1. Início
  2. / Petróleo e Gás
  3. / Parceria entre ExxonMobil e CEPETRO investe em pesquisas para desenvolver ferramentas computacionais capazes de simular fenômenos complexos em reservatórios de petróleo e gás natural
Tempo de leitura 3 min de leitura Comentários 0 comentários

Parceria entre ExxonMobil e CEPETRO investe em pesquisas para desenvolver ferramentas computacionais capazes de simular fenômenos complexos em reservatórios de petróleo e gás natural

Publicado em 14/07/2025 às 15:00
ExxonMobil e CEPETRO desenvolvem ferramentas inovadoras para simular reservatórios de petróleo com alta precisão.
ExxonMobil e CEPETRO desenvolvem ferramentas inovadoras para simular reservatórios de petróleo com alta precisão. Unicamp.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

ExxonMobil e CEPETRO desenvolvem ferramentas inovadoras para simular reservatórios de petróleo com alta precisão.

O Centro de Estudos de Energia e Petróleo (CEPETRO), da Unicamp, deu início a um projeto de pesquisa inédito em parceria com a ExxonMobil Brasil. A iniciativa, que teve início em julho de 2025 e terá duração de quatro anos, visa desenvolver ferramentas computacionais de ponta para simular, com mais precisão, os comportamentos de reservatórios de petróleo e gás natural.

Com financiamento da ExxonMobil, por meio da cláusula de investimentos obrigatórios em P&D no Brasil, o projeto mobiliza uma equipe multidisciplinar da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FECFAU) da Unicamp, sob liderança do professor Philippe Devloo.

Ferramentas para desafios multiescala em poços de petróleo

A primeira linha de pesquisa tem como foco a modelagem da interação entre poço e reservatório. Liderada por Philippe Devloo, a proposta é criar ferramentas capazes de representar com fidelidade estruturas minúsculas, como poços de 25 centímetros de diâmetro, dentro de reservatórios que se estendem por quilômetros.

“É um problema multiescala. Em geral, os modelos de reservatório não incluem a geometria do poço com a devida resolução, o que compromete a utilidade da simulação para o engenheiro de poço”, explica Devloo.

A modelagem busca estimar como a produção ou injeção afeta propriedades como porosidade, temperatura e tensão.

Fraturamento hidráulico: nova geração de simulação computacional

A segunda frente do projeto, coordenada por Nathan Shauer, trata da modelagem do fraturamento hidráulico, técnica que injeta fluidos sob alta pressão para abrir fissuras em rochas porosas.

O desafio é monitorar esse processo em grandes profundidades. “O problema ocorre a vários quilômetros de profundidade, onde não se vê a fratura. Saber onde ela está, como se propagou, é fundamental para tomar decisões sobre tempo de bombeamento, tipo de fluido e outros parâmetros operacionais”, destaca Shauer.

O trabalho incluirá a evolução de um software tridimensional com validação experimental, criado durante o doutorado de Shauer, agora adaptado para aplicações industriais mais complexas.

Injeção de CO₂ e riscos geológicos em reservatórios

Coordenada por Thiago Dias dos Santos, a terceira linha foca na injeção de dióxido de carbono (CO₂) em reservatórios subterrâneos, prática usada tanto para recuperação de petróleo quanto para o sequestro de carbono.

Apesar dos benefícios ambientais, o comportamento do CO₂ ainda é incerto. “O CO₂ é um gás extremamente complexo. Ele pode formar sais que obstruem poros, alterar a acidez e até interferir na qualidade do petróleo”, afirma Devloo.

O objetivo é criar ferramentas que simulem com maior precisão esses efeitos, antecipando riscos e oferecendo base para decisões operacionais mais seguras.

Risco sísmico e reativação de falhas geológicas

A quarta vertente, conduzida por Gustavo Henrique Siqueira, estuda os impactos da produção e injeção de fluidos na reativação de falhas geológicas.

Nathan Shauer explica: “Essas falhas estão sob tensão há milhares de anos. Quando o equilíbrio é alterado, mesmo minimamente, o deslizamento pode ocorrer e causar um tremor”.

Com base nisso, serão desenvolvidos modelos para prever esses eventos e embasar medidas preventivas, principalmente em regiões sensíveis.

ExxonMobil aposta em inovação para a indústria do petróleo

Ao apoiar financeiramente o projeto do CEPETRO, a ExxonMobil reforça seu compromisso com a inovação tecnológica e a segurança operacional no setor de petróleo.

As ferramentas geradas ao longo dos próximos anos têm potencial para transformar a forma como engenheiros modelam, avaliam e decidem sobre as operações em campos petrolíferos.

Com isso, Brasil e ExxonMobil caminham juntos para uma indústria mais eficiente, segura e sustentável.

Fonte

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Andriely Medeiros de Araújo

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o CPG — Click Petróleo e Gás.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x