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Paraná anuncia construção emergencial de 320 casas em Rio Bonito do Iguaçu após tornado destruir 90% da cidade

Publicado em 10/11/2025 às 21:59
Construção emergencial de casas em Rio Bonito do Iguaçu reage ao tornado F3 com apoio do Fundo Estadual de Calamidade Pública e foco em casas em Rio Bonito do Iguaçu.
Construção emergencial de casas em Rio Bonito do Iguaçu reage ao tornado F3 com apoio do Fundo Estadual de Calamidade Pública e foco em casas em Rio Bonito do Iguaçu.
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Com construção emergencial, o governo do Paraná vai erguer 320 casas em Rio Bonito do Iguaçu após tornado destruir 90% da cidade.

A construção emergencial de 320 casas em Rio Bonito do Iguaçu foi anunciada pelo governo do Paraná como resposta direta ao tornado de categoria F3 que destruiu cerca de 90% da estrutura da cidade. A medida combina obras rápidas, uso de tecnologia construtiva industrializada e repasse direto de recursos às famílias, em um esforço concentrado para restabelecer condições mínimas de moradia em um dos cenários de maior devastação recente no estado.

Ao mesmo tempo em que acelera a construção emergencial de novas unidades habitacionais, o governo estadual prepara o pagamento de até 50 mil reais por família para reformas e reconstrução parcial de imóveis danificados. A estratégia articula Cohapar, equipes de engenharia e mudanças legais no Fundo Estadual de Calamidade Pública, numa tentativa de conciliar rapidez com segurança técnica em um contexto de alta pressão social e logística.

Tornado destrói 90% da cidade e exige resposta rápida

Construção emergencial de casas em Rio Bonito do Iguaçu reage ao tornado F3 com apoio do Fundo Estadual de Calamidade Pública e foco em casas em Rio Bonito do Iguaçu.

O ponto de partida para o plano de construção emergencial foi a dimensão do impacto do tornado em Rio Bonito do Iguaçu.

Classificado como F3 na escala Fujita, o fenômeno atingiu violentamente a área urbana do município, deixando um rastro de destruição que comprometeu aproximadamente 90% da infraestrutura da cidade.

Residências, comércios e equipamentos públicos foram parcial ou totalmente danificados, forçando a retirada de moradores e a montagem de estruturas provisórias de acolhimento.

Diante desse quadro, o governo estadual foi pressionado a articular uma solução que fosse além de ações pontuais de assistência.

A ausência de moradias seguras tornou-se o eixo central da crise, tornando inevitável a adoção de um projeto habitacional de caráter emergencial, com metas claras de prazo e foco específico nas famílias que perderam totalmente suas casas, sem possibilidade técnica de recuperação.

Como será a construção emergencial das 320 casas

Construção emergencial de casas em Rio Bonito do Iguaçu reage ao tornado F3 com apoio do Fundo Estadual de Calamidade Pública e foco em casas em Rio Bonito do Iguaçu.

Segundo o anúncio oficial, a construção emergencial das 320 casas terá início assim que os diagnósticos técnicos e estruturais de cada terreno forem concluídos pelas equipes de engenharia.

A previsão é que os trabalhos comecem ainda na mesma semana do anúncio, encurtando o intervalo entre a fase de avaliação de danos e o início efetivo das obras.

O governador Ratinho Junior estabeleceu como meta entregar as primeiras moradias em até 90 dias, total ou parcialmente, dependendo do avanço de cada frente de obra.

As casas serão destinadas gratuitamente às famílias que tiveram perda total, sem viabilidade de reforma.

A Cohapar mantém diálogo com empresas já credenciadas no programa Casa Fácil Paraná, o que permite aproveitar contratos, parâmetros de custo por metro quadrado e experiências anteriores em conjuntos habitacionais populares.

Modelo off-site e características técnicas das novas moradias

A estratégia do governo é priorizar empresas de construção civil que atuam com modelo off-site, tecnologia que substitui a alvenaria convencional por painéis e paredes pré-fabricadas.

Nesse sistema, a construção emergencial ocorre em duas etapas complementares: fabricação das paredes em ambiente industrial e posterior montagem no canteiro, com módulos que já chegam ao local com portas, esquadrias e sistemas elétricos e hidráulicos integrados.

Do ponto de vista técnico, o presidente da Cohapar, Jorge Lange, indicou que cada casa terá cerca de 45 metros quadrados.

Os custos seguirão uma referência por metro quadrado já utilizada no Casa Fácil Paraná, com definição de preço específico para este projeto de reconstrução.

O investimento estimado é de 60 milhões de reais, considerando não apenas a obra em si, mas também a logística, a adequação dos terrenos e a contratação de empresas capazes de cumprir prazos reduzidos.

O chamamento público previsto para esta semana priorizará propostas que combinem menor prazo de entrega com aderência aos requisitos técnicos de segurança e habitabilidade.

Fundo de Calamidade, repasse direto e reforço na política habitacional

A construção emergencial das casas é apenas um dos pilares do pacote de resposta.

No campo financeiro e jurídico, o governo sancionou alteração no Fundo Estadual de Calamidade Pública, o Fecap, para permitir repasse direto de recursos às famílias que tiveram suas casas destruídas, com foco específico em Rio Bonito do Iguaçu neste primeiro momento.

Essa mudança reduz etapas intermediárias e dá mais fluidez ao fluxo de recursos para reconstrução.

O desenho preliminar prevê a liberação de até 50 mil reais por família, com investimento inicial estimado em 50 milhões de reais.

Os critérios de acesso serão detalhados em decreto, a partir de cadastro que já está sendo feito por engenheiros da Cohapar e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná.

A ideia é que a construção emergencial de novas unidades se some à recuperação de imóveis que ainda apresentam condições técnicas de reforma, ampliando o alcance da política e evitando desperdício de estruturas parcialmente preservadas.

Diagnóstico, insumos locais e desafios de execução

Para viabilizar a construção emergencial em grande escala, o governo também avalia mecanismos para liberar o uso de insumos disponíveis na própria região, como tijolos e madeira.

Essa utilização dependerá de laudos técnicos que atestem a segurança e a conformidade dos materiais com as normas aplicáveis, evitando que a urgência leve à adoção de soluções de baixa durabilidade ou risco estrutural.

Apesar dos anúncios, o desafio de execução permanece elevado.

A coordenação entre diagnósticos, chamamento público, contratação de empresas off-site e acompanhamento de obras em ritmo acelerado exige estrutura robusta de gestão.

Qualquer atraso em uma dessas etapas pode comprometer o cronograma de 90 dias para entrega das primeiras casas, o que mantém sobre a administração estadual um nível alto de pressão por resultados rápidos em um cenário de forte exposição pública.

Reconstrução como oportunidade de revisão urbana

Mais do que repor o que foi destruído, a construção emergencial em Rio Bonito do Iguaçu abre espaço para discutir padrões de ocupação urbana, infraestrutura de drenagem, resistência das edificações a eventos climáticos extremos e planejamento de longo prazo.

Em uma cidade que teve 90% da estrutura afetada, a reconstrução oferece oportunidade rara de corrigir vulnerabilidades históricas, desde traçado de ruas até dimensionamento de redes de energia e saneamento.

Se essas discussões forem incorporadas ao projeto, as novas moradias poderão ir além do caráter emergencial e se tornar parte de uma estratégia de resiliência urbana, reduzindo danos em futuros episódios de vento extremo ou tempestades severas.

Caso contrário, existe o risco de simplesmente reconstruir a mesma estrutura vulnerável, repetindo problemas que já se mostraram críticos diante do tornado.

A construção emergencial dará conta do tamanho da tragédia?

O plano de construção emergencial de 320 casas em Rio Bonito do Iguaçu, somado ao repasse de até 50 mil reais por família e à flexibilização do Fecap, representa uma resposta ambiciosa do Paraná a uma tragédia que expôs a vulnerabilidade de uma cidade inteira.

A combinação entre tecnologia off-site, alterações legais e metas de prazo apertadas indica disposição em atuar de forma rápida e estruturada, mas o sucesso do projeto dependerá da capacidade de execução e da coordenação fina entre governo, empresas e moradores atingidos.

Enquanto as primeiras fundações não saem do papel e os módulos não chegam aos terrenos, permanece a dúvida sobre o ritmo real da reconstrução e sobre o quanto essas medidas conseguirão devolver dignidade e segurança à população afetada.

Diante de um cenário em que 90% da cidade foi atingida, você acredita que o modelo de construção emergencial adotado pelo Paraná será suficiente para reconstruir Rio Bonito do Iguaçu de forma mais segura e resiliente ou considera que outras ações estruturais deveriam ser priorizadas junto com as novas moradias?

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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