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Petrobras acelera planos e inicia exploração na Margem Equatorial no mesmo dia da aprovação do Ibama

Escrito por Rannyson Moura
Publicado em 30/10/2025 às 09:39
A Petrobras iniciou a perfuração na Foz do Amazonas no mesmo dia em que recebeu a licença do Ibama. A estatal aposta na Margem Equatorial como potencial novo “pré-sal”, enquanto mantém diálogo ambiental e investimentos em energia limpa.
A Petrobras iniciou a perfuração na Foz do Amazonas no mesmo dia em que recebeu a licença do Ibama. A estatal aposta na Margem Equatorial como potencial novo “pré-sal”, enquanto mantém diálogo ambiental e investimentos em energia limpa.
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A Petrobras iniciou a perfuração na Foz do Amazonas no mesmo dia em que recebeu a licença do Ibama. A estatal aposta na Margem Equatorial como potencial novo “pré-sal”, enquanto mantém diálogo ambiental e investimentos em energia limpa.

A Petrobras deu início à perfuração do poço Morpho, localizado a cerca de 175 km da costa do Amapá, no mesmo dia em que recebeu a licença ambiental do Ibama, em 20 de outubro. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (29) durante a Offshore Technology Conference (OTC), no Rio de Janeiro — o maior evento de petróleo e gás da América Latina.

De acordo com a diretora de Exploração da estatal, Sylvia dos Anjos, a companhia estava totalmente preparada para iniciar os trabalhos assim que a autorização fosse concedida. “A empresa estava pronta para a perfuração no dia em que a licença foi aprovada”, afirmou. Durante o painel, Sylvia exibiu imagens do navio-sonda NS-42 chegando às águas profundas da região, simbolizando o início de uma nova fase na estratégia energética da Petrobras.

Margem Equatorial: a nova fronteira de exploração de petróleo no Brasil

A Margem Equatorial, região que se estende entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, é vista pela Petrobras como uma das áreas mais promissoras do país. Segundo a companhia, as reservas podem atingir 1,1 milhão de barris de petróleo por dia, número superior à produção atual dos campos de Tupi e Búzios, no pré-sal.

A perfuração do poço Morpho é considerada exploratória, ou seja, ainda não há produção de petróleo nesta etapa. O trabalho deve durar cerca de cinco meses, período no qual serão coletados dados geológicos para avaliar a viabilidade econômica e ambiental da área.

A Petrobras aguardava há mais de uma década a liberação do Ibama para dar início à pesquisa na Bacia da Foz do Amazonas, o que reforça a relevância estratégica do projeto dentro do novo ciclo de expansão da estatal.

Diálogo contínuo com o Ibama e cumprimento de exigências ambientais

Durante todo o processo de licenciamento, a Petrobras manteve um canal permanente de diálogo com o Ibama, atendendo integralmente às solicitações técnicas e ambientais. Após a Avaliação Pré-Operacional (APO), foram realizados ajustes adicionais para garantir a segurança da fauna marinha e dos ecossistemas costeiros.

A companhia também estruturou Centros de Atendimento à Fauna (CeFau) em Belém (PA) e Oiapoque (AP), voltados ao monitoramento ambiental e à mitigação de impactos. A estatal assegura que a operação segue padrões rigorosos de segurança, com recursos humanos e logísticos já mobilizados e prontos para atuar em caso de necessidade.

Licença contestada e críticas de ambientalistas

A autorização do Ibama gerou forte reação de grupos ambientalistas, que questionam o risco da atividade em uma região próxima à floresta amazônica. Entidades chegaram a recorrer à Justiça contra a decisão, mas a Petrobras já havia iniciado a perfuração quando as ações foram protocoladas.

Apesar das críticas, o governo federal e a estatal defendem que a atividade está dentro dos parâmetros legais e ambientais vigentes. A empresa reforça que a operação é exploratória e controlada, sem impactos diretos sobre áreas sensíveis.

Além do bloco FZA-M-59, onde ocorre a atual perfuração, a Petrobras já conduz novos processos de licenciamento para explorar outros blocos na região: FZA-M-57, 86, 88, 125 e 127. A meta é consolidar a Margem Equatorial como nova fronteira exploratória nacional, com potencial para equilibrar o declínio natural da produção em campos maduros.

Os próximos meses serão decisivos para a análise dos dados geológicos. Caso os resultados confirmem o potencial esperado, a Petrobras deve expandir suas operações para outros pontos da bacia, fortalecendo a presença brasileira em águas profundas do Norte do país.

Estratégia energética: Petrobras busca equilíbrio entre petróleo e baixo carbono

Em paralelo à exploração de petróleo, a Petrobras vem reforçando sua estratégia de transição energética. O Plano de Negócios 2025–2029 prevê investimentos de cerca de R$ 90 bilhões em iniciativas sustentáveis, um aumento de 42% em relação ao ciclo anterior.

Os recursos serão direcionados a projetos de biocombustíveis, como etanol, biodiesel e biometano, além de energia solar, eólica e hidrogênio de baixa emissão. Segundo a estatal, o objetivo é garantir segurança energética ao país sem comprometer o avanço para uma economia de baixo carbono.

A Petrobras destaca que conciliar responsabilidade ambiental e expansão da produção de petróleo é essencial para evitar que o Brasil se torne importador a partir da década de 2030. Dessa forma, a Margem Equatorial assume um papel duplo: preservar a autossuficiência nacional e preparar o país para a nova era da energia sustentável.

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Rannyson Moura

Graduado em Publicidade e Propaganda pela UERN; mestre em Comunicação Social pela UFMG e doutorando em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Atua como redator freelancer desde 2019, com textos publicados em sites como Baixaki, MinhaSérie e Letras.mus.br. Academicamente, tem trabalhos publicados em livros e apresentados em eventos da área. Entre os temas de pesquisa, destaca-se o interesse pelo mercado editorial a partir de um olhar que considera diferentes marcadores sociais.

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