Com um painel fotovoltaico avaliado em € 2 milhões, o grupo espanhol Iberdrola, entrará no circuito de energia solar flutuante. O equipamento será construído e instalado na ilha de Fernando de Noronha, mais precisamente nas águas de um arquipélago vulcânico, a barragem de Xaréu. Fernando de Noronha é um considerado o maior parque marinho e santuário ecológico protegido do Brasil, situado a cerca de 350 km do estado de Pernambuco, a quem está administrativamente subordinada.
O projeto tem metas ousadas. Pretende fornecer cerca de metade das necessidades energéticas da Companhia Pernambucana de Saneamento, a Compesa, fornecedora de água e esgoto de Fernando de Noronha. A matriz de energia solar flutuante a ser instalada tem capacidade de 630 kWh, e já deve começar a ser construído no final de 2023. É um dos mais paradisíacos patrimônios mundiais naturais da UNESCO que tem realizado diversas iniciativas para garantir a emissão zero de poluentes no meio ambiente. O primeiro projeto global da Iberdrola.
Para mudar a face do sistema de energia global
Essa é a promessa da energia fotovoltaica flutuante. Por isso os projetos têm se disseminado ao longo do planeta de maneira muito veloz, uma vez que possui uma imensa capacidade de exploração de superfícies aquosas, principalmente naquela em que realizar construções terrestres tem potencial de promover danos ambientais. De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, em estudo realizado em 2020, um estudo aponto que todos os projetos têm potencial para atender a quase 50% das necessidades energéticas das localidades aonde os painéis fotovoltaicos são instalados.
Também têm sido desenvolvidas matrizes capazes de sobrevivência em área extremamente inóspitas, explorando reservatórios, lagos e outras superfícies. Além de garantir energia limpa, e de aproveitar linhas de transmissões de companhias de saneamento para levar energia para as cidades, as matrizes de energia solar flutuante também auxiliam na agricultura por meio do bombeamento de água, e também auxilia na redução das taxas de evaporação de reservatórios, contribuindo também para diminuir a proliferação de algas, devido a áreas de sombreamento.
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No Brasil, há diversos projetos em andamento para o fornecimento de energia solar flutuante, como é o caso da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, Amazônia, que gera 250 MW de energia, mas entrega menos da metade desta energia para a população, por conta das secas da região e dos baixos níveis dos reservatórios. Energia solar flutuante, certamente, é solução para questões como essa.
Também é possível listar ainda mais vantagens do sistema de energia solar flutuante. Ele promove a liberação de terras, agregando sustentabilidade, uma vez que evita que árvores sejam removidas e que seja realizado desmatamento. Há a redução da evaporação e o alcance de eficiência energética, uma vez que a proximidade da água resfria os módulos das placas fotovoltaicas e garantem maior desempenho e mais geração de energia. Em comparação ao sistema comum, que entrega 5% de eficiência, o flutuante entrega 15%. Também proporciona melhores possibilidade de rastreamento.
Entre os principais projetos em funcionamento no Brasil, podemos citar o de Rosana, em São Paulo, instalado em 2013 na usina hidrelétrica de Porto Primavera. Também há a usina da hidrelétrica de Sobradinho, inaugurada em agosto de 2019 na região do semiárido, rio São Francisco, a maior usina de energia solar flutuante instalada no país. Pelo mundo, destaque para os projetos instalados na Ásia e Estados Unidos, em especial na China, maior produtora de energia solar flutuante em todo o planeta.