Em pequenas cidades do Sul do Brasil, onde 90% da população fala dialeto italiano, a vida segue entre vinícolas familiares, vilas históricas e costumes preservados como na Itália do século XIX
Há regiões no Brasil onde o tempo parece ter parado nas montanhas do norte da Itália. Cidades onde 90% do povo fala dialeto italiano preservam rituais, sabores e paisagens que confundem até turistas europeus. São localidades onde se faz vinho em casa, as igrejas brilham no Natal e a rotina segue calma, entre jardins floridos e casinhas de pedra.
Esses municípios, espalhados principalmente por Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nasceram da imigração italiana no século XIX e ainda hoje conservam a mesma arquitetura, o mesmo sotaque e a mesma hospitalidade dos antepassados. São lugares onde a cultura, a fé e a gastronomia se misturam de forma única, revelando uma Itália brasileira viva, acolhedora e próspera.
Nova Trento: a cidade das vinícolas e da fé
Em Santa Catarina, Nova Trento é um dos melhores exemplos de cidades onde 90% do povo fala dialeto italiano.
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Com cerca de 13 mil habitantes, o município mantém uma atmosfera pacata, repleta de vinícolas familiares e jardins floridos.
As casas, sempre bem cuidadas, revelam o orgulho dos descendentes de Trento, no norte da Itália.
A religiosidade também marca o ritmo local.
É em Nova Trento que está o santuário de Madre Paulina, a primeira santa brasileira, que atrai milhares de peregrinos todos os anos.
Durante o Natal, a igreja principal é coberta por luzes coloridas, transformando o cenário em um espetáculo de fé e beleza.
O turismo religioso e gastronômico movimenta a economia, sem apagar o clima de vila interiorana, onde ainda se pode caminhar com tranquilidade e conversar na língua dos antepassados.
Nova Veneza: uma vila com gôndolas e dialeto vivo
A poucos quilômetros de Criciúma, Nova Veneza é outra joia da colonização italiana. Com 95% da população descendente do Vêneto, a cidade conserva tradições que vão muito além da gastronomia.
O dialeto ainda é falado nas ruas, as fachadas de pedra resistem ao tempo e uma gôndola original vinda de Veneza adorna a praça principal.
O charme do lugar está na simplicidade: em uma tarde é possível percorrer as principais ruas, conhecer as vinícolas, almoçar em um restaurante típico e aproveitar a vista das colinas.
É um pedaço da Itália transplantado para o Sul do Brasil, onde o modo de viver continua calmo, familiar e profundamente enraizado na terra.
Flores da Cunha: capital brasileira do vinho
No Rio Grande do Sul, Flores da Cunha é o município que mais produz vinho no Brasil, com mais de 200 vinícolas.
A cidade tem 30 mil habitantes e mantém viva a cultura dos imigrantes do Vêneto.
As colinas cobertas de parreirais, as festas comunitárias e a arquitetura charmosa fazem do local um destino obrigatório para quem busca autenticidade.
Apesar de pequena, Flores da Cunha é próspera.
As indústrias locais garantem emprego e estabilidade, enquanto a tradição vinícola sustenta a economia e o turismo.
As casas impecáveis, muitas com inspiração alpina, reforçam o cuidado estético que marca todas as cidades italianas da Serra Gaúcha.
Antônio Prado: patrimônio histórico e cenário de cinema
Conhecida como a cidade mais italiana do Brasil, Antônio Prado preserva 48 construções tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Cerca de 90% dos seus 13 mil moradores são descendentes de imigrantes de Rovigo e Vincenza.
Andar por suas ruas é como voltar um século no tempo, entre casinhas de madeira colorida e jardins que parecem saídos de um filme.
E de fato, foi cenário de cinema: o filme O Quatrilho, indicado ao Oscar em 1996, foi gravado ali.
A cidade, além de beleza, carrega prosperidade. Possui indústrias de trigo e vidro, boa infraestrutura e uma população acolhedora.
O resultado é uma combinação rara de tradição e desenvolvimento, onde se fala o dialeto vêneto, se faz vinho artesanal e se vive com orgulho das origens.
A herança italiana que virou identidade brasileira
Essas cidades onde 90% do povo fala dialeto italiano não são apenas redutos turísticos: são testemunhos vivos de uma imigração que moldou o Sul do Brasil.
As festas da uva, os almoços com massas caseiras e o som das sanfonas lembram diariamente que parte do país fala, canta e sonha em italiano.
Ao visitar essas vilas, o visitante não encontra apenas belas paisagens, mas uma forma de vida baseada na comunidade, no trabalho e na tradição.
Um patrimônio cultural que se renova a cada geração, provando que a Itália, de certa forma, nunca deixou o Brasil.
E você, já visitou alguma dessas cidades italianas no Brasil? Qual delas mais te surpreendeu?


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