Novo assento Skyrider 2.0 permitirá voos a 5 euros na Europa, mas passageiros viajarão em pé e com conforto limitado
A partir de 2026, passageiros europeus poderão pagar apenas 5 euros para viajar de avião. No entanto, o preço extremamente baixo vem acompanhado de uma condição inusitada: a viagem será feita em pé. As companhias aéreas low cost preparam a introdução do assento Skyrider 2.0, um novo conceito que promete mudar a experiência de voo.
Como funciona o Skyrider 2.0
O Skyrider 2.0, desenvolvido pela empresa italiana Aviointeriors, apresenta um formato diferente dos assentos tradicionais.
Ele é uma sela acolchoada, fixada ao piso e ao teto da cabine. O passageiro fica posicionado num ângulo de 45 graus, com o peso do corpo distribuído entre as pernas e um cinto abdominal.
-
Crise na indústria da cerveja: jovens da Geração Z rejeitam o álcool — mas as cervejarias já têm a solução para agradá-los
-
Tarifaço atinge o Paraná e indústria fecha fábrica enquanto promove demissões em massa em outra unidade
-
Com investimento de 100 milhões foi inaugurada a primeira usina de etanol de trigo do Brasil e inova o agronegócio
-
Klabin recebe R$ 1,2 bilhão para ampliar exploração florestal e fortalece liderança do setor de papel e celulose no Brasil
Não é um assento convencional, mas uma espécie de apoio. A sensação é semelhante a permanecer em um ponto de ônibus lotado, só que a 10 mil metros de altitude.
Economia e eficiência para as empresas
Além de permitir tarifas extremamente baixas, o novo modelo oferece vantagens operacionais para as companhias aéreas. O Skyrider 2.0 é duas vezes mais leve do que os assentos convencionais. Isso reduz o peso total do avião e diminui o consumo de combustível.
Com apenas 58 centímetros de distância entre fileiras — bem abaixo dos habituais 75 a 80 centímetros — os aviões poderão acomodar até dez passageiros extras em voos curtos.
Essa configuração aumenta a capacidade e melhora a rentabilidade dos voos. Com menos peso e mais passageiros, as empresas reduzem os custos de operação, manutenção e limpeza, acelerando também o embarque e o desembarque.
Interesse das companhias low cost
Companhias ultra low cost como a Ryanair já demonstraram interesse no modelo. O diretor da empresa, Michael O’Leary, defende há mais de dez anos a adoção de assentos semelhantes, que ele mesmo chama de “banquinhos com cinto”.
A possibilidade de maximizar o número de passageiros e reduzir despesas agrada especialmente as empresas voltadas para voos de baixo custo.
O baixo preço, no entanto, cobra seu preço no conforto. Os passageiros não poderão deitar, dormir ou se alongar. As viagens serão limitadas a percursos de no máximo duas horas.
O foco são passageiros dispostos a abrir mão de bem-estar em troca de uma economia significativa. Rotas curtas como Madri-Lisboa, Paris-Londres e Berlim-Praga são os principais alvos dessa proposta.
Segurança em debate
A segurança do Skyrider 2.0 também tem sido tema de discussão. De acordo com a fabricante, o modelo já passou nos testes exigidos pelas normas internacionais de aviação.
Foram avaliados aspectos como resistência a turbulências, evacuação rápida e funcionamento dos cintos de segurança.
Apesar da aprovação preliminar, o modelo ainda aguarda certificação definitiva das autoridades europeias. A Aviointeriors, porém, demonstra confiança na aprovação final.
Reações divididas nas redes sociais
O conceito gerou reações variadas nas redes sociais. Muitos usuários celebram a possibilidade de viajar pagando tão pouco. Outros, porém, criticam duramente o modelo.
Alguns chamam o sistema de “viveiro de passageiros” e questionam a humanização do transporte aéreo. Há ainda quem aponte problemas de acessibilidade, já que o modelo pode não ser adequado para idosos, famílias com crianças ou pessoas muito altas.
Apesar das críticas, as companhias low cost acreditam que há um público jovem, adaptável e disposto a experimentar o novo formato.
Ao mesmo tempo, pretendem manter as opções tradicionais para os passageiros que não abrem mão de mais conforto. O equilíbrio entre economia e bem-estar ainda será o maior desafio.
Ainda não se sabe se o preço de 5 euros será suficiente para convencer o público a viajar em pé. O fato é que a indústria aérea europeia continua avançando na busca por tarifas cada vez mais baixas, mesmo que para isso seja necessário abrir mão de quase todo o conforto durante o voo.
Com informações de Xataka.