Decisão americana de suspender tarifas por 90 dias injeta otimismo nos mercados, mas guerra comercial continua pressionando commodities
O mercado de petróleo reagiu com forte alta nesta quarta-feira (09/04) após anúncio do governo dos Estados Unidos sobre a suspensão temporária de tarifas de importação para a maioria dos países. Segundo informações do Eixos, apenas a China permanece com taxas elevadas, o que manteve o mercado em estado de alerta. O Brent fechou em alta de 4,23%, cotado a US$ 65,48 o barril, enquanto o WTI subiu 4,65%, para US$ 62,35.
Medida temporária dos EUA alivia pressão sobre commodities
De acordo com análise publicada pelo Valor Econômico, a decisão de Washington de reduzir temporariamente as tarifas para 10% trouxe alívio imediato ao mercado de petróleo. A medida, que vale por 90 dias, foi tomada após pressão de mais de 75 países que mantêm relações comerciais com os Estados Unidos.
Como destacado pela Reuters, essa flexibilização interrompeu uma sequência de cinco semanas de quedas nos preços do petróleo. No entanto, especialistas consultados pela CNN Brasil alertam que o cenário ainda é frágil, já que as tarifas contra a China permanecem em 125%, mantendo vivo o risco de uma escalada no conflito comercial.
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China como fator determinante para a demanda global de petróleo
Dados do último relatório da OPEP, citados pelo Eixos, mostram que a China responde por cerca de 14% do consumo mundial de petróleo. Essa dependência faz com que qualquer sinal de desaceleração na economia chinesa tenha impacto direto nos preços internacionais da commodity.
Um estudo recente do Banco Mundial, reproduzido pelo Valor Econômico, projeta que a continuação da guerra comercial pode reduzir em até 0,5% o crescimento global em 2025. Essa perspectiva tem levado investidores a migrarem parte de seus recursos para ativos considerados mais seguros, como ouro e títulos públicos, conforme apontam analistas da Reuters.
Reações no setor energético: Brasil mantém projetos, EUA revisam produção
Em comunicado oficial divulgado nesta terça-feira (08/04), a Petrobras afirmou que mantém todos os seus projetos de exploração de petróleo, incluindo os no pré-sal. Como reportado pelo Valor Econômico, a estatal trabalha com um preço mínimo de US$ 28 o barril em seus cálculos de viabilidade, o que a manteria competitiva mesmo em cenários adversos.
Por outro lado, a Bloomberg destacou em sua última análise que produtores americanos de xisto já começam a rever seus planos. Com custo médio de produção em torno de US$ 62 o barril, muitas empresas podem ser forçadas a reduzir atividades caso os preços voltem a cair abaixo desse patamar.
Perspectivas para os próximos meses: entre a esperança e a cautela no mercado de petróleo
Especialistas do Goldman Sachs, em relatório citado pela CNN Brasil, projetam que o Brent pode atingir US$ 70 até o final do ano caso haja avanços nas negociações comerciais. No entanto, eles ressaltam que esse cenário depende diretamente de um possível acordo entre EUA e China.
Já analistas do JP Morgan, em material publicado pelo Eixos, mantêm uma visão mais cautelosa. Eles argumentam que mesmo com a suspensão temporária de tarifas, a incerteza política e comercial deve manter os preços oscilando entre US$ 60 e US$ 68 pelo menos até o terceiro trimestre.