Entre 16 maiores petroleiras, só 3 não atuam na distribuição. Levantamento mostra que Petrobras, Equinor e QatarEnergy estão fora do segmento, enquanto gigantes globais ampliam presença.
Um estudo do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) revelou que, entre as 16 maiores petroleiras do mundo, apenas três não atuam na distribuição de combustíveis: Petrobras, Equinor e QatarEnergy. O dado expõe uma diferença estratégica em relação às principais companhias globais, que utilizam a integração entre exploração, refino e distribuição para reduzir riscos e aumentar a competitividade.
No caso brasileiro, a Petrobras foi impedida de participar desse mercado após a privatização da BR Distribuidora, concluída em 2019. A empresa, rebatizada como Vibra, mantém até 2029 o uso da marca BR em seus postos, mas sem vínculo de operação com a estatal.
Impacto da ausência da Petrobras na distribuição
A saída da Petrobras da distribuição teve efeitos diretos sobre o setor e sobre o bolso do consumidor. Sem a presença da estatal, o Brasil perdeu capacidade de influenciar o preço dos derivados fora da refinaria, limitando o alcance de reduções feitas pela empresa.
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Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) comprovam essa distorção: entre janeiro de 2023 e abril de 2025, enquanto o diesel caiu 23,9% e o gás de cozinha recuou 17% nas refinarias da Petrobras, os preços ao consumidor registraram queda mínima ou até alta. Nesse mesmo período, a gasolina vendida aos motoristas subiu 25,5%, mostrando que a margem na distribuição tem pesado no custo final.
Como as 16 maiores petroleiras atuam
Das 16 gigantes analisadas, 13 mantêm operação integrada na distribuição de combustíveis, utilizando postos, redes próprias e participação em empresas de downstream para consolidar resultados. Esse modelo cria um colchão de equilíbrio: eventuais perdas em exploração e refino podem ser compensadas pela margem na revenda.
Já no Brasil, a ausência da Petrobras contrasta com práticas adotadas por companhias como Shell, ExxonMobil e TotalEnergies, que reforçam sua presença global no varejo de combustíveis. Segundo especialistas, essa limitação reduz a autonomia do país em momentos de crise e aumenta a dependência de intermediários privados.
Consequências econômicas para os consumidores
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) defende o retorno da estatal ao segmento de distribuição. Para a entidade, a falta de uma empresa integrada enfraquece a coordenação nacional e expõe o consumidor à volatilidade internacional dos preços.
Além disso, o custo elevado dos combustíveis impacta diretamente transporte, alimentos e logística, ampliando a pressão inflacionária e atingindo de forma desigual diferentes setores da economia. Para os especialistas, o controle parcial do mercado limita o potencial da Petrobras de atuar como instrumento de política pública.
O anúncio de que a Petrobras poderá retomar sua participação no mercado de GLP (gás de cozinha) foi visto como um avanço, mas o retorno total à distribuição de líquidos segue barrado até 2029, conforme contrato firmado na privatização. Essa barreira, herdada do governo anterior, é apontada como um dos principais entraves à soberania energética e ao controle social sobre os preços.
E você, acredita que a Petrobras deveria voltar a atuar na distribuição junto às 16 maiores petroleiras? Essa mudança traria impacto direto no preço dos combustíveis para o consumidor? Deixe sua opinião nos comentários.