Uma nova inteligência artificial desenvolvida por pesquisadores está revolucionando a meteorologia e a previsão do tempo. Capaz de prever o tempo com velocidade superior aos métodos tradicionais, a IA funciona até em computadores comuns, tornando as previsões mais acessíveis e eficientes.
Um novo sistema de previsão do tempo está surpreendendo pesquisadores. Ele usa inteligência artificial, é mais rápido que os supercomputadores e consome muito menos energia. O nome dele é Aardvark Weather.
Desenvolvido em somente 18 meses, o sistema já é comparável aos melhores modelos meteorológicos atuais.
E o mais impressionante: ele roda em um computador comum, dispensando máquinas caras e potentes.
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Previsão do tempo sem supercomputadores
Hoje, as previsões do tempo são feitas com base em modelos físicos complexos. Esses modelos exigem muitos dados e horas de processamento em supercomputadores. É um processo caro, lento e com alto consumo de energia.
O Aardvark Weather segue um caminho diferente. Ele usa aprendizado de máquina para prever o tempo a partir de dados brutos.
Isso inclui imagens de satélite, registros de estações meteorológicas, navios e balões. Com esses dados, o sistema consegue gerar previsões diretamente, sem passar pelos modelos atmosféricos tradicionais.
Segundo os pesquisadores, o Aardvark é dezenas de vezes mais rápido do que os sistemas convencionais.
E consome milhares de vezes menos energia. Em vez de uma sala cheia de servidores, ele precisa apenas de um computador desktop.
Desempenho surpreendente
Em testes, o Aardvark superou o Global Forecast System (GFS), sendo o modelo nacional dos Estados Unidos. Mesmo usando só 8% dos dados que o GFS utiliza, o novo sistema foi mais preciso em várias situações.
Ele também se aproximou das previsões oficiais do Serviço Meteorológico dos EUA. Isso chamou a atenção dos especialistas.
No entanto, há uma limitação: a resolução espacial do Aardvark ainda é menor. Ele usa uma grade de 1,5 grau de latitude por 1,5 grau de longitude. Já o GFS opera com uma grade de 0,25 grau.
Isso significa que o novo sistema pode ter menos precisão em previsões muito locais, como chuva em um bairro específico.
Potencial para crescer
Mesmo com essa limitação, os pesquisadores veem um grande futuro para o Aardvark. Como o sistema aprende com os dados que recebe, ele pode ser ajustado para diferentes regiões e necessidades.
Um exemplo seria usar dados de alta resolução para melhorar previsões locais. Isso poderia beneficiar a agricultura em regiões da África ou otimizar a produção de energia renovável na Europa.
Além disso, o Aardvark pode ser adaptado para outros tipos de previsão, como furacões, incêndios florestais, tornados, qualidade do ar e até gelo marinho.
“Esses resultados são só o começo“, afirmou Anna Allen, coautora do estudo. “A abordagem do Aardvark pode ser aplicada a vários desafios ambientais.”
Previsão para todos
O impacto do novo sistema vai além da tecnologia. Ele pode ajudar regiões que hoje não têm acesso a supercomputadores ou infraestrutura avançada.
Scott Hosking, do The Alan Turing Institute, reforça essa ideia. “O avanço do Aardvark não é só velocidade, é acesso. Podemos levar a previsão do tempo para lugares que antes não tinham como ter esse tipo de tecnologia.“
Com isso, o Aardvark pode democratizar a previsão meteorológica. E, ao mesmo tempo, reduzir custos, consumo de energia e tempo de processamento.
O estudo completo sobre o Aardvark Weather foi publicado na quinta-feira (20 de março) na revista Nature.