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Parece veneno, mas não é: conheça o Melão de São Caetano, fruto oriundo da Ásia que virou destaque no Brasil

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 07/07/2025 às 18:33
Fonte: Adobe Stock
Conhecido por seu sabor amargo e aparência exótica, o Melão de São Caetano intriga por seus usos medicinais e riscos potenciais. Descubra como essa planta pode ser tanto cura quanto perigo.
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Conhecido por seu sabor amargo e aparência exótica, o Melão de São Caetano intriga por seus usos medicinais e riscos potenciais. Descubra como essa planta pode ser tanto cura quanto perigo.

Com uma casca cheia de saliências e um gosto amargo, o Melão de São Caetano pode assustar à primeira vista. No entanto, essa planta que parece veneno, na verdade, pode ser usada como remédio.

Conhecida pelo nome científico Momordica charantia, a espécie é usada em infusões, extratos e até mesmo como ingrediente em receitas asiáticas. Hoje, ganha destaque tanto no campo da medicina natural quanto no setor de fitoterápicos.

Potente, amargo e cheio de possibilidades

Não é exagero dizer que o sabor amargo do Melão de São Caetano é seu cartão de visitas.

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Essa característica é resultado da presença de compostos bioativos potentes, que funcionam como defesa natural da planta — mas que, em doses controladas, podem ser usados como remédio.

Melão São Caetano
Fonte: Canva

Entre os compostos identificados estão a charantina, a vicina e o polipeptídeo-p, substâncias com ações antidiabéticas, anti-inflamatórias e antibacterianas.

Além disso, a planta oferece boas doses de vitaminas A e C e minerais importantes.

De onde veio o Melão de São Caetano?

Originário das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, o Melão de São Caetano foi domesticado na Índia e difundido para outros continentes.

Sua chegada ao Brasil provavelmente se deu durante o período colonial, trazido por portugueses ou escravizados africanos.

Nas medicinas tradicionais da Índia e da China, seus frutos, folhas e raízes são usados há séculos.

No Brasil, passou a crescer espontaneamente em quintais e terrenos baldios, muitas vezes ignorado ou temido.

Rústico no campo, valorizado na indústria

Para os agricultores, essa planta pode representar um diferencial.

Ela cresce com facilidade, exige poucos insumos e tem boa resistência a pragas. É ideal para quem aposta em cultivo orgânico ou sistemas agroecológicos.

Com frutos oblongos que chegam a 20 cm, cobertos por relevos pontiagudos, o Melão de São Caetano chama a atenção.

Melão São Caetano serve como remédio.
Fonte: Canva

A planta, de hábito trepador, também produz flores amarelas unissexuadas e folhas recortadas em lóbulos.

A colheita é criteriosa: frutos verdes vão para a culinária; maduros, que se abrem revelando sementes envoltas em polpa vermelha, são usados para produção de medicamentos ou extração de sementes.

As folhas, por sua vez, podem ser colhidas com frequência.

Do campo à prateleira: novas formas de comercialização

O potencial de mercado para o Melão de São Caetano é variado. Os frutos são vendidos frescos em mercados asiáticos e restaurantes.

As folhas secas ganham espaço entre os produtos naturais e chás medicinais. Já as sementes interessam à indústria cosmética e de fitoterápicos.

Produtores rurais podem agregar valor com práticas simples, como secagem de folhas para infusão ou produção de extratos.

Parcerias com marcas de produtos naturais também são uma alternativa viável.

A venda direta ao consumidor, em feiras ou lojas especializadas, pode ser complementada por canais como cooperativas e redes de produção orgânica.

Ter um selo de certificação pode elevar o preço final, destacando o produto no setor de alimentos funcionais.

Uso com responsabilidade: o que evitar

Apesar de poder ser usado como remédio, o uso do Melão de São Caetano exige cautela. Algumas pessoas devem evitar completamente ou usar apenas com orientação médica. São elas:

  • Gestantes e lactantes, por risco de efeitos abortivos;
  • Pessoas com hipoglicemia ou diabéticos medicados, devido à ação redutora de glicose;
  • Indivíduos com problemas no fígado, pela interação com o metabolismo hepático.

A planta também pode interferir em tratamentos com medicamentos anticoagulantes ou para controle de açúcar no sangue.

Por isso, antes de qualquer uso terapêutico, é essencial conversar com um profissional de saúde.

Com informações do Estadão.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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