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Petroleiros solicitam que Petrobras cancele edital de afretamento da plataforma FPSO na Bacia de Campos

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 21/08/2023 às 15:29
Os petroleiros da FUP e do Sindipetro-NF se uniram para solicitar o cancelamento do edital de afretamento do FPSO. A plataforma da Petrobras na Bacia de Campos se tornou discussão do mercado de combustíveis.
Fonte: Além da Superfície

Os petroleiros da FUP e do Sindipetro-NF se uniram para solicitar o cancelamento do edital de afretamento do FPSO. A plataforma da Petrobras na Bacia de Campos se tornou discussão do mercado de combustíveis.

Petroleiros da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) estão em conflito com a Petrobras desde a última sexta-feira, (18/08), devido a um edital de licitação para o afretamento de uma plataforma FPSO na Bacia de Campos. O principal ponto de discórdia é o conteúdo local exigido no edital, sendo de apenas 10%, causando preocupações sobre a negligência à indústria nacional por parte da petroleira estatal.

FUP e Sindipetro-NF solicitam cancelamento de edital de afretamento da Petrobras

A FUP e o Sindipetro-NF seguem nesta semana com seus conflitos junto à Petrobras.

O foco do conflito é o edital de licitação para o afretamento de uma plataforma FPSO para o projeto de revitalização dos campos de Barracuda e Caratinga, na famosa Bacia de Campos, localizada no Rio de Janeiro.

Um dos principais pontos de discórdia é o baixo conteúdo local estabelecido no edital, fixado em meros 10%.

Os petroleiros argumentam que um percentual tão baixo e a isenção de multas em caso de não cumprimento desse índice equivalem, na prática, a um conteúdo zero.

Isso permitiria que os fornecedores ignorassem a indústria nacional e os trabalhadores brasileiros, algo que a FUP e o Sindipetro-NF consideram inaceitável no contexto do mercado atual.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, destaca que um dos compromissos do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é retomar a indústria naval no Brasil.

Bacelar critica a mentalidade ainda presente na empresa, que reflete parâmetros burocráticos do governo anterior.

Ele argumenta que é necessário fazer mudanças estruturais para que a indústria brasileira seja fortalecida, mas que os 10% fixados no edital da plataforma FPSO da Petrobras não contribuirão para isso.

O edital em questão define que a porcentagem mínima de Conteúdo Local esperado é de 10%. Surpreendentemente, o não cumprimento desse índice não resultará em multas ou sanções para a contratada.

Isso levanta questionamentos sobre a eficácia das políticas de incentivo à indústria local, causando um forte descontentamento por parte dos petroleiros da FUP e do Sindipetro-NF.

Petroleiros não aceitarão baixa taxa de conteúdo local fixada pela Petrobras em seu edital

A FUP e o Sindipetro-NF não pretendem aceitar a situação do afretamento da plataforma FPSO na Bacia de Campos sem antes disputar com a estatal.

Tezeu Bezerra, coordenador-geral do Sindipetro-NF, afirma que ambos os sindicatos estão determinados a mudar o cenário. A recusa em aceitar a licitação é clara, e a exigência é pelo cancelamento do edital.

“É crucial o cancelamento deste edital. Contratos devem ser firmados com base em regras de um conteúdo local que respeite a capacidade de encomendas à indústria local de construção naval”, afirmou.

Os petroleiros também destacam a importância de contratos firmados com base em regras que respeitem a capacidade da indústria local de construção naval.

Eles lembram do decreto presidencial que instituiu a Comissão Interministerial de Inovações e Aquisições, ressaltando que o conteúdo local é um instrumento vital para o desenvolvimento do setor industrial brasileiro.

A disputa entre os petroleiros e a Petrobras sobre o edital de afretamento de plataforma FPSO na Bacia de Campos destaca o embate em torno do conteúdo local e a retomada da indústria naval no Brasil.

O desfecho dessa batalha terá implicações significativas não apenas para os petroleiros, mas também para o desenvolvimento econômico do país.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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