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Petrobras sofre cortes no fornecimento de gás natural pela boliviana YPFB e tomará medidas para cumprimento de contrato

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 21/05/2022 às 23:01
Atualizado em 27/05/2022 às 11:59
Após os cortes no fornecimento de gás natural da boliviana YPFB à estatal brasileira Petrobras, a companhia divulgou uma nota afirmando que tomará as medidas necessárias para o cumprimento do contrato como previsto no acordo inicial
Foto: Daniel Marenco | Folhapress

Após os cortes no fornecimento de gás natural da boliviana YPFB à estatal brasileira Petrobras, a companhia divulgou uma nota afirmando que tomará as medidas necessárias para o cumprimento do contrato como previsto no acordo inicial

A estatal brasileira Petrobras anunciou recentemente, um corte de cerca de 30% no fornecimento de gás natural da empresa boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). E, durante o último sábado, (21/05), a estatal voltou a falar sobre o assunto e afirmou que tomará as medidas necessárias para que a companhia boliviana cumpra o contrato de fornecimento como estabelecido inicialmente na parceria.

Companhia boliviana YPFB realiza corte de 30% no fornecimento de gás natural à Petrobras e estatal sente impacto no abastecimento do combustível

A Petrobras anunciou no início da semana um alto corte realizado pela companhia boliviana de gás natural YPFB no fornecimento do combustível à estatal. Assim, foi realizado um corte total de 30% na cadeia de fornecimento, o que equivale a 6 milhões de metros cúbicos de combustível por dia. E, com isso, a queda diminuiu o alívio sentido pela Petrobras no primeiro trimestre do ano, quando comemorou a redução de importação de GNL e a consequente queda nos custos.

Ainda segundo o primeiro anúncio da estatal brasileira, a companhia boliviana não teria explicado o motivo do alto corte no fornecimento de gás natural e havia apenas realizado a diminuição na distribuição. No entanto, acredita-se que o corte  teria sido motivado pelo início do fornecimento de gás da Bolívia para a Argentina por preços melhores do que os praticados pela Petrobrás. Isso pois o preço do gás natural foi bastante elevado nos últimos meses em razão dos conflitos internacionais entre a Rússia e a Ucrânia e todo o impacto no mercado global. 

Dessa forma, se antes da pandemia o milhão de BTU (medida usada na comercialização do insumo) era negociado a US$ 5, nesta quarta-feira o preço girava em torno de US$ 27 o milhão de BTU, depois de já ter batido US$ 34. Com isso, a queda no fornecimento de gás natural à estatal brasileira poderá impactar fortemente a cadeia de produção e distribuição da empresa no território nacional, caso o problema não consiga ser resolvido com a YPFB o quanto antes para mitigar os danos futuros. 

Estatal divulga nota de esclarecimento e afirma que tomará medidas para que a YPFB cumpra com o contrato de fornecimento de gás natural 

Desde o início do contrato com a estatal brasileira, a parceria prevê que a YPFB forneça à Petrobras o volume contratado de 30 MM m³/dia, além de prever consequências ao fornecedor em caso de falha de fornecimento, as quais serão aplicadas pela Petrobrás à companhia boliviana. E, com a queda na entrega de gás natural à estatal durante este mês, a empresa brasileira divulgou uma nota afirmando que tomará as medidas necessárias para que o contrato seja cumprido devidamente.

Além disso, a Petrobras afirmou: “Ressaltamos que os contratos de venda de gás natural celebrados pela Petrobrás com os seus clientes possuem preço previamente estabelecido, cuja atualização é baseada em fórmulas paramétricas atreladas a indicadores de mercado e acordadas entre as partes, as quais não são afetadas por situações pontuais de falhas com fornecedores.  A Petrobrás reafirma o seu compromisso com os seus clientes e com o cumprimento das condições estabelecidas contratualmente”.

Após o corte no fornecimento, a Petrobras deu ciência às instâncias governamentais cabíveis, bem como informou as medidas adotadas para assegurar o fornecimento aos seus clientes e, agora, continua com seus esforços para estabelecer as medidas possíveis para que o abastecimento de gás natural não seja afetado mais intensamente nos próximos dias.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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