Petrobras retoma obras com investimento de R$ 3,5 bilhões. Expectativa é gerar 8 mil empregos, reduzindo dependência externa e fortalecendo economia local.
Uma decisão estratégica da Petrobras promete mudar os rumos do setor de fertilizantes no Brasil e atrair milhares de empregos para Mato Grosso do Sul.
A estatal anunciou a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), um projeto de proporções bilionárias que estava abandonado há uma década.
Com essa movimentação, a maior produtora de ureia e amônia da América do Sul deve finalmente ser finalizada, marcando um novo capítulo para o setor de fertilizantes e para o desenvolvimento regional.
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A retomada do projeto foi aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras e deverá gerar até 8 mil vagas de emprego durante a fase de construção, com 600 vagas adicionais quando a unidade entrar em operação.
De acordo com a Petrobras, o empreendimento, localizado em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, recebeu um provisionamento de R$ 3,5 bilhões para a busca de novos parceiros.
Esse investimento marca a fase inicial do planejamento estratégico da estatal, com projeção de conclusão para 2026 e início da operação previsto para 2028.
Compromisso Regional E Liderança Política
O projeto da UFN3 ganhou novo fôlego após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o apoio político da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que fez da conclusão desta obra uma de suas bandeiras de campanha.
Tebet, natural de Três Lagoas, esteve ativamente engajada nas negociações para acelerar a retomada do empreendimento, considerando-o essencial para o fortalecimento da economia local e nacional.
Detalhes do Investimento e Parcerias
Até o momento, a Petrobras já investiu aproximadamente R$ 3,9 bilhões no projeto, que estava 80% concluído antes de ser paralisado em 2014.
A estatal informou que, apesar dos anos de inatividade, a estrutura da UFN3 encontra-se bem conservada, embora sejam necessários alguns ajustes para concluir as obras.
Segundo a empresa, a aprovação do Conselho é apenas o primeiro passo, e a Petrobras agora buscará parceiros no mercado para finalizar o projeto, com a expectativa de receber propostas até o primeiro semestre de 2025.
A unidade terá capacidade de produção significativa de ureia e amônia, utilizando como matéria-prima água e gás natural e sendo autossuficiente em energia elétrica.
O fornecimento de gás deverá vir, preferencialmente, do gasoduto Bolívia-Brasil, com planos de contingência em caso de eventuais interrupções do fornecimento boliviano.
Implicações econômicas e sociais para o Centro-Oeste
Em visita ao Rio de Janeiro, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, e a ministra Tebet, além de outras autoridades estaduais, reuniram-se com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, para alinhar o cronograma e estratégias para a obra.
O governador destacou que a unidade trará uma “mudança estrutural” para a região, ampliando a oferta de fertilizantes e reforçando a economia local.
Chambriard, por sua vez, reconheceu a importância da UFN3 para o Brasil, especialmente para o Centro-Oeste.
Durante o encontro, a presidente foi convidada a visitar o futuro complexo de fertilizantes, para acompanhar de perto o avanço das obras.
Este evento marca um esforço coordenado entre a Petrobras e o governo estadual para garantir que o cronograma avance conforme planejado.
Uma década de imbróglios e desafios
A construção da UFN3 começou em 2011, mas em 2014 as obras foram suspensas devido a escândalos de corrupção envolvendo empresas do consórcio responsável.
Desde então, a Petrobras fez diversas tentativas para vender a planta, sem sucesso.
Em 2018, por exemplo, tentou incluir a unidade de Araucária Nitrogenados no pacote, mas a combinação complicou a negociação.
Em 2020, a gigante russa Acron tentou comprar a UFN3, mas problemas na Bolívia interferiram, adiando o processo de venda.
Depois de várias tentativas e negociações falhas, o processo de venda foi oficialmente encerrado em janeiro de 2023.
Com isso, a expectativa pela retomada do projeto cresceu, especialmente entre os trabalhadores e moradores de Três Lagoas, que veem na conclusão da UFN3 uma oportunidade de recuperação econômica e geração de empregos.
Expectativas e projeções
A Petrobras pretende iniciar a construção ainda durante o mandato de Lula e do governador Riedel.
No entanto, considerando o tempo de construção de até 18 meses, o prazo já é apertado, e os líderes políticos buscam agilizar ao máximo o início das obras para cumprir o cronograma.
A expectativa é que a UFN3 esteja em plena operação em 2028, atendendo a um mercado crescente e estratégico para o setor agrícola brasileiro.
Com a retomada das obras, você acredita que a produção nacional de fertilizantes poderá reduzir nossa dependência de importações e fortalecer a economia do Centro-Oeste?