Pesquisadores continuam Biosfera 2 que simula a sobrevivência no espaço. Adaptação a um novo planeta pode ser mais difícil do que parece!
Em setembro de 1991, oito pessoas se trancaram por dois anos dentro de uma estrutura selada no deserto do Arizona, nos Estados Unidos. O local, chamado Biosfera 2, simulava uma mini Terra com diversos ecossistemas, como floresta tropical, deserto e até um oceano artificial.
O objetivo? Testar a sobrevivência humana em um sistema autossuficiente, capaz de inspirar a adaptação em um novo planeta, como Marte.
O projeto, financiado por cerca de US$ 150 milhões (R$ 2,4 bilhões) pelo bilionário Ed Bass, pretendia antecipar os desafios que a humanidade enfrentaria caso precisasse abandonar a Terra.
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Com estrutura de vidro e aço ocupando 1,2 hectare, o experimento se tornou um dos mais ambiciosos da história da ciência ambiental e espacial.
Uma cápsula da Terra no coração do deserto
A Biosfera 2 recebeu esse nome por representar uma tentativa de replicar a Biosfera 1: o próprio planeta Terra. Seu design futurista incluía florestas, savanas, manguezais, deserto com névoa, e até um recife de coral.
Cada bioma foi cuidadosamente planejado para estudar a interação entre organismos e os efeitos do isolamento total.
Além disso, o complexo contava com uma fazenda para produção de alimentos, e sistemas de reciclagem de água e controle climático.
A intenção era entender se a humanidade conseguiria sobreviver sem depender de recursos externos, algo crucial para viagens espaciais de longa duração.
Fracasso ou aprendizado? A polêmica sobre a sobrevivência no espaço
Apesar da estrutura tecnológica avançada, os problemas começaram logo nos primeiros meses. O nível de oxigênio caiu drasticamente de 21% para cerca de 14%, deixando os participantes fracos e com sintomas semelhantes ao mal da altitude. Enquanto isso, o CO₂ aumentava, colocando a saúde dos “biosféricos” em risco.
Os cientistas descobriram que o solo utilizado era rico demais, o que favoreceu o crescimento de bactérias e fungos. Esses microrganismos consumiam oxigênio e liberavam dióxido de carbono, desbalanceando o ecossistema.
Para reverter a situação, medidas emergenciais foram tomadas, como a introdução de oxigênio externo — algo que, na época, foi considerado uma quebra das regras do experimento.
Adaptação a novo planeta exige mais do que tecnologia
Apesar dos contratempos, os cientistas envolvidos hoje consideram o projeto um marco no estudo de ecossistemas fechados. Mark Nelson, um dos participantes e diretor do Institute of Ecotechnics, afirma que “a maior lição foi entender o quão complexo e interconectado é o nosso planeta”.
Outros especialistas, como Lisa Rand, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, reforçam que, em tempos de mudanças climáticas e exploração espacial, experimentos ousados como o Biosfera 2 são fundamentais para testar nossa capacidade de adaptação.
Mais do que imaginar uma nova vida em Marte, a missão revelou que ainda temos muito a aprender sobre o funcionamento da própria Terra — e que sobreviver em outro planeta é mais difícil do que parece, mesmo com bilhões em investimento.
Testes continuam e mostram importância do planeta original
Atualmente, a Biosfera 2 é um centro ativo de pesquisa da Universidade do Arizona. Cientistas testam os efeitos das mudanças climáticas em ecossistemas vivos, como florestas e recifes.
O local se tornou uma ferramenta vital para estudar como o planeta reage a diferentes cenários ambientais.
A sobrevivência fora da Terra segue sendo um dos grandes desafios da humanidade. Mas antes de conquistar Marte, o projeto mostra que talvez devamos aprender melhor a cuidar da nossa própria casa.