Companhia conclui centro de resgate de fauna e aguarda decisão do Ibama sobre perfuração na Margem Equatorial
A Petrobras concluiu a construção de um centro de resgate de animais selvagens em Oiapoque, no estado do Amapá. O espaço atende a uma das exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no processo de licenciamento ambiental para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas.
A licença de operação do centro já foi concedida pelas autoridades ambientais do Amapá. No entanto, a Petrobras ainda aguarda a inspeção final do Ibama para que a perfuração possa ocorrer.
A Bacia da Foz do Amazonas, situada na Margem Equatorial brasileira, compartilha características geológicas com regiões vizinhas da Guiana, onde empresas como a Exxon Mobil realizaram descobertas importantes. Por esse motivo, o local é considerado de grande potencial para o setor de petróleo e gás no Brasil.
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Etapas do licenciamento continuam em análise
Segundo o site Bloomberg Línea, o licenciamento na região passou a enfrentar maior escrutínio desde maio de 2023, quando o Ibama negou o pedido inicial da Petrobras, citando riscos socioambientais. Desde então, a empresa vem cumprindo novas exigências técnicas e ambientais, como a implementação do centro de resgate de fauna.
Segundo a Reuters, em março de 2025, o Ibama autorizou a Petrobras a remover corais invasores do casco da embarcação da operação. Essa medida tem o objetivo de evitar impactos ambientais durante o deslocamento da sonda até a área da Foz do Amazonas.
A Petrobras firmou contrato com a embarcação até outubro de 2025. O custo diário de afretamento da sonda gira em torno de US$ 400 mil, e o investimento acumulado no projeto já ultrapassa R$ 1 bilhão. Caso a licença não seja concedida até o final de abril de 2025, a empresa pode precisar reavaliar o cronograma logístico da operação.
Exploração levanta debate sobre riscos e benefícios
A exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas gera opiniões divergentes. Enquanto a Petrobras defende que a perfuração ampliará suas reservas e fortalecerá a segurança energética, ambientalistas alertam sobre a complexidade ecológica da região.
Pesquisadores apontam que a Margem Equatorial abriga uma biodiversidade relevante, com áreas pouco estudadas e sensíveis a intervenções. Por isso, qualquer atividade na região requer medidas preventivas rigorosas, alinhadas às melhores práticas internacionais de sustentabilidade.
Ao mesmo tempo, representantes locais destacam, por exemplo, o potencial de geração de empregos e de arrecadação de impostos para o estado do Amapá. Ainda assim, a liberação do projeto depende, contudo, da avaliação técnica do Ibama. O órgão, portanto, analisa os impactos da perfuração tanto no ambiente marinho quanto nas comunidades costeiras, a fim de garantir a proteção socioambiental.