Alexandre Silveira surpreende ao afirmar que, para proteger suas riquezas, o país precisará discutir o uso militar da tecnologia nuclear, algo hoje vedado pela Constituição.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, gerou um importante debate nesta sexta-feira (5) ao declarar que o Brasil precisará se planejar para utilizar a energia nuclear no setor de defesa. Segundo ele, essa é uma discussão inevitável para manter a soberania nacional, mesmo que isso signifique rever a atual proibição constitucional sobre o tema.
A constituição atual e a visão de futuro para o Brasil
Hoje, a Constituição Federal do Brasil é clara: não permite o uso de energia nuclear para o desenvolvimento bélico. No entanto, o ministro Alexandre Silveira argumenta que esta é uma posição que o país precisará reavaliar. “No longo prazo, tenho absolutamente certeza que os homens públicos do país vão ter que rever a posição para que mantenhamos um país soberano“, afirmou de forma enfática.
A defesa da mudança é baseada no que ele descreve como ameaças externas. “Infelizmente vivemos ataques muito fortes à nossa soberania“, disse o ministro, justificando a necessidade de planejar o uso desta fonte para fins de defesa nacional.
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Por que a defesa nuclear entrou em pauta no Brasil?
A principal justificativa de Silveira para fortalecer a defesa é a imensa quantidade de recursos naturais do Brasil. O país possui minerais críticos, abundância de água doce e um clima tropical, fatores que, segundo ele, atraem o interesse e a cobiça de outras nações.
O ministro chegou a mencionar “ataques especulativos” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um exemplo das pressões internacionais. “São grandes riquezas do subsolo em que o Brasil deve ser soberano na defesa“, pontuou.
O contexto da polêmica declaração de Silveira
As afirmações de Alexandre Silveira foram dadas durante uma entrevista concedida após a cerimônia de posse dos novos diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN).
Apesar da forte defesa sobre o uso militar, Silveira esclareceu que, neste momento, o foco imediato do governo é o desenvolvimento da cadeia nuclear para fins energéticos, ou seja, para a geração de eletricidade.
Soberania, defesa e o combate às desigualdades no Brasil
Para o ministro, a soberania é a chave para que o Brasil possa utilizar suas próprias riquezas para resolver seus graves problemas internos. “O Brasil é gigante pela própria natureza. Um país com tantas riquezas, com minerais em abundância, não podemos admitir que continue tendo miséria, fome e desigualdade“, concluiu.