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Perdas com desastres naturais já somam US$ 84 bilhões em 6 meses — e podem ultrapassar US$ 100 bilhões em 2025!

Escrito por Sara Aquino
Publicado em 26/07/2025 às 12:04
Incêndios florestais e tempestades severas lideram perdas causadas por eventos climáticos em 2025. Setor de seguros já soma US$ 84 bilhões.
Foto Divulgação National Geographic.
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Incêndios florestais e tempestades severas lideram perdas causadas por eventos climáticos em 2025. Setor de seguros já soma US$ 84 bilhões.

Incêndios florestais e tempestades severas provocaram prejuízos massivos às seguradoras nos primeiros seis meses de 2025.

De acordo com relatório da corretora de resseguros Gallagher Re, as perdas globais com eventos climáticos totalizaram US$ 84 bilhões apenas no primeiro semestre, sendo a maior cifra já registrada desde 2011.

O levantamento, divulgado nesta semana, destaca os Estados Unidos como o país mais impactado, com US$ 81 bilhões atribuídos diretamente a desastres relacionados ao clima e condições meteorológicas.

A gravidade e a frequência desses eventos vêm moldando uma “nova realidade do mercado”, segundo a própria Gallagher Re, que estima que o valor das perdas com seguros ultrapasse US$ 100 bilhões até o final de 2025.

O relatório chama a atenção para os riscos crescentes enfrentados por seguradoras, governos e proprietários de imóveis em todo o mundo.

Incêndios florestais na Califórnia lideram prejuízos

O desastre natural mais caro do ano até agora foi a série de incêndios florestais que atingiu o sul da Califórnia em janeiro.

Com chamas intensas que se espalharam rapidamente, os incêndios destruíram comunidades inteiras no Condado de Los Angeles e obrigaram milhares de pessoas a deixarem suas casas.

A State Farm General, maior seguradora da Califórnia, afirmou ter recebido mais de 8.700 pedidos de indenização, totalizando mais de US$ 1 bilhão em pagamentos aos clientes afetados.

Em razão do impacto financeiro, a empresa pediu às autoridades um aumento emergencial de taxas de até 22% para proprietários de imóveis, reforçando o peso econômico dos eventos climáticos sobre os consumidores.

Tempestades severas ampliam danos no Meio-Oeste e Sul dos EUA

Além dos incêndios, os eventos climáticos incluíram tempestades severas que causaram tornados, ventos intensos e queda de granizo em diversas regiões dos Estados Unidos.

O período mais crítico ocorreu entre os dias 13 e 16 de março, quando uma sequência de tempestades devastou cidades no Meio-Oeste e Sul do país.

De acordo com a Gallagher Re, apenas esse surto foi responsável por quase US$ 8 bilhões em perdas seguradas, tornando-se o quarto episódio mais custoso já registrado para as seguradoras.

No total, essas tempestades causaram US$ 33 bilhões em prejuízos nos EUA, demonstrando a intensidade e a recorrência desses fenômenos em 2025.

Fora dos EUA, impacto financeiro é menor, mas ainda relevante

Apesar da concentração das perdas nos Estados Unidos, outras regiões do mundo também enfrentaram eventos climáticos extremos.

O principal deles ocorreu em abril, com um terremoto entre Myanmar e Tailândia. Embora ainda em fase de análise, a Gallagher Re estima que as perdas seguradas ultrapassem US$ 1 bilhão após a finalização das reclamações.

Curiosamente, este foi o segundo ano desde 2006 em que as perdas seguradas fora dos EUA ficaram abaixo de US$ 10 bilhões no primeiro semestre, um dado que reforça a assimetria dos impactos climáticos no globo.

Uma nova era para o mercado de seguros

O relatório da Gallagher Re alerta que os efeitos dos eventos climáticos sobre o setor de seguros deixaram de ser pontuais.

O padrão atual de perdas recorrentes e de alto valor indica um cenário de risco contínuo, pressionando operadoras, autoridades reguladoras e consumidores a se adaptarem rapidamente.

A combinação de fatores como o aquecimento global, urbanização desordenada e infraestrutura insuficiente agrava o impacto de fenômenos naturais.

Assim, seguradoras precisam rever modelos de precificação e gestão de risco, enquanto comunidades vulneráveis enfrentam o desafio de proteger seus patrimônios diante de catástrofes cada vez mais frequentes.

Setor projeta perdas ainda maiores até o fim de 2025

Com base nas tendências observadas no primeiro semestre, analistas da Gallagher Re estimam que o total de perdas seguradas ultrapasse US$ 100 bilhões até dezembro.

Esse cenário coloca 2025 entre os anos mais dispendiosos da história para o setor de seguros. O relatório alerta que, se os eventos climáticos extremos continuarem nesse ritmo, o impacto financeiro pode ultrapassar previsões anteriores, pressionando ainda mais o mercado e revelando a urgência de políticas públicas de adaptação e prevenção.

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Sara Aquino

Farmacêutica Generalista e Redatora. Escrevo sobre Empregos, Cursos, Ciência, Tecnologia e Energia. Apaixonada por leitura, escrita e música.

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