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Petroleiros solicitam ao presidente eleito Lula, que suspenda o acordo entre o Cade e a Petrobras para a privatização de refinarias de petróleo nos próximos anos

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 15/12/2022 às 12:19
Lula recebeu uma solicitação da FUP para a suspensão da privatização das refinarias de petróleo. A Petrobras e o Cade haviam feito um acordo para a concessão de oito plantas durante o ano de 2019.
Fonte: EBC

Após ser eleito como o novo presidente do Brasil, Lula recebeu uma solicitação da FUP para a suspensão da privatização das refinarias de petróleo no país. A Petrobras e o Cade haviam feito um acordo para a concessão de oito plantas durante o ano de 2019.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) continua lutando pela preservação dos ativos estatais no mercado de petróleo e gás natural. Os representantes do órgão foram ao encontro do presidente Lula para solicitar a suspensão do acordo entre a Petrobras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que previa a venda de 8 refinarias brasileiras. O recém-eleito presidente veio a público nesta terça-feira, (13/12), e afirmou que as privatizações não continuarão ocorrendo em seu mandato.

Acordo entre Cade e Petrobras para a privatização de refinarias de petróleo pode prejudicar mercado nacional e FUP solicita suspensão das vendas

Os anos do Governo Bolsonaro no Brasil foram marcados por fortes incentivos ao mercado privado, incluindo diversos projetos de privatização de ativos estatais.

Entre eles, estava a privatização de oito refinarias de petróleo da Petrobras, prevista após um acordo firmado entre a estatal e o Cade em 2019.

No entanto, com a recém-vitória do presidente Lula, os rumos para o segmento podem mudar. O presidente é conhecido por ser um grande apoiador do mercado estatal e dos projetos do Estado.

Por isso, a FUP solicitou ao executivo que seja realizada a suspensão do acordo de privatização das refinarias brasileiras, com o objetivo de preservar as quatro restantes, visto que as outras já foram entregues ao mercado privado.

O  presidente da FUP, Deyvid Bacelar, que integra o Grupo de Trabalho (GT) de Minas e Energia da equipe de transição, destacou que “o acordo com o Cade é prejudicial e contrário à política de refino do programa do setor de óleo e gás do governo Lula, que sinaliza a necessidade de ocupar mais o mercado brasileiro, que é o sexto maior mercado consumidor do mundo”.

A FUP aponta que a Petrobras ficou omissa quanto aos prejuízos no mercado nacional de refino e aceitou a proposta do Cade sem pensar nas consequências futuras da ação.

Agora, após a venda de 4 refinarias ao mercado privado, a federação espera barrar a continuidade do projeto de privatização.

Lula vem a público e afirma que estrangeiros são bem-vindos, mas não para a privatização dos ativos estatais, durante o seu mandato

Após a pressão da FUP e a solicitação de um posicionamento por parte do executivo, o presidente Lula veio a público e afirmou que as privatizações irão acabar em seu mandato.

Ele disse que os estrangeiros são bem-vindos no Brasil, mas não para comprar as empresas e projetos estatais, pois esses não estão à venda, incluindo as refinarias da Petrobras.

“Vão acabar as privatizações nesse país. Já privatizaram quase tudo e vamos provar que algumas empresas públicas vão poder mostrar a sua rentabilidade. Queremos dizer ao mundo inteiro que, quem quiser vir para cá, venha. Tem trabalho, tem as coisas para vocês fazerem, tem projeto novo para investimentos. Mas não venham aqui para comprar as nossas empresas públicas porque elas não estão à venda”, anunciou o presidente.

A equipe de transição do Governo Lula já solicitou a paralisação da privatização das refinarias da Petrobras, além de outros ativos, como o Porto de Santos, a  Dataprev, os Correios e os aeroportos de Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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