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Petrobras estuda investir na Raízen endividada em R$ 17,5 bilhões, reacendendo disputa entre Cosan, Shell e pequenos produtores de etanol

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 16/08/2025 às 10:57
Possível entrada da Petrobras na Raízen pode transformar equilíbrio do setor de etanol e acelerar investimentos em energia limpa no Brasil
Possível entrada da Petrobras na Raízen pode transformar equilíbrio do setor de etanol e acelerar investimentos em energia limpa no Brasil
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Petrobras estuda investir na Raízen em volta ao setor de etanol. Estatal analisa formatos de entrada na joint venture da Cosan e Shell, enquanto a Raízen enfrenta dívida bilionária e busca reequilibrar seu portfólio

A informação de que a Petrobras estuda investir na Raízen movimentou o setor de energia e biocombustíveis no Brasil. A estatal, segundo fontes ligadas às negociações, avalia diferentes possibilidades: desde se tornar sócia direta da joint venture formada por Cosan e Shell, até adquirir ativos específicos ligados à produção de etanol. A iniciativa marcaria a volta da empresa ao setor, prioridade já mencionada pela presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

O interesse ocorre em um momento delicado para a Raízen. A companhia acumula dívida de R$ 17,5 bilhões e registrou prejuízo de R$ 946 milhões no último trimestre. Apesar das dificuldades financeiras, a empresa é vista como estratégica por ser uma das maiores produtoras globais de etanol a partir da cana e a única no mundo a operar comercialmente o etanol de segunda geração, produzido com reaproveitamento da biomassa.

Por que a Petrobras mira a Raízen

Ao considerar diferentes formatos de entrada, a estatal busca ampliar sua presença no setor de biocombustíveis sem descumprir a cláusula de não competição com a Vibra (antiga BR Distribuidora), que segue válida até 2029. Uma das alternativas seria separar ativos relacionados à produção de etanol da parte de distribuição, que opera sob a marca Shell com mais de 8 mil postos no Brasil, Argentina e Paraguai.

Segundo analistas do setor, a entrada da Petrobras na Raízen seria um primeiro passo para retomar relevância na cadeia de distribuição de combustíveis. O movimento também dialoga com o reposicionamento da estatal em negócios de energia limpa, incluindo gás e alternativas renováveis.

Situação financeira e busca por sócios

A Cosan, controladora da Raízen ao lado da Shell, tem como prioridade reduzir dívidas e equilibrar o portfólio de negócios. O presidente da companhia, Marcelo Martins, afirmou que a venda parcial de ativos e a entrada de um sócio estratégico são opções em estudo. “Trazer um sócio que esteja alinhado à nossa estratégia é essencial”, disse em conferência com investidores.

Nesse processo, a Raízen já realizou ajustes: encerrou a operação da usina Santa Elisa em São Paulo, vendeu contratos para a São Martinho e se desfez de 55 usinas de geração distribuída para a Thopen Energia e a Gera Holding. Outras negociações incluem a possível venda de usinas no Mato Grosso do Sul e em São Paulo.

Impactos no mercado de etanol

Se confirmada, a notícia de que a Petrobras estuda investir na Raízen pode alterar significativamente o equilíbrio do setor. A estatal voltaria a atuar em um mercado estratégico para o Brasil, onde o etanol desempenha papel central na matriz energética e no debate sobre descarbonização.

Para especialistas, a movimentação reforça a tendência de concentração de grandes players no setor, o que pode trazer mais investimentos em tecnologia, mas também maior pressão competitiva sobre pequenos produtores de etanol e distribuidoras independentes.

A decisão final sobre a entrada da Petrobras deve ocorrer até o fim de 2025. Caso avance, representará não apenas a retomada da estatal no mercado de biocombustíveis, mas também um reforço à sua estratégia de diversificação e expansão em energias limpas.

Você acredita que a volta da Petrobras ao setor de etanol fortalece a transição energética no Brasil ou cria riscos de concentração excessiva no mercado? Deixe sua opinião nos comentários — sua visão ajuda a enriquecer o debate.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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