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Pedra, areia, cimento e um sonho: homem que constrói Titanic no agreste deixa até de comprar carne para investir em seu navio, que já atrai turistas

Publicado em 02/09/2025 às 08:02
Titanic de pedra, Navio, Agreste
Imagem: Arquivo Pessoal/Jozy Carvalho
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No agreste potiguar, vigia ergue Titanic de cimento e pedra; obra criativa já atrai turistas e promete se tornar atração cultural

Há cinco anos, um vigia decidiu transformar um sonho inusitado em realidade. No agreste do Rio Grande do Norte, a 200 km do mar, ele ergue uma “réplica” do Titanic com recursos próprios e a ajuda da esposa. A obra chama atenção pela dedicação e pela criatividade no interior nordestino.

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A construção do sonho

Jailson Gomes dos Santos, 52 anos, trabalha como vigia há duas décadas. Ele aproveita férias e finais de semana para erguer o “navio” de pedra, areia e cimento em Santa Cruz (RN), na comunidade de São Francisco de Assis.

O município tem pouco mais de 40 mil habitantes e ganhou um novo ponto de curiosidade turística com a obra.

O terreno de 100 metros quadrados abriga também uma casa de veraneio. A estrutura já alcança sete metros de altura e 20 de comprimento.

Tudo começou como um projeto simples de mirante, mas mudou de rumo após a sugestão de uma motorista de aplicativo, que enxergou no formato de pedras a semelhança com um navio.

Sacrifícios pessoais

Sem apoio financeiro, o vigia banca a construção com recursos do próprio bolso. Muitas vezes, deixa de comprar produtos básicos para investir na obra. “Deixo até de comprar carne para gastar no Titanic”, afirma. Esse esforço mostra a determinação de Santos em concluir o projeto.

Além disso, a rotina é intensa. Trabalha todas as noites como vigia e, durante o dia, dedica-se ao navio. Ele se define como um “pedreiro amador” e não mede esforços para ver a obra avançar. “É meu sonho”, resume.

O trabalho não é solitário. Sua esposa, Maria de Lima Rocha, de 62 anos, divide a tarefa e é chamada por ele de “retroescavadeira”. O casal está junto há 30 anos e não tem filhos.

Entre massa de cimento e pedras, eles constroem juntos não só a réplica, mas também uma história de parceria e companheirismo. “Ela encosta o pé na obra e ajuda em tudo”, brinca Santos.

Um navio que recebe visitantes

O “Titanic do agreste” começou a atrair visitantes antes mesmo de estar concluído. Nos fins de semana, famílias e casais visitam o espaço para fotos e vídeos.

Muitos imitam a famosa cena de Jack e Rose, de braços abertos na proa, como no filme estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet.

Essa interação deu vida ao projeto. O espaço, inicialmente apenas uma construção, agora também se tornou cenário de lazer e emoção. Pessoas de cidades vizinhas e até de outros estados já passam pelo local.

Capitão Jailson

Para receber os visitantes, Santos veste uma farda de comandante. O uniforme foi presente de um amigo e hoje faz parte da experiência.

Quando me visto assim e vejo as crianças tirando foto, me emociono e choro muito”, conta. No local, caixas de som tocam música ambiente com trilha do Titanic e barulho de ondas, criando clima de navegação.

Portanto, cada detalhe busca tornar a experiência ainda mais próxima de um navio real. “Quero que a pessoa sinta que está navegando”, explica o vigia.

Custo e perseverança para construir o Titanic

Apesar de reaproveitar pedras deixadas pelas obras da rodovia, Santos precisa gastar com areia, cimento e madeira.

Ele já utilizou mais de um caminhão de cimento e várias caçambas de areia. Mesmo assim, mantém a determinação. “Peço a Deus saúde e coragem para terminar. Um dia chego lá”, afirma.

A visita é gratuita, mas ele não descarta cobrar uma taxa simbólica no futuro. A ideia é investir na finalização e na manutenção do espaço, caso consiga apoio.

Reconhecimento oficial

A Prefeitura de Santa Cruz já observa o projeto com interesse. A secretária de Turismo, Jozy Carvalho, considera a obra uma expressão da identidade popular.

Segundo ela, o município pode oferecer divulgação e orientação, além de buscar parcerias. “É cultura viva, a prova de que o turismo também nasce da alma do povo”, afirma.

Além disso, Carvalho destacou que a obra é motivo de orgulho para a cidade. Para ela, o “Titanic do agreste” complementa o roteiro turístico já consolidado em torno da estátua de Santa Rita de Cássia, considerada a maior do mundo dedicada a um santo.

Toda novidade que surge pode enriquecer a experiência de quem visita Santa Cruz”, reforça.

Sonho de projeção nacional

O desejo de Santos é ver o projeto reconhecido nacional e até internacionalmente. Ele acredita que o navio pode se tornar uma atração turística relevante.

Quero que um dia o mundo conheça a obra”, diz o vigia, já apelidado de “capitão Jailson” pelos visitantes.

Enquanto isso, segue erguendo pedra sobre pedra o seu Titanic sertanejo. Entre sacrifícios, emoção e perseverança, a obra vai ganhando forma e conquistando cada vez mais curiosos.

O que nasceu de um amontoado de pedras hoje é visto como símbolo de criatividade e paixão no agreste potiguar.

Com informações de UOL.

Mais fatos inusitados: 60% dos moradores desta cidade moram embaixo da terra e o motivo é surpreendente

Subsolo, casas sob a terra, Austrália
Imagem ilustrativa fiel às casas na cidade australiana: IA

No coração árido da Austrália, Coober Pedy se tornou símbolo de resistência e criatividade. Diante de temperaturas que chegam a 52°C, a população encontrou no subsolo a melhor forma de sobreviver. A maioria vive em casas escavadas nas rochas, solução que garante conforto térmico e economia.

Essa escolha, que parece excêntrica, pode apontar caminhos para o futuro das cidades em um mundo mais quente.

Localizada a quase 850 km de Adelaide, Coober Pedy impressiona pela paisagem singular. Pirâmides de areia marcam o solo, resultado direto da mineração de opala.

Esses montes também indicam a presença de moradias subterrâneas. Tubos brancos de ventilação são os sinais mais visíveis de vida no subsolo.

Cerca de 60% dos 2,5 mil moradores vivem em casas dentro das rochas, adaptando-se ao ambiente hostil do deserto.

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O calor que obriga a inovar

No verão, as temperaturas alcançam níveis insuportáveis. Pássaros caem do céu e equipamentos eletrônicos precisam ser guardados em refrigeradores.

No inverno, morar sob a terra pode parecer extravagante, mas no auge do calor essa decisão se mostra essencial. A estabilidade térmica do subsolo garante condições de vida que seriam inviáveis na superfície.

A prática de se abrigar sob a terra não é nova. Povos antigos recorreram a esse recurso em diferentes partes do mundo.

Ferramentas encontradas na África do Sul e vestígios de neandertais na França confirmam essa estratégia milenar. Até chimpanzés no Senegal foram observados buscando cavernas em dias de calor extremo.

Um dos exemplos mais impressionantes é a cidade subterrânea de Derinkuyu, na Turquia, descoberta em 1963.

Capaz de abrigar 20 mil pessoas, tinha estábulos, igrejas e poços de ventilação. O clima constante de 13°C no subsolo tornava a vida mais confortável e segura.

As vantagens de morar no subsolo

Em Coober Pedy, a temperatura das casas subterrâneas fica estável em torno de 23°C. Enquanto o calor na superfície pode ser sufocante, o interior das residências permanece agradável durante todo o ano.

Essa condição reduz a necessidade de energia elétrica, tornando o estilo de vida mais barato. Jason Wright, morador local, explica que viver acima do solo exige altos gastos com aquecimento e refrigeração, algo impraticável para muitos.

Além da economia, o valor dos imóveis subterrâneos é surpreendentemente acessível. Casas de três quartos podem custar 40 mil dólares australianos, bem abaixo dos 700 mil cobrados em Adelaide.

Outro benefício inesperado é a ausência de insetos, já que moscas evitam entrar nos ambientes escuros e frios. O silêncio e a falta de poluição luminosa tornam a vida subterrânea ainda mais atrativa.

Casas de luxo subsolo

Embora muitas moradias sejam simples, algumas se destacam pelo luxo. Existem casas com piscinas subterrâneas, salões de jogos e grandes banheiros.

Um morador chegou a construir um “castelo”, com 50 mil tijolos aparentes e portas em arco. Wright afirma que há verdadeiras surpresas escondidas sob a cidade, visíveis apenas para convidados.

Até a segurança contra pequenos tremores é citada como vantagem, já que vibrações passam despercebidas sob o solo.

A rocha que facilita tudo

Um dos segredos de Coober Pedy está no tipo de rocha. Arenito e siltito locais são macios e fáceis de escavar, muitas vezes até com a unha.

Essa característica permitiu que moradores ampliassem casas com ferramentas simples ou aproveitassem minas abandonadas como base.

Hoje, máquinas modernas aceleram o processo, removendo metros cúbicos de rocha por hora. A estrutura permanece estável sem necessidade de reforços adicionais, possibilitando salões amplos e criativos.

Curiosamente, a mineração ocasional ainda rende surpresas. Um morador encontrou uma grande opala ao abrir espaço para um chuveiro.

Um hotel descobriu pedras avaliadas em 1,5 milhão de dólares durante uma reforma. Em Coober Pedy, escavar significa tanto morar quanto ter a chance de enriquecer.

Onde esse modelo não funciona

Apesar de seus benefícios, a vida subterrânea não pode ser aplicada em qualquer lugar. Regiões úmidas enfrentam sérios desafios.

O metrô de Londres, por exemplo, exigiu várias camadas de impermeabilização no século XIX. Ainda assim, problemas de mofo persistem.

Cavernas em Israel, construídas em rocha porosa, sofrem com umidade dobrada, tornando os espaços inóspitos.

Em Coober Pedy, o cenário é diferente. A cidade está sobre arenito seco, que permite a circulação de ar pelos poços de ventilação.

Isso garante conforto e evita a deterioração causada pela umidade. O clima árido faz da região um caso especial, difícil de ser replicado em locais mais úmidos.

Os riscos e o futuro

Embora existam relatos de desabamentos ocasionais, como o que atingiu a antiga casa de Barry Lewis, do centro turístico local, os moradores consideram a vida subterrânea segura.

Wright reforça que a experiência compensa qualquer preocupação. Para ele, basta sentir o calor de 50°C na superfície para valorizar o abrigo fresco de sua casa.

O exemplo de Coober Pedy mostra a capacidade humana de se adaptar a condições extremas. Com o avanço das mudanças climáticas, soluções parecidas podem ganhar espaço em outras partes do mundo.

O subsolo, visto muitas vezes como alternativa curiosa, pode se tornar resposta prática a um planeta cada vez mais quente.

Assim, se novas ondas de calor se espalharem, outras cidades talvez sigam o modelo australiano. Pirâmides de areia semelhantes às do deserto australiano podem surgir em diferentes regiões, marcando um futuro em que morar sob a terra deixa de ser exceção e passa a ser estratégia essencial de sobrevivência.

Com informações de Gazeta de São Paulo.

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Carlos Henrique Pinto Ferreita
Carlos Henrique Pinto Ferreita
02/09/2025 10:20

Quantas pessoas esse **** poderia ter ajudado ?

rafael
rafael
02/09/2025 09:54

Acreditem quando alguem lhes dizer que a imbecilidade e **** do brasileiro sao gigantescas.

Romário Pereira de Carvalho

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