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Peste Negra: sem tecnologia ou vacinas, como a doença mais devastadora da história acabou?

Publicado em 16/07/2025 às 09:49
Peste Negra, Doença, Epidemia
Roupa usada para os médicos durante a Peste Negra – Wikimedia Commons
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Do surgimento na Ásia à devastação na Europa, a peste negra matou milhões, causou pânico global e ainda não foi erradicada totalmente

A peste negra foi uma das maiores tragédias sanitárias já registradas. Surgida na Ásia, ela provocou um número de mortes que, segundo estimativas, pode ter variado entre 75 e 200 milhões de pessoas. A epidemia se espalhou de maneira violenta, atingindo boa parte do mundo conhecido à época.

Peste negra: como tudo começou

A bactéria responsável pela doença é a Yersinia pestis. A origem está ligada à China ou à Ásia Central, onde a bactéria circulava na Rota da Seda.

A transmissão teve início por meio de pulgas infectadas, que parasitavam ratos — animais comuns e numerosos nos porões dos navios da época.

Quando essas embarcações atracavam no Mediterrâneo, os ratos levavam a praga aos portos europeus.

No início, a doença se restringiu às regiões costeiras. Mas, quando passou a ser transmitida pelo ar, a velocidade de contágio se tornou avassaladora.

No auge da pandemia, espalhou-se o temor de que não havia pessoas vivas o suficiente para enterrar os mortos.

Sintomas e efeitos devastadores

Os sinais da peste negra incluíam febre alta, vômitos, náuseas, tosse com sangue, calafrios, convulsões e dores de cabeça.

O cansaço era extremo. A doença avançava com rapidez, e muitos pacientes morriam em pouco tempo após os primeiros sintomas.

Sem explicações científicas, a população da Idade Média recorria a crenças e boatos para justificar o horror vivido.

Teorias envolviam alinhamento de planetas, envenenamento da água por grupos minoritários ou até mesmo acusações infundadas contra mendigos e ciganos.

Quarentena e isolamento

A principal medida para conter a doença foi a criação de quarentenas. Pessoas saudáveis ficaram confinadas em casa, saindo apenas quando necessário.

Aqueles com mais recursos financeiros se mudaram para áreas afastadas.

Essa separação contribuiu para diminuir o contágio. A população também começou a adotar novos hábitos de higiene pessoal.

Em vez de enterrar os mortos — prática que facilitava o contato com o agente transmissor — passou-se a cremar os corpos.

Falta de saneamento agravava tudo

Na Idade Média, as cidades não tinham saneamento. As ruas eram sujas e repletas de dejetos humanos, inclusive nas águas usadas para consumo. Isso criava um ambiente perfeito para a proliferação da bactéria.

Somente com a limpeza urbana, o tratamento da água e a organização das cidades foi possível interromper a cadeia de transmissão da peste.

Peste negra: consequências a longo prazo

Mesmo com a diminuição dos casos, a recuperação foi lenta. A Europa levou mais de dois séculos para retomar o número de habitantes anterior à pandemia. Mas a perda foi maior que a demográfica.

Durante esse período, a sociedade sofreu prejuízos profundos na cultura, na economia, na arte e no trabalho.

Casos ainda são registrados

Apesar de parecer uma doença do passado, a peste negra não foi completamente erradicada. Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 2010 e 2015, foram confirmados 3.248 casos em todo o mundo, com 584 mortes.

Atualmente, a medicina permite tratar a doença com mais eficácia. Mesmo assim, há risco de contágio.

Onde a peste ainda circula

Hoje, a peste pode ser encontrada em todos os continentes, exceto a Oceania. As regiões com mais registros recentes são a África, a Ásia e a América do Sul.

Desde a década de 1990, os dois países com mais casos são a República Democrática do Congo e o Peru.

A ameaça continua existindo, ainda que em escala reduzida, e requer vigilância constante.

Com informações de Aventuras na história.

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Romário Pereira de Carvalho

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