Petróleo cai com foco na reunião entre Trump e Xi Jinping e nas tensões geopolíticas envolvendo Rússia e Ucrânia.
Os preços do petróleo encerraram o pregão desta segunda-feira (27/10/2025) em leve queda, refletindo a cautela dos investidores antes de duas decisões importantes no cenário internacional: a definição da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), marcada para quarta-feira, e o aguardado encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, previsto para quinta.
As tensões envolvendo Rússia e Ucrânia também aumentaram a volatilidade nos mercados de energia, ampliando a incerteza global.
Investidores atentos ao Fed e à política global
Os contratos futuros do petróleo WTI, negociados na bolsa de Nova York (Nymex), recuaram 0,31%, fechando a US$ 65,31 o barril. Já o Brent, referência internacional cotada em Londres, caiu 0,46%, encerrando o dia a US$ 64,90.
-
Nova fronteira da Petrobras pode revolucionar o PIB do Brasil com R$419 bilhões e 2,1 milhões de empregos
-
Investida da China no petróleo brasileiro transforma pré-sal em novo campo estratégico para Pequim
-
Amapá quer usar royalties do petróleo para criar fundo verde com apoio da Petrobras
-
Disputa judicial: MPF recorre contra exploração de petróleo e cobra Ibama e Petrobras por transparência ambiental
O movimento de baixa reflete o comportamento cauteloso dos investidores, que aguardam o posicionamento do Fed sobre o ritmo dos juros nos Estados Unidos e o impacto da política monetária sobre o crescimento global.
Analistas avaliam que a decisão do banco central norte-americano pode influenciar diretamente a demanda por energia.
Taxas mais altas tendem a esfriar o consumo e a atividade industrial, reduzindo o apetite por combustíveis. Por outro lado, uma postura mais moderada poderia aliviar os temores de desaceleração econômica.
Encontro entre Trump e Xi Jinping movimenta o mercado
A expectativa em torno da reunião entre Trump e Xi Jinping é outro fator determinante no comportamento dos preços do petróleo.
Os dois líderes devem discutir questões comerciais entre as maiores economias do mundo, buscando amenizar as disputas tarifárias que afetam cadeias globais de suprimento.
Trump afirmou nesta segunda-feira que há uma “boa chance” de fechar um acordo com Pequim, e até mencionou a possibilidade de visitar a China no início do próximo ano. “Tenho muito respeito pelo presidente Xi.
Gosto dele, e acho que ele gosta de mim também. Ele respeita o nosso país”, declarou o ex-presidente norte-americano, reforçando o tom diplomático às vésperas do encontro.
Rússia e Ucrânia mantêm tensão no radar
Enquanto isso, as preocupações geopolíticas continuam a influenciar o mercado de energia. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou que pretende intensificar ataques de longo alcance contra refinarias de petróleo em território russo.
A declaração elevou as tensões com Moscou, especialmente após Trump alertar o presidente Vladimir Putin sobre os testes de mísseis nucleares conduzidos pela Rússia.
Esses episódios adicionam incerteza à oferta global de petróleo, já pressionada por sanções ocidentais e riscos de interrupções no fornecimento energético vindos do Leste Europeu.
Análise das commodities e perspectivas
De acordo com relatório da Sparta Commodities, os investidores seguem focados na dinâmica entre Estados Unidos, China e Rússia, com atenção aos possíveis impactos das sanções sobre o fluxo internacional de petróleo.
“O período de um mês pode dar tempo para que os participantes do mercado se ajustem”, destacou a consultoria, ao comentar o cenário atual.
A corretora XM Arabia também aponta que o mercado de petróleo continua sob pressão, em meio a temores de excesso de oferta e demanda enfraquecida.
Segundo a empresa, “o sentimento dos investidores depende da estabilidade fiscal e da dinâmica comercial global nos próximos meses”.
Panorama geral
Com o cenário internacional tomado por incertezas — envolvendo o Fed, o encontro entre Trump e Xi Jinping, e as tensões entre Rússia e Ucrânia —, o mercado de petróleo segue volátil e dependente de decisões políticas e econômicas que podem redefinir o equilíbrio entre oferta e demanda nas próximas semanas.
A combinação entre geopolítica, política monetária e negociações comerciais deve continuar ditando o ritmo dos preços do barril, reforçando a sensibilidade do mercado de energia aos desdobramentos diplomáticos e econômicos globais.



Seja o primeiro a reagir!