimestre de 2025, o PIB avançou 1,4% em relação ao último trimestre de 2024.

O resultado foi puxado pela agropecuária e pelos investimentos acima das expectativas.

Entretanto, no segundo trimestre, o setor agro apresentou leve retração. Esse movimento ocorreu devido à base de comparação elevada da safra recorde anterior.

Ao mesmo tempo, a indústria de transformação sentiu de forma mais intensa os juros elevados. A taxa básica foi fixada em 15% ao ano.

Segundo o economista Luís Otávio Leal, da G5 Partners, a alta dos juros impactou diretamente o crédito e aumentou a inadimplência.

Esse cenário restringiu o fôlego da produção industrial. Ainda que a indústria extrativa tenha mostrado algum crescimento, não foi suficiente para compensar a queda.

Serviços mantêm resiliência e sustentam a atividade

Enquanto agro e indústria perderam ritmo, os serviços mantiveram a economia em terreno positivo.

O setor de informação e comunicação segue em expansão. A digitalização empresarial e o avanço da inteligência artificial impulsionam esse movimento

Já os serviços prestados às famílias continuam aquecidos, sustentados pelo mercado de trabalho ainda forte e pela renda disponível.

Conforme destacou Rodolfo Margato, economista da XP, o mercado de trabalho permanece como um dos principais fatores de sustentação.

Esse cenário garante expansão em áreas sensíveis à renda. Ele também segura a atividade econômica contra uma retração maior.

Perspectivas para os próximos trimestres

Para o terceiro trimestre de 2025, as previsões são mais otimistas.

O pagamento de precatórios deve reforçar o consumo das famílias, ao lado da retomada da concessão do crédito consignado privado.

O uso do FGTS como garantia impulsionará esse movimento.

Além disso, a agricultura deve ganhar força novamente, especialmente com a safra de milho prevista para o período.

Economistas como Leal projetam crescimento de 0,7% no terceiro trimestre.

Já o quarto trimestre tende a ser mais desafiador.

Com a retirada dos estímulos pontuais e a continuidade dos efeitos da política monetária restritiva, a expectativa é de estagnação.

A variação pode ficar próxima de zero.

Incertezas externas e riscos do tarifaço americano

Além dos fatores internos, também há grande preocupação com os impactos externos. Por causa disso, analistas monitoram os desdobramentos no cenário internacional com atenção redobrada.

As tarifas impostas em agosto de 2025 pelo presidente dos EUA ainda não tiveram seus efeitos completamente dimensionados. Mesmo assim, já provocam instabilidade entre investidores e agentes econômicos.

Diante disso, cresce a sensação de incerteza nos setores produtivos. Ainda que os impactos sejam incertos, o clima de cautela já se espalha pelo mercado.

A economista Juliana Trece, do Ibre/FGV, alertou que esse ambiente de tensão pode frear novos investimentos. Além disso, os setores industriais e exportadores enfrentam riscos elevados.

Segundo ela, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer apenas 0,5% no segundo trimestre. No acumulado do ano, a expansão deve chegar a 2%.

Portanto, embora a economia brasileira continue crescendo, a intensidade da expansão é menor em comparação com os anos anteriores. Por esse motivo, o otimismo foi substituído por cautela.

Diante disso, a dúvida que permanece é: o país conseguirá sustentar esse ritmo em meio a tantos desafios?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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