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Para garantir a convergência da inflação, e manter taxa Selic em patamar de austeridade, em carta aberta, autoridade monetária (BC) sinaliza economia com taxas em aperto monetário por mais tempo

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 12/01/2023 às 19:11
Atualizado em 16/01/2023 às 11:47
Para garantir a convergência da inflação, e manter taxa Selic em patamar de austeridade, em carta aberta, autoridade monetária (BC) sinaliza economia com taxas em aperto monetário por mais tempo
Para garantir a convergência da inflação, e manter taxa Selic em patamar de austeridade, em carta aberta, autoridade monetária (BC) sinaliza economia com taxas em aperto monetário por mais tempo (Foto/divulgação)

Entender o que quer o Banco Central (BC) para a questão da taxa Selic nos próximos trimestres, mantendo a taxa básica da economia em patamares restritos, é a expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já que a meta é zerar o déficit no início de 2024.

Em divergência, o mercado, que passa dia, outro também na esperança de que o BC comece a cortar a taxa Selic que está no maior patamar desde 2016, 13,75%. Contudo, na última terça-feira (10), a autoridade monetária mandou um recado para Haddad. Em Carta Aberta, a taxa Selic continuará elevada por mais tempo ainda. E o mercado queria que já no primeiro trimestre pudesse haver alguma redução.

O BC explicou que foi a manutenção das taxas, em aperto monetário, que proporcionou que a inflação encerrasse 2022 acima do teto da meta, em 5,75%. Especialistas de mercado ainda projetam que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode promover ajuste nos juros, apesar do recado. Porém, a mensagem do órgão é clara, “de acordo com o Comunicado e a Ata de sua reunião mais recente, o Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

O Banco fala dos demais motivos, na íntegra, “i. Inércia da inflação do ano anterior; ii. elevação dos preços de commodities, em especial do petróleo; iii. desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas globais; iv. choques em preços de alimentação, resultantes de questões climáticas; e, v. retomada da demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade.

A autoridade monetária ainda ressaltou que as estimativas apresentadas na Carta Aberta explicando a inflação acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2022 são “aproximações construídas com base em modelos e, portanto, estão sujeitas às incertezas inerentes ao processo de modelagem e estimação”, resultado de “anomalias climáticas”, declarou o BC.

A Carta conta com uma série de infográficos e tabelas que retratam componentes, a inflação em si, decomposição, desvio de taxa, índices, preço do petróleo, entre outros, como as bandeiras tarifarias de energia elétrica e dados do Caged, nos dozes meses de 2022, e também apresentada a evolução das expectativas de inflação da pesquisa Focus para o período 2023-2025.

Roberto de Oliveira Campos Neto, presidente do BC, assinou a Carta.

Tom endurecido e horizonte longínquo

Em um discurso em que os impactos do risco fiscal não estão presentes, investidores, mesmo com outras demandas, sabem que é mantendo a taxa Selic em 13,75% por mais tempo o caminho para assegurar a convergência. E se há alguém aguardando revisão dos juros, o que se vislumbra é alta residual.

Apenas para o depois de setembro de 2023 haja probabilidade residual da taxa Selic baixar, ou seja, em dezembro, ela encerre o ano na casa dos 12,25%. É uma estabilidade que se projeta por um período longo.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 3.000 artigos publicados no CPG. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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