Em um experimento realizado na Guadeloupe, uma cientista entrou voluntariamente em uma câmara selada com 32 mil mosquitos tigres após aplicar um novo repelente natural. O teste teve como objetivo comprovar a eficácia do produto contra a espécie invasora Aedes albopictus, conhecida pela transmissão de doenças como dengue, chikungunya e Zika.
A pesquisadora Marie Modeste, especialista em biotecnologia molecular, se submeteu ao teste após aplicar o produto Kreopik em todo o corpo. O repelente, formulado com ingredientes locais e naturais, foi desenvolvido por cientistas da região como alternativa ecológica aos produtos químicos. A experiência durou mais de 20 minutos, e Modeste não sofreu nenhuma picada, mesmo diante de milhares de mosquitos famintos há mais de oito horas.
A eficácia do repelente chamou atenção não apenas pelo resultado, mas também pelo rigor do experimento. Antes da aplicação do produto, uma fase de controle foi realizada, onde a cientista expôs o braço em uma pequena câmara e recebeu várias picadas. Essa etapa serviu para validar o padrão de comportamento dos insetos.
Fórmula 100% natural e produção local
Kreopik é composto por óleos essenciais, manteiga de cacau e manteiga de karité. A proposta é oferecer uma solução totalmente vegetal, segura para humanos e eficaz contra mosquitos e carrapatos. A iniciativa busca também reduzir o impacto ambiental de repelentes convencionais e fortalecer a cadeia produtiva local.
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Além da pesquisa com repelentes, os cientistas envolvidos no projeto planejam lançar um herbicida natural com base nos mesmos princípios. O foco é expandir o uso de biotecnologia sustentável no controle de pragas, substituindo substâncias sintéticas por alternativas baseadas na biodiversidade regional.
Mosquitos tigres avançam em novas regiões
O Aedes albopictus, conhecido como mosquito tigre, tem ampliado sua presença na Europa, especialmente na França metropolitana, e em diversas áreas tropicais do mundo. Sua capacidade de adaptação a ambientes urbanos e climáticos variados representa um risco crescente à saúde pública.
Por isso, autoridades e pesquisadores têm intensificado os esforços para encontrar soluções seguras e eficazes. Alternativas naturais como o Kreopik surgem como opções promissoras, sobretudo em locais onde o uso intensivo de inseticidas tem causado resistência nos vetores.
Proteção imediata com soluções acessíveis
Enquanto produtos como o Kreopik não estão amplamente disponíveis no mercado, especialistas recomendam medidas preventivas simples. Entre elas, o uso de plantas repelentes em áreas externas, como citronela, lavanda e alecrim, e a eliminação de criadouros de mosquitos, como água parada em vasos e calhas.
Também é possível utilizar telas em janelas, roupas de manga longa e ventiladores para afastar os insetos. A integração dessas práticas com produtos naturais pode criar um ambiente mais seguro, especialmente durante as estações mais quentes e chuvosas.
Resultados reforçam mudança de paradigma
A demonstração com os 32 mil mosquitos reforça a viabilidade de soluções biológicas e naturais no controle de vetores. A segurança do produto, associada à sua eficácia, pode impulsionar políticas públicas e estratégias comunitárias voltadas ao uso sustentável de recursos locais.
A informação foi divulgada pelo portal La 1ère FranceInfo em reportagem sobre os testes realizados na Guadeloupe, destacando o avanço do desenvolvimento científico da região e seu potencial impacto global no combate a arboviroses.
O que você acha dos repelentes naturais ganhando espaço como alternativa aos tradicionais? Usaria um que fosse tão eficaz quanto os químicos?