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Petrobras acelera expansão internacional para repor reservas mirando campos de petróleo e gás na África, América do Sul e se aproximando de China e Índia

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 15/10/2024 às 12:43
Petrobras acelera sua expansão internacional em busca de novas reservas de petróleo e gás, mirando África, América do Sul e Ásia.
Petrobras acelera sua expansão internacional em busca de novas reservas de petróleo e gás, mirando África, América do Sul e Ásia.

Petrobras intensifica sua busca por novas reservas de petróleo e gás no exterior, mirando África e América Latina para garantir o futuro de suas operações. Especialistas avaliam os impactos dessa expansão e os desafios da companhia para evitar repetir os erros do passado.

Enquanto as atenções estão voltadas para o Brasil, a Petrobras está agitando o mercado de petróleo e gás ao expandir suas operações para novos continentes.

A movimentação da estatal, em busca de reservas estratégicas fora do país, reflete não só uma necessidade de repor estoques, mas também uma resposta direta às previsões alarmantes para o futuro das reservas brasileiras.

Mas será que essa nova ofensiva internacional é a solução para manter o Brasil autossuficiente em energia ou mais um risco que pode comprometer o futuro da empresa?

Segundo informações recentes, a Petrobras tem acelerado seu plano de expansão internacional para garantir novas reservas de petróleo e gás.

Nos últimos meses, a companhia realizou importantes aquisições, incluindo participações em campos na África do Sul, novas descobertas na Colômbia e a abertura de um escritório estratégico na China conforme noticiou a CNN Brasil.

Mas isso é só o começo de uma estratégia muito mais ambiciosa.

Expansão global e as novas fronteiras da Petrobras

A corrida da Petrobras para garantir novas reservas fora do Brasil não é recente, mas tomou um novo fôlego.

A empresa está agora de olho em países como a Namíbia e São Tomé e Príncipe, onde participou de blocos exploratórios em 2023.

Além disso, a estatal já iniciou movimentos para aumentar sua presença na América Latina, principalmente na região de Vaca Muerta, na Argentina, e nas operações de gás natural da Bolívia.

Outro foco importante é a aproximação com grandes players do mercado energético, como a Índia e a Guiana.

Esses países são vistos como aliados estratégicos, especialmente diante do potencial de novas reservas e parcerias comerciais que podem garantir à Petrobras um protagonismo cada vez maior no cenário global.

Conforme relatado pela empresa, essas novas fronteiras são fundamentais para a sobrevivência a longo prazo da estatal.

Embora as reservas de petróleo no Brasil ainda sejam robustas, com 10,9 bilhões de barris de óleo equivalente em 2023, essas cifras podem começar a diminuir já na próxima década, caso não haja novas descobertas ou revitalizações de campos.

A Margem Equatorial: a aposta para o futuro do Brasil

Enquanto a Petrobras avança no exterior, a companhia também mantém os olhos voltados para o Brasil.

A Margem Equatorial, uma área que se estende ao longo da costa norte do país, é vista como a nova grande promessa de reservas petrolíferas.

O governo estima que a região possa conter até 30 bilhões de barris, quase três vezes o volume atual de reservas da estatal.

Contudo, a exploração dessa região tem encontrado obstáculos, especialmente por conta de questões ambientais.

A Foz do Amazonas, uma das áreas mais promissoras, ainda depende de licenças ambientais que estão sendo analisadas pelo Ibama.

Enquanto isso, a Petrobras segue explorando outras áreas do Brasil, como o Rio Grande do Norte e blocos no Sul do país, onde as questões de licenciamento são menos complicadas.

As lições do passado e os desafios futuros

A estratégia de expansão internacional da Petrobras não é nova.

Durante os primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, a estatal já havia ampliado sua presença global com investimentos nos Estados Unidos, Argentina e Bolívia.

No entanto, os escândalos de corrupção, como os ocorridos na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, deixaram cicatrizes profundas na empresa.

Nos governos seguintes, especialmente sob Michel Temer e Jair Bolsonaro, a Petrobras optou por uma retração internacional, vendendo ativos no exterior e concentrando-se em suas operações no Brasil.

Essa mudança visava reduzir a dívida da empresa, que havia disparado nos anos anteriores, e melhorar a eficiência do portfólio.

Agora, com uma nova postura, a estatal busca se reinventar no exterior, mas os fantasmas do passado ainda assombram os investidores.

Conforme Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, a Petrobras tem se concentrado em áreas onde já possui expertise, como perfuração e exploração de petróleo em águas profundas.

Ele alerta que, enquanto a empresa focar em sua especialidade, a expansão será vista com bons olhos pelo mercado.

Porém, aventuras em terrenos menos familiares podem causar desconfiança, especialmente por conta dos erros do passado.

O que o mercado pensa sobre a nova ofensiva internacional?

Apesar dos receios históricos, os analistas estão mais otimistas com essa nova fase da Petrobras.

Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, acredita que o foco em áreas como a Margem Equatorial e novas geografias na África é uma jogada necessária para garantir o futuro da estatal.

Ele aponta que, diferente de investimentos passados, agora a empresa parece focada no seu core business: exploração e produção de petróleo.

Além disso, as mudanças na governança da Petrobras e nas leis brasileiras, após a Lava Jato, têm dado mais segurança ao mercado.

Segundo Arbetman, os tempos em que a estatal estava envolvida em grandes escândalos parecem estar ficando para trás, e as regras atuais dificultam a repetição de erros como o de Pasadena.

Por outro lado, Vitor Sousa, da Genial Investimentos, mantém uma postura mais cautelosa.

Ele alerta para os riscos de a Petrobras ser usada como uma ferramenta de política externa, o que pode desviar o foco da empresa de sua missão principal e afetar a rentabilidade a longo prazo.

O futuro da Petrobras e o impacto no bolso do investidor

Embora o plano de expansão internacional traga novas oportunidades para a Petrobras, há impactos diretos para os acionistas da empresa.

Investimentos significativos no exterior podem reduzir temporariamente o volume de dividendos distribuídos.

No entanto, como explica Ilan Arbetman, se esses investimentos forem bem-sucedidos, o aumento da geração de caixa poderá compensar essa redução no futuro.

A Petrobras está em uma encruzilhada, e o sucesso de sua estratégia internacional pode determinar não apenas o futuro da companhia, mas também o papel do Brasil no mercado global de energia.

Será que essa expansão vai trazer os retornos esperados ou é mais um risco que pode comprometer os lucros dos investidores?

Com todas essas novas apostas internacionais, você acha que a Petrobras está no caminho certo ou está se arriscando demais? Comente abaixo!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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