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Petrobras avalia explorar petróleo na Venezuela

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 03/08/2024 às 13:11
Petrobras avalia ativos na Venezuela para expandir operações em meio ao arrefecimento das sanções dos EUA, buscando novas oportunidades. (Imagem/ reprodução)
Petrobras avalia ativos na Venezuela para expandir operações em meio ao arrefecimento das sanções dos EUA, buscando novas oportunidades. (Imagem/ reprodução)

Em uma movimentação estratégica, a Petrobras avalia explorar as reservas de petróleo da Venezuela, visando expandir sua presença internacional. A iniciativa ocorre em meio ao relaxamento das sanções dos EUA, destacando o crescente interesse estrangeiro na região rica em petróleo.

O que motiva uma das maiores empresas de petróleo do Brasil a explorar reservas em um país marcado por sanções internacionais e crises econômicas? A Petrobras, gigante brasileira do petróleo, recentemente enviou uma missão para avaliar os recursos da Venezuela, um movimento estratégico que pode redefinir sua posição no mercado global.

Conforme dados do consultor Adriano Pires e do World Energy Review, a Venezuela possui as maiores reservas provadas de petróleo do mundo, com 303 bilhões de barris, superando a Arábia Saudita e o Irã. O Brasil, por outro lado, ocupa a 15ª posição, com 15,9 bilhões de barris, o que explica a busca da Petrobras por novas fronteiras de exploração.

Em março de 2024, uma missão da Petrobras visitou a Venezuela para avaliar campos de produção de petróleo em Maracaibo e a Refinaria Centro de Refinación Paraguaná (CRP). A visita, organizada a convite da Embaixada da Venezuela no Brasil, teve como objetivo principal conhecer o estado atual dos ativos petrolíferos venezuelanos e explorar potenciais colaborações futuras.

Segundo levantamento da Mordor Intelligence, diversas petrolíferas internacionais já operam na Venezuela, incluindo Total SA (França), NK Rosneft PAO (Rússia), Repsol SA (Espanha), Eni SpA (Itália), China National Petroleum Corporation (CNPC) e China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec), entre outras. A presença dessas gigantes do setor destaca o interesse global pelas vastas reservas venezuelanas.

Além disso, uma reportagem da Reuters de 2024 revelou que, após o retorno das sanções dos Estados Unidos, mais de 50 empresas solicitaram autorização para atuar na Venezuela, demonstrando um crescente interesse estrangeiro no país. Entre essas empresas, a Chevron, Repsol, Eni e Maurel and Prom mantiveram suas licenças de operação, com a Maurel and Prom tendo uma licença válida até 31 de maio de 2026.

A alta opacidade do governo venezuelano e a falta de transparência no mercado dificultam a obtenção de dados consolidados sobre o setor, o que representa um desafio adicional para as empresas que desejam operar no país.

Conforme a CNN Brasil, em notícia publicada na sexta-feira (02), a missão da Petrobras em março ocorreu num contexto de arrefecimento das sanções, após o acordo de Barbados e conversas diretas entre executivos da estatal brasileira e da americana Chevron.

Os técnicos da Petrobras concluíram que, embora muitos ativos petrolíferos venezuelanos estejam deteriorados pela falta de investimentos recentes, eles possuem um grande potencial de recuperação e exploração. Também identificaram a necessidade de reorganizar a indústria venezuelana, especialmente nas áreas de refino e petroquímica.

No passado, a Petrobras tinha uma presença significativa no exterior por meio de sua subsidiária Braspetro e uma Diretoria da Holding. Especificamente na Venezuela, a estatal operava a Petrobras Venezuela em Caracas e mantinha contratos de associação com a PDVSA e outros sócios. No entanto, após as denúncias da Lava Jato, essas operações foram encerradas, e a gestão Bolsonaro reduziu as atividades internacionais da empresa.

Com a volta de Lula ao poder, o projeto de internacionalização da Petrobras foi retomado, e a missão na Venezuela faz parte dessa estratégia. Um núcleo técnico e jurídico foi organizado para avaliar oportunidades em áreas de interesse estratégico, incluindo a margem equatorial sul-americana, o Golfo do México, o Caribe e as margens atlânticas da África e da América do Sul.

Outros países no foco

Além da Venezuela, equipes da Petrobras também foram enviadas para avaliar oportunidades em outros países como Uruguai, Argentina, Colômbia, Paraguai, Mauritânia, Namíbia, Angola, São Tomé e Príncipe, África do Sul, Guiana e Suriname. Essas iniciativas visam explorar novas áreas e expandir a presença internacional da Petrobras.

Conforme o canal CNN Brasil, a Petrobras afirmou em nota que, de acordo com suas estratégias de negócio definidas no Plano Estratégico 2024-2028+, a empresa busca constantemente a geração de valor e a recomposição de suas reservas por meio da aquisição de novas áreas exploratórias, tanto no Brasil quanto no exterior.

Embora a Petrobras não tenha investimentos imediatos previstos na Venezuela, a missão realizada é um passo importante para futuras colaborações, dependendo do desenrolar das sanções e do ambiente político na região.

Você acha que a Petrobras deveria investir em novas fronteiras de exploração fora do Brasil ou focar em resolver os problemas internos? Deixe sua opinião nos comentários!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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