Petróleo WTI e Brent registram queda acentuada com tensão entre Trump e China; Rússia e Oriente Médio impactam mercado global de commodities.
Os preços do petróleo WTI e do petróleo Brent atingiram suas menores cotações em cinco meses nesta sexta-feira (10/10/2025), em meio a uma combinação de tensões geopolíticas e ameaças tarifárias dos Estados Unidos contra a China.
O movimento acelerou perdas que já vinham se formando pela manhã, impulsionadas também pelo acordo de cessar-fogo confirmado em Gaza.
Segundo analistas, o mercado reagiu a uma série de fatores simultâneos: o anúncio de possíveis tarifas mais altas por Trump, o cessar-fogo no Oriente Médio e a instabilidade contínua envolvendo Rússia e Ucrânia. “É um golpe triplo hoje para o petróleo”, afirmou Rebecca Babin, da CIBC Private Wealth US.
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“O reacendimento das tensões tarifárias prejudicará a demanda, o cessar-fogo em Gaza reduziu o risco geopolítico, e investidores ainda têm espaço para aumentar suas posições vendidas.”
Petróleo WTI e Brent registram quedas expressivas
O petróleo WTI, com vencimento em novembro e negociado na Nymex (New York Mercantile Exchange), fechou em queda de 4,24%, perdendo US$ 2,61, e sendo cotado a US$ 58,90 o barril.
Já o petróleo Brent, referência internacional negociada na ICE (Intercontinental Exchange de Londres), recuou 3,82% (US$ 2,49), alcançando US$ 62,73 por barril.
Na semana, os índices acumulam perdas de 3,25% para o WTI e 2,78% para o Brent, refletindo a deterioração do sentimento de risco global.
Especialistas destacam que os contratos do petróleo atingiram os menores níveis entre quatro e cinco meses, diante do cenário atual.
A ameaça de Trump à China e o impacto no mercado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que seu governo “está calculando um grande aumento das tarifas sobre produtos da China”, em resposta a um movimento de Pequim que restringiu exportações de terras raras, consideradas estratégicas para a indústria global.
O mercado interpreta a ação como um potencial golpe à demanda global por petróleo, já que tarifas elevadas podem desacelerar o crescimento econômico da China, um dos maiores consumidores de energia do mundo.
Por outro lado, Trump planeja realizar uma cúpula de líderes mundiais sobre a situação em Gaza durante sua visita ao Egito na próxima semana, buscando minimizar riscos geopolíticos.
Geopolítica e especulação: Rússia e Oriente Médio no radar
Enquanto isso, a crise envolvendo Rússia e Ucrânia continua movimentando o capital especulativo no mercado de petróleo.
Notícias sobre o conflito incentivam entrada e saída de investimentos, contribuindo para a volatilidade das cotações.
Além disso, a redução do risco no Oriente Médio, com o cessar-fogo em Gaza, trouxe um efeito misto.
Embora alivie preocupações sobre interrupções no fornecimento, ainda há incerteza sobre como os eventos globais afetarão o equilíbrio de oferta e demanda da commodity.