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Pessoas “ficam mais leves” neste ponto do planeta Terra: entenda por que o Nevado Huascarán reduz o seu peso

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 02/10/2025 às 19:10
Pessoas “ficam mais leves” neste ponto do planeta Terra entenda por que o Nevado Huascarán reduz o seu peso
Pesquisadores combinaram dados de satélites e topografia para construir mapas ultradetalhados da gravidade da Terra.
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Modelos de alta resolução indicam que o topo do Nevado Huascarán (Peru) registra a menor aceleração gravitacional do planeta, cerca de 9,7639 m/s². Veja como isso altera o peso e por que a gravidade da Terra varia.

Pesquisadores combinaram dados de satélites e topografia para construir mapas ultradetalhados da gravidade da Terra. O estudo identificou o Nevado Huascarán, na América do Sul, como candidato ao ponto de menor aceleração gravitacional medida no planeta: 9,7639 m/s². No outro extremo, o máximo ocorre no Oceano Ártico, cerca de 9,8337 m/s².

A diferença global chega a 0,7%, maior do que o que se supunha antes. O trabalho, publicado em 2013 na Geophysical Research Letters, é referência desde então na geodesia de alta resolução.

Esse resultado não contradiz o “padrão” de 9,80665 m/s² usado em metrologia. Esse valor é convencional e serve como referência internacional desde 1901, não como medida local de cada ponto do globo.

Por que a gravidade varia: rotação, formato e altitude

A Terra não é uma esfera perfeita. É um esferoide mais largo no equador e achatado nos polos. A rotação reduz a gravidade aparente nas baixas latitudes e a altitude aumenta a distância ao centro do planeta, diminuindo ainda mais o valor local de g. Em combinação, polos > equador em cerca de 0,5%.

No Huascarán, esses fatores se somam. A montanha fica em baixa latitude e tem 6.768 m de altitude, o que ajuda a explicar por que lá a aceleração é menor do que em cidades ao nível do mar próximas ao equador.

Além de latitude e altitude, anomalias de massa na crosta e no manto, como cadeias de montanhas e variações de densidade, ajustam o campo gravitacional local. Os novos mapas incorporam esses efeitos ao combinar GOCE/GRACE, modelos globais e dados topográficos de alta resolução.

Quanto e por que o peso muda no Nevado Huascarán?

Peso é força: P = m × g. Mantida a massa, o peso depende da aceleração gravitacional local. No extremo ártico (9,8337 m/s²), uma pessoa de 70 kg pesaria cerca de 688 N; no Huascarán (9,7639 m/s²), 683 N. A diferença é de ≈4,9 N (aprox. 0,5 kgf), algo em torno de 0,7%. Na prática você não se sente mais “leve” por ser uma diferença mínima.

Balanças domésticas normalmente exibem massa a partir do peso medido e da gravidade padrão. Em locais onde g difere do padrão, a leitura muda um pouco. É discreto, mas mensurável com equipamentos de geodesia e metrologia.

Vale ressaltar que esse efeito não tem relação com emagrecimento. A massa corporal não muda ao viajar; o que muda é a força com que você é atraído pela Terra naquele ponto.

Onde fica o Nevado Huascarán e por que ele importa

O Nevado Huascarán fica na Cordilheira Blanca, no departamento de Ancash, Peru. Sua cúpula sul atinge 6.768 m e é o ponto culminante do país e de toda a faixa tropical. O maciço integra o Parque Nacional Huascarán, área protegida e patrimônio natural.

Por estar em baixa latitude e grande altitude, o cume do Huascarán está mais afastado do centro da Terra que regiões de latitudes médias ao nível do mar, reforçando a queda de g. Isso o torna um “laboratório natural” para testar modelos de variação da gravidade.

Para cientistas, mapear essas variações ajuda a refinar modelos geofísicos, meteorologia, navegação e até a correção de satélites e GNSS. Melhorar a precisão de g local também impacta metrologia e calibração de instrumentos.

O que dizem as fontes e o que ainda falta medir

O estudo de 2013 usou o modelo GGMplus para estimar g a cada ~200 m, revelando picos e vales no campo gravitacional terrestre e indicando o Huascarán como mínimo e o Ártico como máximo. Novas campanhas in situ podem reduzir incertezas e validar as estimativas com gravímetros absolutos.

Enciclopédias e bases de referência descrevem o valor padrão (9,80665 m/s²) e explicam que ele é convencional, útil para comparar medições, não para descrever cada local. Para fins práticos, porém, a variação de g entre lugares continua pequena para a maioria dos usos do dia a dia.

Quem visita o Huascarán pode se sentir mais leve, mas a diferença é sutil. O mérito científico está em revelar como latitude, altitude e estrutura interna da Terra moldam um planeta que parece uniforme, mas não é.

E você? Deve-se chamar o Huascarán de “lugar de menor gravidade” mesmo sendo um cume distante do nível do mar, ou faria mais sentido comparar pontos a altitudes similares? Deixe seu comentário e diga como você explicaria essa diferença de gravidade para quem confunde peso com massa.

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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