Pedido de demissão sem aviso-prévio pode reduzir rescisão a quase zero.
Pedir demissão sem observar regras básicas pode custar caro ao trabalhador. Segundo Magalhães & Moreno Advogados, quem não cumpre o aviso-prévio pode ver quase toda a rescisão desaparecer, já que a empresa está autorizada a descontar o valor equivalente a um mês de salário. Em muitos casos, a falta de atenção ao timing e à documentação correta faz a diferença entre sair com pouco mais de R$ 1.000 ou receber até R$ 5.000.
O aviso-prévio não é apenas uma formalidade, mas um direito e também uma obrigação.
Para reverter o jogo, especialistas indicam três passos práticos que envolvem escolher o momento certo para pedir a demissão, formalizar corretamente o pedido e garantir o cumprimento dos 30 dias.
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Quem deve cumprir o aviso-prévio
De acordo com Magalhães & Moreno Advogados, o aviso-prévio deve ser cumprido por todos os trabalhadores que pedem demissão, sob pena de desconto de um salário inteiro.
Ao contrário do que acontece quando a empresa demite, não há redução de duas horas por dia nem dispensa de sete dias corridos.
O advogado Daniel Moreno explica que, se o empregado manifesta por escrito que deseja cumprir os 30 dias, mas a empresa opta por não exigir a permanência, o desconto não pode ser feito.
Nesse cenário, o trabalhador não recebe o mês do aviso, mas também não perde o valor correspondente.
Quanto o aviso-prévio impacta na rescisão
O aviso-prévio pode alterar drasticamente o valor final da rescisão.
Num exemplo prático, um salário de R$ 2.000 gera uma rescisão de R$ 3.000 entre férias, 13º proporcional e dias trabalhados.
Se não houver cumprimento do aviso, o desconto de R$ 2.000 reduz esse valor para R$ 1.000.
Já quando o trabalhador cumpre os 30 dias, a soma aumenta: além dos R$ 3.000, há o salário do período trabalhado, elevando a rescisão para R$ 5.000.
Na prática, quem cumpre o aviso “trabalha um mês e recebe dois”.
Onde o timing faz diferença
Magalhães & Moreno Advogados destacam que o aviso-prévio deve ser acompanhado de estratégia de tempo.
Pedir a saída numa segunda-feira pode acrescentar R$ 60 a R$ 140 à rescisão, já que o cálculo considera dias corridos, incluindo o domingo anterior.
Outro ponto crucial é formalizar o pedido após o dia 15 do mês. Isso garante mais um mês proporcional de férias e 13º, o que pode representar até R$ 400 a mais no cálculo final.
Esses ajustes simples de datas fazem diferença real no bolso do trabalhador.
Por que formalizar tudo por escrito
A formalização do aviso-prévio é outro passo essencial. Especialistas recomendam redigir uma carta com data, identificação e a frase explícita: “irei cumprir o aviso-prévio trabalhado”.
Esse registro protege o trabalhador contra descontos indevidos e serve de prova em eventual disputa.
Além do documento assinado, guardar registros digitais, como mensagens de WhatsApp, reforça a evidência de que o trabalhador se colocou à disposição para cumprir a obrigação.
Assim, se a empresa recusar, não poderá descontar o valor correspondente.
Vale a pena cumprir o aviso-prévio?
Para Magalhães & Moreno Advogados, a resposta é clara: cumprir o aviso-prévio quase sempre vale a pena, pois multiplica o valor final da rescisão.
A única exceção seria quando o trabalhador já tem novo emprego garantido e não pode esperar os 30 dias, mas, mesmo assim, a decisão deve ser tomada de forma consciente, sabendo do impacto financeiro.
Planejamento, timing e documentação correta são os três pilares que evitam prejuízos e maximizam o que o trabalhador leva ao sair da empresa.
O aviso-prévio é um ponto decisivo no pedido de demissão. Sem estratégia, o trabalhador pode perder quase tudo; com três passos simples, pode elevar consideravelmente o valor recebido.
E você, já perdeu parte da rescisão por não cumprir o aviso-prévio? Ou acredita que esse período deveria ser mais flexível para quem pede demissão?
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