Parceria Brasil-China pode impulsionar a IA e a energia sustentável. Cooperação estratégica entre os dois países pode acelerar inovação tecnológica e ampliar investimentos em energia limpa
O avanço tecnológico e a transição para fontes de energia limpa são dois dos temas mais estratégicos para o futuro econômico global. Nesse cenário, especialistas avaliam que a parceria Brasil-China pode impulsionar a IA e o desenvolvimento de projetos sustentáveis, unindo a liderança chinesa em inteligência artificial e infraestrutura à matriz energética limpa brasileira.
Em meio à disputa global pela liderança em tecnologia protagonizada principalmente por China e Estados Unidos, o Brasil surge como potencial beneficiário de alianças que tragam capital, conhecimento e infraestrutura. O tema foi debatido no FT Climate and Impact Summit Latin America e no Brasil 2030, eventos que reuniram líderes e especialistas para discutir oportunidades e riscos dessa aproximação.
O papel da China na corrida pela inteligência artificial
A China já ocupa posição de destaque na produção de conhecimento e no treinamento de profissionais em IA, formando o dobro de engenheiros e pesquisadores que os Estados Unidos. Apesar da dependência de chips avançados fabricados no Ocidente, o país asiático domina áreas como desenvolvimento de software, aplicações industriais e pesquisa aplicada.
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Segundo especialistas, a tendência é que a China avance também na produção de semicondutores, garantindo soberania tecnológica e reduzindo a vulnerabilidade estratégica. Essa expertise pode ser transferida ao Brasil por meio de acordos bilaterais, especialmente em projetos que envolvam infraestrutura e aplicações de IA adaptadas à realidade local.
Energia limpa como base para a expansão tecnológica
A instalação e operação de data centers essenciais para treinar e operar modelos de IA demandam alto consumo de energia. Hoje, eles já respondem por mais de 120 GW globalmente, com projeção de atingir 5% do consumo mundial de eletricidade nos próximos anos.
O Brasil, com a matriz energética mais limpa do mundo, tem vantagem competitiva para atrair esses empreendimentos. Investimentos em geração e, principalmente, em transmissão de energia são cruciais para viabilizar a instalação de grandes estruturas tecnológicas no país. Nesse ponto, a China, grande investidora em infraestrutura, pode se tornar parceira estratégica.
Oportunidades e riscos da aproximação
O estreitamento de laços com a China traz benefícios como investimentos diretos, transferência de tecnologia e integração em cadeias produtivas globais. No entanto, também impõe desafios geopolíticos, especialmente diante das pressões e restrições que podem vir de outros parceiros comerciais, como os Estados Unidos.
Além disso, a parceria precisa considerar questões de privacidade e segurança de dados, já que padrões internacionais de governança digital estão cada vez mais rígidos. Países como a Alemanha já restringiram o uso de tecnologias chinesas por questões de segurança.
Cenário da IA no Brasil hoje
O Brasil ainda não figura como produtor global de modelos de IA ou chips, mas se destaca no uso da tecnologia em aplicações práticas. Empresas nacionais têm incorporado inteligência artificial em software de gestão, logística, agronegócio e pesquisa científica, criando soluções adaptadas ao mercado interno.
Embora o investimento público em IA seja modesto cerca de R$ 10 milhões em programas federais, contra centenas de bilhões de dólares investidos por potências globais, o país pode se posicionar na corrida global atuando no desenvolvimento de aplicações de alto impacto, aproveitando a flexibilidade e diversidade do mercado local.
E você, acredita que a parceria Brasil-China pode impulsionar a IA e a energia sustentável no país? Quais setores deveriam ser priorizados? Deixe sua opinião e participe da conversa.