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Peixes da Amazônia, criada no governo do PT e inaugurado por Lula, vai à falência, deixa rombo de R$ 70 milhões e prejudica mais de 2 MIL famílias que dependem do local

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 18/11/2024 às 03:36
Falência do Peixes da Amazônia deixa rombo de R$ 70 milhões, afeta 2,5 mil famílias e expõe desafios da piscicultura no Acre.
Falência do Peixes da Amazônia deixa rombo de R$ 70 milhões, afeta 2,5 mil famílias e expõe desafios da piscicultura no Acre.

Peixes da Amazônia, projeto criado no governo do PT e inaugurado por Lula, vai à falência, com prejuízo de R$ 70 milhões. O colapso afeta 2,5 mil famílias e gera impacto na economia do Acre. Falhas na gestão e dívidas contribuíram para o desfecho dramático. O futuro da piscicultura na região segue incerto.

Um dos maiores empreendimentos de piscicultura do Acre, a Peixes da Amazônia S.A., teve sua falência decretada pela Justiça.

A decisão, assinada pelo juiz Romário Faria da Vara Cível de Senador Guiomard, foi divulgada na terça-feira (11). O caso marca mais um capítulo nos problemas financeiros e estruturais que a empresa vinha enfrentando desde 2018.

Segundo o portal G1 (confira a matéria aqui), a empresa público-privada entrou em processo de recuperação judicial, mas não cumpriu o plano aprovado pela Justiça, deixando de pagar credores e os honorários do administrador judicial.

O complexo industrial também foi alvo de furtos devido ao abandono das instalações físicas, um dos fatores que inviabilizaram sua recuperação.

A Justiça determinou que o registro da empresa seja atualizado com a anotação de falência e proibiu seus representantes de exercerem atividades empresariais.

Um projeto de grande porte e sua trajetória

Fundada em 2011 como uma parceria público-privada, a Peixes da Amazônia S.A. tinha como sócios o governo do Acre, por meio da Agência de Negócios do Acre (Anac), e a Central de Cooperativas dos Piscicultores do Acre (Acrepeixe), que representava cerca de 2.500 pequenos piscicultores.

O complexo de piscicultura, inaugurado em 2013, ocupava uma área de mais de 60 hectares e incluía um laboratório de alevinagem, uma fábrica de ração para peixes e 122 tanques, dos quais 80 eram destinados à reprodução de pirarucus.

O local tinha capacidade para produzir 12 milhões de alevinos por ano, além de abrigar um frigorífico. Na época de seu auge, processava até 70 toneladas de pescado por dia e gerava 450 empregos diretos.

Entre os eventos de destaque, a empresa recebeu, em 2015, a visita de Evo Morales, então presidente da Bolívia, e do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. No entanto, as dificuldades começaram a surgir alguns anos depois.

Lula esteve na inauguração do Complexo de Piscicultura em 2013. (Imagem: Rayssa Natani / G1)

Crise financeira e recuperação judicial

Em 2018, a Peixes da Amazônia S.A. entrou em recuperação judicial devido a dívidas estimadas em R$ 12 milhões, incluindo empréstimos bancários e débitos trabalhistas.

Um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Piscicultura em 2020 revelou que a produção de pescado no Acre caiu de 8,5 mil toneladas em 2018 para 4,4 mil toneladas em 2019, uma redução de 48%, atribuída à paralisação das atividades da empresa.

Embora o governo do estado tenha buscado soluções, como reuniões com investidores para reestruturar a empresa, as tentativas de recuperação não avançaram.

Em 2019, empresários propuseram um modelo de gestão sem interferência estatal, mas o projeto não foi concretizado.

Peixes da Amazônia: impacto social e econômico

Com a falência da empresa, as 2.500 famílias de pequenos piscicultores representadas pela Acrepeixe perderam uma importante fonte de renda.

Além disso, a paralisação das atividades gerou desemprego e redução na cadeia produtiva de piscicultura no estado.

A falência também representa um rombo financeiro significativo, estimado em R$ 70 milhões, somando os investimentos feitos e as dívidas acumuladas.

O abandono das instalações, alvo de furtos, simboliza o fim de um projeto que, no início, prometia transformar a piscicultura no Acre.

O futuro da piscicultura no Acre

Com o encerramento das atividades da Peixes da Amazônia S.A., a piscicultura no Acre enfrenta desafios para retomar os níveis de produção anteriores.

Especialistas apontam que investimentos privados e parcerias sustentáveis serão fundamentais para reverter o impacto e garantir a continuidade do setor.

Será que projetos de grande porte como este podem ser viáveis no futuro? O que precisa mudar para que iniciativas similares prosperem no Brasil?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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