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Petrobras fecha parceria com membro do Brics e embarca 6 milhões de barris rumo à Ásia em acordo bilionário

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 17/10/2025 às 16:06
Petrobras fecha contrato bilionário com a Índia para exportar 6 milhões de barris de petróleo, ampliando a presença brasileira na Ásia.
Petrobras fecha contrato bilionário com a Índia para exportar 6 milhões de barris de petróleo, ampliando a presença brasileira na Ásia.
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A Petrobras firmou um contrato histórico com a Índia para exportar 6 milhões de barris de petróleo, fortalecendo a presença brasileira no mercado asiático e ampliando o comércio com um dos principais membros do Brics.

A Petrobras assinou contrato com a estatal Bharat Petroleum Corporation Limited (BPCL), da Índia, para fornecer até 6 milhões de barris de petróleo ao longo de um ano.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (16) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, durante missão oficial em Nova Délhi.

Segundo ele, o entendimento amplia a presença do Brasil no mercado asiático e fortalece a corrente de comércio com um parceiro estratégico do Brics.

Contrato e escopo do fornecimento

Pelos termos divulgados publicamente, trata-se de um acordo anual, com possibilidade de prorrogação, voltado ao suprimento de óleo bruto brasileiro para refinarias indianas.

Alckmin classificou o acerto como uma demonstração de confiança na estatal e na economia brasileira.

Em seu relato, a aquisição pela Índia reforça a previsibilidade de escoamento da produção nacional e tende a abrir espaço para novos compromissos comerciais na área de energia.

A Petrobras não detalhou oficialmente cronograma de carregamentos, rotas ou especificações de blend.

Até o momento, o governo informou apenas o volume total previsto e o prazo do compromisso.

Fontes ouvidas pela pasta de Minas e Energia apontam que as entregas ocorrerão no curso do contrato, sem especificar portos de origem no Brasil ou janelas de embarque.

Índia: demanda elevada e diversificação

A Índia figura entre os maiores importadores de petróleo do mundo e busca diversificar fornecedores para reduzir riscos geopolíticos e garantir competitividade às suas refinarias.

Nesse contexto, a aproximação com o Brasil atende a uma estratégia de abastecimento que combina compras spot e contratos de termo, com a BPCL atuando como uma das principais compradoras estatais.

Para o Brasil, a venda se soma ao esforço de consolidar o país como fornecedor de óleo do pré-sal para mercados emergentes.

Após sucessivos recordes, o petróleo consolidou-se como um dos principais itens da pauta exportadora brasileira, o que dá ao acordo relevância econômica e logística.

Comércio bilateral: números atualizados

Enquanto o texto político ressalta a ampliação do intercâmbio, os dados oficiais mais recentes indicam que a corrente de comércio Brasil–Índia somou US$ 12,1 bilhões em 2024, com o país asiático entre os principais fornecedores do mercado brasileiro e também um destino relevante para exportações nacionais.

A estimativa do governo é elevar esse fluxo nos próximos anos, com base em novos entendimentos em energia, biocombustíveis, fármacos, tecnologia e agronegócio.

Além da agenda privada, as equipes técnicas discutem ajustes e ampliação do acordo comercial entre o Mercosul e a Índia, com foco na redução gradual de tarifas e na simplificação de regras para bens industriais e agroindustriais.

A sinalização é de que os dois lados pretendem acelerar o calendário de conversas para capturar oportunidades de investimento e de integração de cadeias.

O que muda para Petrobras e para o Brasil

Para a Petrobras, contratos de médio prazo com refinadores asiáticos ajudam a dar previsibilidade ao escoamento de volumes, complementando vendas spot e melhorando a gestão comercial do portfólio de óleos.

A demanda indiana tem apetites distintos por qualidades de cru, e o pré-sal — frequentemente com elevado teor de diesel após refino — costuma ter boa aceitação nas refinarias mais modernas.

No plano macro, acordos desse tipo contribuem para equilíbrio da balança comercial e para a entrada de divisas.

Ao mesmo tempo, impõem desafios logísticos: coordenação de janelas de atracação, disponibilidade de navios adequados e compatibilidade de padrões de carga e descarga nos terminais brasileiros e indianos.

A Transpetro, subsidiária logística da Petrobras, é responsável por parte significativa da operação de movimentação de petróleo no país.

Missão oficial e próximos passos

A agenda que levou o vice-presidente a Nova Délhi incluiu reuniões com autoridades locais e encontros com empresários de ambos os países.

O objetivo, segundo o governo brasileiro, é ampliar o fluxo de comércio e investimentos com a Índia e destravar frentes de cooperação em setores de alta intensidade tecnológica.

Foram citados ainda temas como transição energética, descarbonização de cadeias e estímulos a projetos em biocombustíveis, área em que o Brasil busca difundir expertise e padrões regulatórios.

Além do contrato com a BPCL, a comitiva discutiu iniciativas de facilitação comercial e possibilidades de parcerias industriais.

O Itamaraty e o MDIC trabalham na retomada de fóruns bilaterais e em mecanismos de monitoramento do comércio para acompanhar metas e remover entraves técnicos, alfandegários e sanitários.

A expectativa é que o resultado dessa coordenação apareça em novos anúncios setoriais ao longo dos próximos meses.

Contexto político e institucional

A cooperação reforça o eixo Sul–Sul em um momento de reconfiguração de cadeias globais e de busca por segurança energética.

Brasil e Índia integram o Brics e mantiveram agendas de alto nível em 2025.

Vale registrar que a presidência brasileira do G20 ocorreu em 2024, com cúpula realizada no Rio de Janeiro; neste ano, o fórum passou a outro país, mas as discussões sobre comércio, clima e energia seguem orientando a diplomacia econômica brasileira.

Embora o título destaque “acordo bilionário”, o governo não divulgou valores; o montante final depende de preço do barril, qualidade do óleo, prazos e custos logísticos.

Em termos de referência, a escala de 6 milhões de barris em um ano é material para o balanço de exportações, mas o cálculo financeiro só pode ser feito com parâmetros comerciais precisos, que não foram informados.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas e também editor do portal CPG. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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