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Pesquisadores criam o asfalto auto-reparador alimentado por IA — prometendo reduzir custos e emissões de carbono

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 05/02/2025 às 18:18
asfalto
Foto: Reprodução
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Pesquisadores desenvolveram um asfalto inovador, capaz de se auto-reparar com o auxílio de inteligência artificial

A deterioração das estradas é um problema global que gera altos custos de manutenção e impacta diretamente a segurança e a mobilidade. Além do impacto econômico que esse problema causa, como custos de reparação do asfalto, estradas em mau estado podem aumentar a taxa de acidentes e dificultar o fluxo de transporte, gerando prejuízos logísticos para empresas e consumidores.

Para mitigar esse problema, cientistas da Universidade de Swansea e do King’s College London, em parceria com pesquisadores do Chile, estão desenvolvendo um asfalto auto-reparador, projetado com o uso de inteligência artificial (IA) e materiais sustentáveis.

Essa inovação pode transformar a infraestrutura viária global, reduzindo custos e emissões de carbono, além de aumentar a durabilidade das rodovias.

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Como o asfalto auto-reparador funciona

O principal fator que leva às rachaduras no asfalto é a oxidação do betume, material que compõe a mistura asfáltica.

Com o tempo, essa degradação compromete a aderência e a resistência do pavimento, tornando necessária a realização de reparos frequentes do asfalto.

O novo asfalto desenvolvido pela equipe incorpora um mecanismo inovador: microcápsulas de esporos porosos preenchidos com óleos reciclados.

Quando surgem microfissuras, esses óleos são liberados e restauram a integridade do material, impedindo que as rachaduras se expandam e resultem em buracos maiores.

Além disso, a pesquisa emprega um tipo avançado de IA, chamado aprendizado de máquina, para analisar e prever padrões de degradação do betume.

Com o apoio do Google Cloud, os cientistas simulam o comportamento do asfalto em diferentes condições climáticas e de tráfego, permitindo ajustes na composição antes da produção em larga escala. Essas simulações ajudam a otimizar a estrutura do asfalto, garantindo maior eficiência na regeneração das fissuras e prolongando sua vida útil.

Em experimentos de laboratório, o betume autocicatrizante — o material preto pegajoso na mistura asfáltica segurada pelo Dr. Jose Norambuena-Contreras na foto acima — demonstrou curar completamente uma microfissura em sua superfície em menos de uma hora.

Benefícios para sustentabilidade e infraestrutura

A produção e manutenção de estradas representam uma parcela significativa das emissões globais de carbono.

A indústria do asfalto, que tradicionalmente depende de produtos derivados do petróleo, enfrenta pressão crescente para reduzir seu impacto ambiental.

Com a meta do Reino Unido de zerar suas emissões até 2050, o uso de materiais sustentáveis tornou-se uma prioridade. O novo asfalto auto-reparador contribui para essa transição por diversos motivos:

  • Menos desperdício de materiais: A capacidade de regenerar o asfalto reduz a necessidade de substituição frequente, evitando o descarte prematuro do pavimento deteriorado.
  • Menor emissão de CO₂: O uso de óleos reciclados e biomassa minimiza a dependência de derivados de petróleo, diminuindo a pegada de carbono na produção.
  • Redução de custos: A menor necessidade de manutenção resulta em economia significativa para governos e empresas, que podem redirecionar esses recursos para outras melhorias na infraestrutura viária.
  • Maior segurança nas estradas: Superfícies bem conservadas reduzem o risco de acidentes, proporcionando melhor aderência e evitando problemas como aquaplanagem e perda de controle do veículo.

O futuro do asfalto

Apesar do enorme potencial, ainda existem desafios a serem superados antes da implementação em larga escala.

A durabilidade do material precisa ser testada em condições reais e diferentes climas, e os custos iniciais de produção podem ser elevados. No entanto, avanços em pesquisa e o envolvimento de setores públicos e privados podem acelerar sua adoção.

O Dr. Francisco Martin-Martinez, do King’s College London, destaca que a inspiração para esse projeto veio da própria natureza, onde organismos possuem mecanismos naturais de cicatrização.

O objetivo é aplicar esses princípios ao asfalto, tornando as rodovias mais duráveis e reduzindo a necessidade de manutenção constante. A pesquisa também busca novas formas de incorporar materiais biodegradáveis na mistura asfáltica, aumentando ainda mais os benefícios ambientais.

Além disso, o desenvolvimento de tecnologias complementares, como sensores embutidos no asfalto para monitoramento em tempo real, pode ampliar ainda mais as possibilidades dessa inovação.

Sensores poderiam detectar áreas mais propensas a rachaduras e fornecer dados para otimizar a regeneração do pavimento, tornando o processo ainda mais eficiente e reduzindo a necessidade de intervenções emergenciais.

O desenvolvimento do asfalto auto-reparador é um passo importante rumo às estradas sustentáveis e com emissão zero.

Combinando IA e materiais reciclados, essa inovação pode revolucionar a infraestrutura viária global, trazendo benefícios econômicos e ambientais.

No futuro, espera-se que a tecnologia seja aprimorada e amplamente adotada, contribuindo para um sistema de transporte mais eficiente e ecológico.

Estudo publicado em Publishing.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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