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Para onde vai o dinheiro das suas multas? Saiba onde e como todos os valores são utilizados

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 21/08/2024 às 18:31
Descubra como o dinheiro arrecadado com multas de trânsito é utilizado e as mudanças recentes que afetam sua destinação.
Foto: Canva

Descubra como o dinheiro arrecadado com multas de trânsito é utilizado e as mudanças recentes que afetam sua destinação.

As multas de trânsito no Brasil são uma realidade que afeta motoristas de todo o país. Os valores das penalidades variam conforme a infração cometida, começando em R$ 88,38 para infrações leves e podendo ultrapassar os R$ 2.900 em casos de infrações gravíssimas com fator multiplicador. No entanto, muitas pessoas desconhecem o destino final do dinheiro arrecadado com essas multas. A questão é: para onde vai esse dinheiro?

Destinação das multas de trânsito

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é claro quanto à destinação do dinheiro arrecadado com multas.

Segundo o Artigo 320, os valores devem ser aplicados em áreas relacionadas diretamente à melhoria do trânsito.

As principais áreas de aplicação incluem sinalização, engenharia de tráfego, engenharia de campo, policiamento, fiscalização, renovação da frota circulante e educação no trânsito.

Além disso, o CTB estipula que 5% do valor das multas arrecadadas deve ser depositado em um fundo nacional destinado à segurança e educação no trânsito.

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Esses recursos têm o objetivo de financiar programas de prevenção de acidentes e promover a conscientização dos motoristas e pedestres.

Outro ponto importante é a transparência na utilização desses recursos. O órgão responsável por arrecadar as multas deve publicar anualmente na internet os dados sobre a receita arrecadada e a sua destinação.

Essa medida visa garantir que a população tenha acesso a informações sobre como o dinheiro está sendo utilizado e se os recursos estão sendo aplicados de forma correta.

Alterações na destinação com o novo SPVAT

Em 2024, o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT) foi redefinido, alterando também a destinação de parte do dinheiro arrecadado com as multas de trânsito.

O novo SPVAT substituiu o antigo DPVAT, trazendo mudanças significativas na forma como os recursos são distribuídos.

O Artigo 78 da Lei de Trânsito, que trata da destinação do dinheiro das multas, foi modificado para incluir a nova obrigatoriedade de repasse de até 5% dos valores arrecadados ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito.

Esses recursos devem ser utilizados em programas destinados à prevenção de acidentes e na divulgação do SPVAT.

Os Ministérios da Saúde, Educação, Trabalho e Emprego, Transportes e Justiça e Segurança Pública, por intermédio do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), são responsáveis pelo desenvolvimento e implementação desses programas.

A ideia é que parte do dinheiro das multas seja utilizada para reduzir o número de acidentes, melhorar a infraestrutura e promover a educação no trânsito.

Indústria da Multa: mito ou realidade?

A ideia de que existe uma “indústria da multa” no Brasil é amplamente difundida, especialmente nas redes sociais.

Muitos acreditam que as multas são aplicadas com o único objetivo de arrecadar dinheiro para o Estado, beneficiando políticos e enriquecendo os cofres públicos.

Essa percepção negativa gera desconfiança sobre a real finalidade das penalidades.

No entanto, a legislação estabelece claramente que os recursos oriundos das multas devem ser destinados à melhoria do trânsito e à segurança dos usuários.

Isso inclui desde a manutenção de semáforos e sinalização até a realização de obras para melhorar a fluidez do tráfego nas cidades.

Também é importante destacar o investimento em fiscalização e educação, que visa conscientizar motoristas e pedestres sobre a importância de seguir as leis de trânsito.

Embora seja possível questionar a eficiência e a transparência na aplicação desses recursos em alguns casos, não há evidências concretas de que as multas sejam utilizadas exclusivamente para enriquecer o Estado.

Pelo contrário, a destinação dos recursos para áreas essenciais do trânsito está prevista em lei e deve ser seguida à risca pelos órgãos responsáveis.

A arrecadação em números

Os números da arrecadação com multas de trânsito no Brasil são impressionantes. Em 2023, apenas a Prefeitura de São Paulo arrecadou mais de R$ 1,6 bilhão com multas.

Esses dados foram divulgados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento de Trânsito (FNDT), que monitora a arrecadação em todo o país.

Esse valor é significativo e reflete a quantidade de multas aplicadas na maior cidade do Brasil. Entretanto, é importante lembrar que essa arrecadação não é exclusiva de São Paulo.

Em todo o país, os órgãos de trânsito aplicam multas e arrecadam valores consideráveis, que são destinados a diversas ações previstas em lei.

A fiscalização no trânsito é essencial para garantir a segurança de motoristas e pedestres, mas a aplicação das multas deve ser justa e transparente.

Os recursos arrecadados precisam ser revertidos em benefícios concretos para a população, melhorando a qualidade do trânsito e reduzindo o número de acidentes.

As multas de trânsito são uma ferramenta importante para a manutenção da ordem e da segurança nas vias públicas.

O dinheiro arrecadado com essas penalidades tem destinação definida por lei e deve ser utilizado para melhorar o trânsito, investir em educação e promover a segurança.

No entanto, é fundamental que os órgãos responsáveis sejam transparentes na utilização desses recursos e que a população tenha acesso às informações sobre como o dinheiro está sendo aplicado.

Somente assim será possível combater a percepção de que as multas servem apenas para enriquecer o Estado e garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficiente.

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Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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