A Michelin está com planos de reduzir emissões de CO2 e, para isso, está desenvolvendo novas tecnologias. A novidade da vez são pneus a base de beterraba e arroz.
A produtora francesa de pneus Michelin, apresentou seus novos produtos no setor de pesados em São Paulo, na última semana. Durante a apresentação, executivos da empresa destacaram que aproximadamente 75% da carga transportada no país ainda passa por rodovias. O que dá a dimensão do mercado e também indica o tamanho do desafio dos fabricantes de pneus. Com diversas empresas focando na sustentabilidade, o pneu é constantemente visto como uma grande ameaça ao meio ambiente.
Michelin busca reduzir emissões de CO2 com pneus a base de arroz e beterraba
No último ano, o mercado total de pneus no Brasil alcançou 78,8 milhões de unidades, segundo a Associação da Indústria Nacional de Pneumáticos (Anip). A indústria brasileira foi responsável por 56,5 milhões de produtos. Para este ano, a expectativa da entidade é de 77,1 milhões de novos pneus, sendo 57,5 milhões produzidos no Brasil.
Segundo Feliciano Almeida, presidente da Michelin América do Sul, se a Michelin tiver um produto menos resistente ao rolamento, a empresa emitirá menos. No caso do pneu o desafio é grande, visto que ele precisa continuar suportando peso, fazendo pouco ruído e freando. Os pneus da Michelin agora possuem evolução tecnológica nos materiais.
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A companhia tem como objetivo chegar em 2030 com uso de 40% de matéria prima reciclável ou sustentável e 100% até 2050. Atualmente, essa porcentagem varia de 28% a 30%. De forma básica é a borracha natural que garante este índice. Almeida explica que as metas para reduzir emissões de CO2 passam por dois caminhos diferentes, entretanto paralelos.
O primeiro é a substituição de matérias-primas de origem mineral por renováveis ou de origem fóssil. O executivo destaca a sílica, extraída de rochas ou areia e trocada pelo produto obtido da casca do arroz, e a troca do butadieno da petroquímica pelo produto vindo da beterraba.
Novas tecnologias para reduzir emissões de CO2 estão surgindo
O segundo caminho da Michelin para reduzir emissões de CO2 é a reciclagem dos pneus da Michelin. Almeida explica que, através de um processo de pirólise é possível recuperar aço, negro de carbono e lubrificantes do produto inservível e reutilizá-los em novos pneus.
O executivo ressalta que isso tudo vai gerar custos, visto que a empresa trabalhará com materiais mais caros. A companhia terá que ganhar produtividade na linha de produção para absorver esse valor que não necessariamente o cliente estará disposto a pagar.
Quanto às tecnologias disponíveis para reduzir as emissões de CO2 ou em estudo para alcançar as metas, Almeida ressalta que o mundo desenvolveu uma vacina em poucos meses quando foi necessário, numa referência ao enfrentamento da pandemia de covid-19. As tecnologias estão surgindo, muito processos ainda são protótipos ou em pequena escala, mas na medida que forem se ampliando, vão se tornar mais baratos.
Michelin se prepara para a eletrificação
A Michelin está se preparando para a eletrificação da frota de passeio. O carro elétrico é um veículo mais pesado e impõe exigências diversas ao pneu. Por ser silencioso, o único barulho que o motorista ouvirá é o do pneu rodando.
A autonomia e o torque também são diferentes. Tudo isso leva a um consumo do pneu mais rápido no veículo elétrico do que em um carro a combustão.
O executivo da empresa terá que mudar as fábricas e ter materiais adaptados. O que já se sabe é que o proprietário de um carro elétrico é mais à marca original no ato da troca. Atualmente a empresa fabrica no Brasil pneus para quase todas as áreas. De carrinho de mão à mineração, passando por empilhadeiras, motos, carros, bicicletas, caminhões e agrícolas.