A Petrobras avança no pré-sal com a licitação do FPSO P-91, projetado para atuar como hub de gás no Campo de Búzios, reforçando infraestrutura energética
Nesta sexta-feira (3), a Petrobras anunciou a abertura da licitação para contratação do FPSO P-91, uma nova unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo e gás.
Segundo dados da própria Petrobras, o anúncio foi feito no mesmo dia em que a estatal completou 72 anos, simbolizando um marco de inovação e expansão. O FPSO P-91 será instalado no Campo de Búzios, na Bacia de Santos, e atuará como hub de gás estratégico no pré-sal, consolidando a área como uma das maiores produtoras da empresa no Brasil.
FPSO P-91: nova plataforma da Petrobras para o pré-sal
A nova plataforma será a 12ª unidade dedicada ao Campo de Búzios e terá papel central na exportação de gás natural. Diferente das anteriores, o FPSO P-91 foi projetado para processar sua própria produção e também exportar gás de outras plataformas que não possuem essa capacidade.
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O gás será direcionado ao Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), por meio do gasoduto Rota 3. Com capacidade para produzir até 180 mil barris de petróleo por dia e 12 milhões de m³/dia de gás natural, o FPSO P-91 será interligado a 16 poços — oito produtores e oito injetores alternados de água e gás.
Esse modelo operacional visa ampliar a oferta de gás natural no mercado brasileiro, contribuindo para uma transição energética mais eficiente e sustentável. Além disso, a unidade terá sistemas de reinjeção de gás e água para manter a pressão dos reservatórios, aumentando a eficiência da produção e reduzindo impactos ambientais.
Campo de Búzios: potência do pré-sal
Localizado na Bacia de Santos, o Campo de Búzios é uma das maiores descobertas do pré-sal brasileiro. Desde o início de sua exploração, tem se destacado pela alta produtividade e qualidade do óleo. Com a chegada do FPSO P-91, a Petrobras reforça sua aposta na região, que já supera o Campo de Tupi em volume de produção.
Segundo a ANP, o pré-sal representa mais de 70% da produção nacional de petróleo e gás, consolidando o Brasil como um dos principais produtores globais. A instalação de novas unidades como o FPSO P-91 fortalece ainda mais essa liderança, garantindo segurança energética e geração de riqueza para o Brasil.
Modelo BOT e conteúdo local: inovação na contratação
A licitação do FPSO P-91 será realizada sob o modelo BOT (Build-Operate-Transfer), no qual a empresa contratada será responsável pelo projeto, construção, montagem e operação da unidade por um período determinado, antes de transferir a operação à Petrobras. Esse modelo permite maior agilidade na implementação e redução de custos operacionais.
O edital prevê um mínimo de 25% de conteúdo local, incentivando a indústria nacional e promovendo geração de empregos. As empresas interessadas terão 180 dias para apresentar suas propostas, a partir da publicação da Solicitação de Envio de Propostas (SEP).
Esse formato de contratação representa uma evolução na forma como a Petrobras estrutura seus projetos offshore, permitindo maior flexibilidade e competitividade.
Hub de gás da Petrobras: impacto econômico e ambiental
A criação de um hub de gás no pré-sal tem implicações significativas para o mercado energético brasileiro. Além de aumentar a oferta de gás natural, reduz a dependência de fontes externas e melhora a competitividade da indústria nacional. O gás é considerado uma fonte de energia de transição, menos poluente que o carvão e o petróleo.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a P-91 nasce com soluções para reduzir emissões e aumentar a eficiência energética, refletindo o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a responsabilidade social.
O FPSO P-91 contará com sistemas avançados de tratamento de água produzida, recuperação de calor e controle de emissões, alinhando-se às melhores práticas ambientais da indústria global.
Pré-sal e infraestrutura: integração com o Complexo Boaventura
O gás natural processado pelo FPSO P-91 será enviado ao Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, localizado em Itaboraí (RJ). O complexo é parte fundamental da estratégia de escoamento e processamento do gás do pré-sal, e sua revitalização tem sido prioridade para o governo e a Petrobras.
A conexão com o gasoduto Rota 3 garante o transporte seguro e eficiente do gás, integrando a produção offshore com a infraestrutura terrestre. Esse modelo fortalece a cadeia de valor do setor energético e amplia a capacidade de atendimento ao mercado interno.
A integração entre o FPSO P-91 e o Complexo Boaventura representa um avanço logístico e operacional para o setor de gás natural no Brasil.
Petrobras e a transição energética brasileira
A iniciativa da Petrobras com o FPSO P-91 está alinhada com os objetivos de transição energética do Brasil. O aumento da oferta de gás natural contribui para a substituição de fontes mais poluentes e para a segurança do abastecimento. Além disso, fortalece a matriz energética nacional, que já é uma das mais limpas do mundo.
A operação do FPSO P-91 como hub de gás no pré-sal é um passo decisivo para garantir energia segura, competitiva e sustentável, conforme declarado pela liderança da Petrobras.
A estatal também tem investido em projetos de captura de carbono, energias renováveis e eficiência operacional, buscando equilibrar crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
FPSO P-91 e o futuro da produção offshore no Brasil
A abertura da licitação para o FPSO P-91 marca um momento histórico para a Petrobras e para o setor energético brasileiro. A nova unidade, projetada para atuar como hub de gás no pré-sal do Campo de Búzios, representa inovação, eficiência e compromisso com o futuro.
Com capacidade robusta, modelo de contratação moderno e foco na sustentabilidade, o FPSO P-91 reforça a posição da Petrobras como líder na produção de petróleo e gás no Brasil. A iniciativa também contribui para a transição energética e para o desenvolvimento econômico do país.
A expectativa é que, com a entrada em operação do FPSO P-91, o Brasil avance ainda mais na consolidação de sua independência energética, promovendo crescimento sustentável e geração de valor para a sociedade.